RÉSUMÉ
Objetivo: Analisar a prevalência de positividade de Anti-HCV e fatores associados em detentos de unidades prisionais do Estado do Piauí, Brasil. Métodos: Estudo epidemiológico, transversal, realizado com 2.131 detentos, em doze unidades prisionais do Piauí. Na estatística inferencial foram aplicados testes de hipóteses, com a utilização de regressão logística. O nível de significância utilizado foi de 5%. Resultados: A prevalência de positividade ao Anti-HCV foi de 0,3% (IC95% = 0,1-0,6). Na análise bivariada observou-se associação entre a hepatite C e as variáveis: cor da pele, idade, anos de estudo, uso de drogas ilícitas, transfusão de sangue antes de 1993, uso de seringa de vidro, relação sexual com pessoas do mesmo sexo, seleção do parceiro de confiança, uso de bebidas alcoólicas antes da relação, sexo vaginal e as informações sobre as formas de transmissão da hepatite C. No modelo multivariado permaneceu associada apenas a variável transfusão de sangue antes de 1993. Conclusão: Os detentos apresentaram comportamentos de risco relacionados à infecção pela hepatite C, entretanto o estudo identificou uma prevalência inferior à estimativa encontrada na população geral e mundial. Faz-se relevante o investimento de ações de educação em saúde no ambiente prisional e o fortalecimento de ações de vigilância em saúde. (AU)
Objective: To analyze the prevalence of anti-HCV positivity and associated factors in inmates of prison units in the State of Piauí, Brazil. Methods: Epidemiological, cross-sectional study carried out with 2,131 inmates in twelve prison units in Piauí. Hypothesis tests were applied in inferential statistics, using logistic regression. The significance level used was 5%. Results: The prevalence of anti-HCV positivity was 0.3% (95%CI = 0.1-0.6). In the bivariate analysis, an association was observed between hepatitis C and the variables: skin color, age, years of education, use of illicit drugs, blood transfusion before 1993, use of glass syringe, same-sex sexual intercourse , selection of the trusted partner, use of alcoholic beverages before intercourse, vaginal sex and information on the forms of transmission of hepatitis C. In the multivariate model, only the variable blood transfusion before 1993 remained associated. Conclusion: The inmates showed risk behaviors related to hepatitis C infection, however the study identified a lower prevalence than the estimate found in the general and world population. It is relevant to invest in health education actions in the prison environment and to strengthen health surveillance actions. (AU)
Objetivo: Analizar la prevalencia de positividad anti-VHC y factores asociados en internos de unidades carcelarias del Estado de Piauí, Brasil. Métodos: Estudio epidemiológico, transversal, realizado con 2.131 internos en doce unidades penitenciarias de Piauí. Se aplicaron pruebas de hipótesis en estadística inferencial, mediante regresión logística. El nivel de significancia utilizado fue del 5%. Resultados: La prevalencia de positividad anti-VHC fue del 0,3% (IC95% = 0,1-0,6). En el análisis bivariado se observó asociación entre la hepatitis C y las variables: color de piel, edad, años de educación, uso de drogas ilícitas, transfusión de sangre antes de 1993, uso de jeringa de vidrio, relaciones sexuales entre personas del mismo sexo, selección de la persona de confianza. pareja, consumo de bebidas alcohólicas antes del coito, sexo vaginal e información sobre las formas de transmisión de la hepatitis C. En el modelo multivariado sólo permaneció asociada la variable transfusión de sangre antes de 1993. Conclusión: Los internos mostraron conductas de riesgo relacionadas con la infección por hepatitis C, sin embargo el estudio identificó una prevalencia menor a la estimada encontrada en la población general y mundial. Es relevante invertir en acciones de educación para la salud en el ámbito penitenciario y fortalecer las acciones de vigilancia de la salud. (AU)
Sujet(s)
Hépatite C , Prisons , Soins infirmiers en santé publique , Prévalence , Facteurs de risqueRÉSUMÉ
Resumo O objetivo do artigo é analisar o padrão espacial e temporal e identificar indicadores socioeconômicos relacionados à razão de mortalidade materna (RMM) no Brasil de 2010 a 2020. Estudo ecológico que analisou a RMM nos municípios do Brasil, utilizando dados secundários. Para análise temporal, utilizou-se o método joinpoint. Para a identificação de aglomerados espaciais, utilizou-se estatística bayesiana, autocorrelação espacial, a técnica Getis Ord Gi* e a varredura scan. Para a identificação dos fatores associados à RMM, foram adotados modelos múltiplos de regressão não espacial e espacial. Observou-se aumento da RMM de 2019 para 2020. Houve crescimento de óbitos nas regiões Norte e Sudeste. Os clusters foram encontrados no Amazonas, Tocantins, Piauí, Maranhão, Bahia e Mato Grosso do Sul. Estão negativamente relacionados à RMM os seguintes indicadores: taxa de parto cesáreo, índice de desenvolvimento humano municipal e renda domiciliar per capita dos vulneráveis à pobreza. Embora a tendência temporal tenha se mostrado constante até 2019, a RMM apresentou crescimento no ano de início da pandemia de COVID-19 no país. A redução da MM no Brasil vai além da promoção de melhorias na assistência gravídico-puerperal, sendo fundamental focar também nos determinantes sociais do problema.
Abstract This article aims to analyze spatial and temporal patterns of maternal mortality in Brazil during the period 2010-2020 and identify related socioeconomic indicators. We conducted an ecological study of the maternal mortality ratio (MMR) in Brazil's municipalities using secondary data. Temporal analysis was performed using the joinpoint method. Bayesian statistics, spatial autocorrelation, the Getis Ord Gi* technique and the scan statistic were used to identify spatial clusters, and multiple non-spatial and spatial regression models were used to assess the association between factors and the MMR. There was an increase in the MMR in 2020 and an increase in deaths in the North and Southeast. Clusters were found in Amazonas, Tocantins, Piauí, Maranhão, Bahia and Mato Grosso do Sul. The following indicators were negatively associated with the MMR: cesarean section rate, Municipal Human Development Index, and per capita household income of people who are vulnerable to poverty. The MMR was stable up to 2019, followed by a sharp rise in 2020 coinciding with the onset of the Covid-19 pandemic in the country. It is essential that efforts to reduce maternal mortality in Brazil extend beyond the promotion of improvements in antenatal, childbirth and postpartum care to address the social determinants of the problem.