RÉSUMÉ
Foram estudados 1837 casos de gastrectomia, referentes a 1823 doentes portadores de úlcera gastroduodenal, durante um período de 25 anos, no Serviço do Professor Alípio Corrêa Netto, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo. Setenta e nove por cento dos casos foi de úlcera duodenal e setenta e quatro por cento das operaçöes realizadas consistiram em gastrectomia parcial a Kröhlein-Balfour. A idade média dos doentes foi de 32 anos nas úlceras duodenais e de 44 anos, nas gástricas. Os acidentes cirúrgicos envolveram lesöes vasculares e viscerais e aconteceram em 2,35% dos casos. Quando as lesöes foram reconhecidas no momento, e corrigidas, os casos evoluíram normalmente. As complicaçöes precoces (3,67%) mais freqüentes foram: deiscência de coto duodenal e da anastomose gastro-jejunal, infecçöes locais e da parede abdominal. Metade das complicaçöes que encontramos eram decorrentes de problemas inerentes à própria gastrectomia ou seja, durante os tempos cirúrgicos necessários para realizá-las. A outra metade se refere às complicaçöes que eventualmente surgem, em órgäos ou aparelhos näo diretamente manipulados na intervençäo cirúrgica. As mulheres da série tiveram menos complicaçöes precoces, mas apresentaram maior incidência de "dumping". A úlcera péptica pós-operatória incidiu em 0,60% dos pacientes e 2,18% faleceram em conseqüência da operaçäo, sendo 50% deles como complicaçäo direta das gastrectomia e 50% por outros problemas