RÉSUMÉ
A endemia hansênica apresenta-se, na virada do milênio, no limiar da sua eliminaçäo como problema global de saúde pública. O Brasil é o único país da América Latina onde a doença näo foi eliminada, tendo sido a meta de eliminaçäo postergada para 2005. Discute-se o declínio da prevalência após a introduçäo da poliquimioterapia (PQT) para o tratamento da hanseníase, näo acompanhada pela reduçäo da incidência no mesmo período. Os progressos na área de imunologia, biologia molecular e sequenciamento genômico do M leprae säo apresentados enquanto perspectivas de pesquisa e de aplicaçäo potencial para diagnóstico, prognóstico e vigilância na hanseníase. Apesar do êxito das atuais estratégias de controle tem-se observado com preocupaçäo a reduçäo do interesse e do apoio financeiro em pesquisa na hanseníase e na desestruturaçäo dos serviços de saúde frente ao atual cenário de eliminaçäo. A exclusäo da hanseníase da lista de doenças prioritárias é prematura, representando um perigo concreto de näo se eliminar a doença, mas a pesquisa em hanseníase. Fica evidente a necessidade de investigar na produçäo de conhecimentos de áreas básicas e aplicada que viabilizem uma maior compreensäo dos mecanismos de transmissäo da infecçäo, da efetividade dos métodos de prevençäo e controle, seräo essenciais na ôerradicaçäoö da infecçäo pelo M leprae