Résumé
O estudo aponta e analisa as inovações clínicas e científicas de Carl Rogers introduzidas à psicoterapia. O foco está no papel da intersubjetividade, aqui entendida como perspectiva de segunda pessoa, mas sem desconsiderar as contribuições advindas das perspectivas de terceira (evidência experimental) e de primeira pessoa (vivência experiencial). O estudo argumenta que a relevância dada a intersubjetividade, a não-diretividade e a abertura à experiência testifica a confluência entre Rogers e o movimento fenomenológico. Tal confluência é realçada pela atenção ao exame dos fatos e fenômenos em múltiplas perspectivas, orientadas pela ética fenomenológica. Neste sentido, o grande equívoco das comparações entre a teoria de Rogers e a fenomenologia está em tomar como ponto de partida uma dada definição de fenomenologia, e não a vivência e a descrição de eventos fenomenais. Por fim, mostra-se como os estudos científicos de Rogers encontram ressonâncias em pesquisas fenomenológicas contemporâneas aplicadas à psicologia.
The study points out and analyzes the clinical and scientific innovations that Carl Rogers introduced to psychotherapy. The focus is on the role of intersubjectivity, here understood as a second-person perspective, but without disregarding the perspectives from third-person (experimental evidence) and first-person (experiential experience). The study argues that the relevance given to intersubjectivity, non-directivity, and openness to experience testifies to the confluence between Rogers and the phenomenological movement. Such confluence is enhanced by examining facts and phenomena from multiple perspectives, guided by phenomenological ethics. In this sense, the mistake in the comparisons between Rogers' theory and phenomenology lies in taking as a starting point given definition of phenomenology, and not the experience and description of phenomenal events. Finally, it shows how Rogers' scientific studies find resonances in contemporary phenomenological research applied to psychology.