RÉSUMÉ
O objetivo deste artigo é apresentar como alguns tópicos centrais da fenomenologia se encontram na concepção agostiniana do espírito humano. Em particular, analisaremos os conceitos intenção ou atenção (intentio), de cogito e de reflexão em Agostinho. Como corpus de análise foi usada A Trindade, por se tratar de uma obra de maturidade do autor. Inicialmente, apresentamos o papel que a atenção joga na percepção, na retenção memorativa e na evocação dos conteúdos da memória. Em seguida, discutimos como Agostinho articula atenção e vontade na dinâmica do cogito. Posteriormente, buscamos apontar como a distinção agostiniana entre pensar em si e conhecer a si antecipa a discussão fenomenológica atual entre autoconsciência pré-reflexiva e consciência reflexiva. Finalmente, examinamos a maneira como Agostinho aborda o problema da possibilidade da reflexão, como fonte epistêmica do conhecimento de si.
The aim of this article is to present how some central topics of phenomenology are found in the Augustinian conception of the human spirit. In particular, we will analyze the concepts of intention or attention (intentio), cogito and reflection in Augustine. As a corpus of analysis, the Trinity was used. Initially, we present the role that attention plays in the perception, in the memory retention and in the evocation of the contents of memory. Next, we discuss how Augustine articulates attention and will in the cogito dynamics. Subsequently, we seek to point out the Augustinian distinction between thinking about oneself and knowing oneself anticipates the current phenomenological discussion between pre-reflective self-consciousness and reflective consciousness. Finally, we examine the way Augustine addresses the problem of the possibility of reflection, as an epistemic source of self-knowledge.
El objetivo de este artículo es presentar como algunos tópicos centrales de la fenomenología se encuentran en la concepción agustiniana del espíritu humano. En particular, analizaremos los conceptos intención o atención (intentio), de reflexión y reflexión en Agustín. Como corpus de análisis fue usada La Trinidad, por tratarse de una obra de madurez del autor. Inicialmente, presentamos el papel que la atención juega en la percepción, en la retención memorial y en la evocación de los contenidos de la memoria. A continuación, discutimos cómo Agustín articula atención y voluntad en la dinámica del cogito. Posteriormente, buscamos apuntar cómo la distinción agustina entre pensar en sí y conocer a sí anticipa la discusión fenomenológica actual entre autoconciencia pre-reflexiva y conciencia reflexiva. Finalmente, examinamos la manera como Agustín aborda el problema de la posibilidad de la reflexión, como fuente epistémica del conocimiento de sí.
Sujet(s)
MétaphysiqueRÉSUMÉ
Resumo: Analisa-se o grafo do ato analítico apresentado por Lacan no Seminário XV, a partir do grupo matemático de Klein e da interpretação particular de Lacan da filosofia cartesiana. Apresenta-se inicialmente a leitura lacaniana do cogito cartesiano no Seminário XI, para pontuar as alterações encontradas em sua releitura efetuada em 1967. Apresenta-se o esquema de Klein, proposto pelo matemático Barbut, no qual se inspirou Lacan, e discute-se em seguida as operações nele designadas como: operação alienação, operação verdade e operação transferência. Demonstra-se como Lacan se apropriou deste esquema, relacionando-o ao percurso da análise e articulando-o sempre aos termos cartesianos encontrados no comentário sobre o cogito: ser e pensamento.
Abstract: The graph of the psychoanalytical act. The article analyzes the graph of the analytic act introduced by Lacan in his 15th Seminar from the perspective of the mathematical group of Klein and the particular Lacanian interpretation of Cartesian philosophy. Initially the article presents the Lacanian interpretation of the Cartesian cogito introduced in his 11th seminary, in order to highlight the alterations made in his second interpretation performed in 1967. We will present Klein's scheme proposed by Barbut, the mathematician, which provides the graph of the act's structure and then we will discuss the operations designated here as alienation, truth and transfer. We will demonstrate the appropriation made by Lacan of this scheme, relating it to the several steps of a psychoanalytical cure and linking it to the Cartesian terms found in the commentary about cogito: being and thought.
Sujet(s)
Humains , Conscience , PsychanalyseRÉSUMÉ
En La ciencia y la verdad Lacan desarrolla el concepto de sujeto de la ciencia como un sujeto discontinuo, evanescente y vaciado de toda cualidad o atributo. Siguiendo las teorizaciones de Lacan y de otros autores, se menciona que el sujeto del inconsciente se identifica con el sujeto que nace con la ciencia moderna, aunque aquel se aloja en otro lugar. Se postula que hay una identidad epistémica esencial entre el sujeto del cogito cartesiano, el sujeto de la ciencia galileana, e incluso el sujeto de la ciencia en las investigaciones astronómicas de Kepler, autor al que Lacan le prestó especial atención. Asimismo, se busca resaltar que con Kepler y Galileo la enunciación que entrañaba el cogito cartesiano tomó una estructura simbólico-algebraica antes de que el enunciado del cogito fuese literalmente formulado. Se destaca la matematización que introducen tanto Kepler, Galileo como Descartes, operación que intenta eliminar drásticamente al sujeto hablante, y se sitúa la certeza radical que Descartes le atribuía, en concordancia con Kepler y Galileo, a la racionalidad deductiva que caracteriza a la aritmética y la geometría. Por último, se menciona una reflexión final que intenta conectar el cogito cartesiano con el lenguaje algebraico, a partir de ciertas consideraciones que Lacan manifiesta sobre las matemáticas a propósito de Gõdel.
Sujet(s)
Humains , Théorie psychanalytique , ScienceRÉSUMÉ
En este artículo se presentan los vectores principales y los avances del proyecto de investigación 2010-2012: "Transformaciones del concepto de pasaje al acto en el período de la obra de J. Lacan comprendido entre 1963 y 1980. Similitudes y diferencias con los conceptos de acto y acting out". Con el objetivo de avanzar en la precisión de la génesis, delimitación y transformaciones del concepto de pasaje al acto en la enseñanza de Lacan, indagamos aquí el modo en que Jacques Lacan lo conceptualiza en El Seminario 14: La lógica del fantasma.
This article presents the main vector and the irst steps of the research project 2010-2012: "Transformation of the concept of passage to the act [passage à l'acte] during the period of the work of J. Lacan from 1963 to 1980. Similarities and differences with the concepts of act and acting out". With the goal of progress in the precisions of the origins, definition and transformation of the passage to the act [passage à l'acte] concept of in the Lacan works, we develop here the way that Jacques Lacan conceptualized in Seminar 14: The Logic of Phantasy.
RÉSUMÉ
Apesar de validar o cogito no ato da enunciação, o interesse que Lacan nele deposita se distancia da autoverificabilidade existencial da proposição "eu existo", tal como defendida por Jaako Hintikka. Embora ambos os autores assumam a necessidade de remeter o ato da representação a algo além do nível da representação (a qualificação performativa do cogito), se, para o primeiro, a força do argumento cartesiano concentra-se na proposição "eu existo", na medida que saberíamos a quem este "eu" encontrar-se-ia referido, para o psicanalista, essa é justamente a proposição ameaçada de invalidação e, tal saber, aquele que deve ser questionado.
Although Lacan validates the cogito in the act of enunciation, the interest that he deposits in it is far from the existential auto-verifiability of the proposition "I exist" as sustained by Jaako Hintikka. Even if both of them assume the need of referring the act of representation to something beyond the level of representation (the performative qualification of the cogito), while the philosopher concentrates the power of the Cartesian argument om the proposition "I exist" - for we would know to whom this "I" would be refered to -, to the psychoanalyst this is exactly the proposition which is threatened by invalidation and, such knowledge, the one that must be questioned.
Sujet(s)
Philosophie , Psychanalyse , Pensée (activité mentale)RÉSUMÉ
A postulação segundo a qual ôo sujeito com o qual a psicanálise opera é o sujeito da ciênciaõ (Lacan, 1966), conhecida nos meios lacanianos é, no entanto, de desenvolvimento delicado quando se trata de desdobrá-la na articulação com outros discursos. Em particular, quando estes se submetem, justamente, às referências de cientificidade. De um movimento comum, o sujeito da ciência e o da psicanálise se entrecruzam em diversos aspectos, ao mesmo tempo em que têm diferenças radicais diante do real, do simbólico e do imaginário da clínica. Fazemos um levantamento da articulação entre tais aspectos, tendo como referência as obras de Freud, Lacan e outros autores, buscando examinar e afinar a noção do sujeito em psicanálise. Desse modo, pensamos fornecer mais um instrumento àqueles que sustentam o lugar da psicanálise na pólis, no intercâmbio com outros discursos. Concluímos que, muitas vezes, a psicanálise sustenta o surgimento do sujeito onde ninguém esperava.
Lacan`s idea that 'the subject psychoanalysis deals with is the subject of science' (1966), though well known in his milieu, requires skillful handling when it comes to articulating it with other discourses, specially when those discourses are submitted precisely to scientific references. Derived from a common movement, the subject of science and that of psychoanalysis interact in many aspects, but they also differ radically when confronted with the real, the symbolic and the imaginary of the clinic. This article verifies the link between those aspects, referring to Freud, Lacan and other authors, in order to examine and sharpen the concept of subject in psychoanalysis, so as to offer one more instrument to those who sustain the political function of psychoanalysis in the world, in the interchange with other discourses. We conclude that psychoanalysis may sustain unexpected appearances of the subject.
El postulado lacaniano según el cual ôel sujeto con el cual el psicoanálisis opera es el sujeto de la cienciaõ (1966), conocido en los medios lacanianos tiene, sin embargo, un desarrollo delicado cuando se trata de prodigarlo en articulación con otros discursos. En particular, cuando estos se someten, justamente, a las referencias de cientificidad. De un movimiento común, el sujeto de la ciencia y el del psicoanálisis se entrelazan en diversos aspectos, al mismo tiempo en que tienen diferencias radicales frente a lo real, a lo simbólico y a lo imaginario de la clínica. Hacemos un examen de la articulación entre tales aspectos, teniendo como referencia las obras de Freud, Lacan y otros autores, tratando de examinar y perfeccionar la noción del sujeto en el psicoanálisis. De este modo, pensamos en proporcionar un instrumento más para aquellos que sostienen que el lugar del psicoanálisis está en la pólis, en el intercambio con otros discursos. Concluimos que muchas veces el psicoanálisis sostiene el surgimiento del sujeto donde nadie esperaba.
Sujet(s)
Humains , Éthique , PsychanalyseRÉSUMÉ
O artigo trata da questão do sujeito sobre o qual operamos na psicanálise, sendo diferente daquele sujeito da psicologia clássica; nesta subjetividade estava fundada na consciência e nela se inscreve o eu. Esta visão do subjetivo, a referência à consciência como predominante, fazia parte do discurso psicológico vigente no século XIX. Na mesma veia corre a tradição cartesiana com o cogito: "Penso, logo existo". Desta visão do homem, a categoria da existência está atrelada à categoria do pensamento. O texto vai discorrer e demonstrar a passagem, a ruptura que se dá entre o sujeito do cogito e o sujeito do inconsciente.
The subject over which psychoanalysis operates is different from that of classic psychology, which centers on the study of mental faculties. Subjectivity, based in the consciousness, is where the I is manifest. This way of seeing the subjective, with reference to the predominance of consciousness, was an element of 19th century psychological discourse. From that same vein comes the Cartesian cogitation: "I think, therefore I am". This vision of man yokes the category of existence to the category of thought. The article will discuss the rupture that occurs between the subject of the cogitation and the subject of the unconscious.