RÉSUMÉ
Abstract Introduction The role of systemic marginalization in negatively impacting the health and wellbeing of individuals and populations is well-established. Although the profession has begun to address the impact of colonialism in clinical and educational contexts, these topics are less represented in the underpinning theories, models, and frameworks that guide research, practice, and education. Objective To identify and analyze peer-reviewed journal articles about professional theories, models, and frameworks describing justice-oriented constructs. Method We searched for journal articles published between 1971 and 2021 as indexed in PubMed/Medline, EMBASE, Scopus, PsycInfo, CINAHL, and Web of Science. We used the Levac et al. methodology and followed the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews extension (PRISMA-ScR) and the JBI Scoping Review Network. Included articles featured theories, models, frameworks that described justice-oriented constructs. Results Forty-five articles published from 1987 to 2021 met inclusion criteria. These included 19 models, 19 frameworks, five theories, and two paradigms. The majority of articles originated in Canada, the United States, and Australia and within the past 20 years. The most commonly described constructs were inclusion, culture, and occupational justice. Conclusion This scoping review provides an overview of publications describing theories, models, and frameworks in occupational therapy literature that include justice-oriented constructs. Although justice-oriented constructs were the central topic in 35 articles, the context was not explicitly connected to professional activity. Only seven articles discussed research, which reveals a major concern considering its foundational role in the profession.
Resumo Introdução O papel da marginalização sistémica no impacto negativo na saúde e no bem-estar dos indivíduos e das populações está bem estabelecido. Embora a profissão tenha começado a abordar o impacto do colonialismo em contextos clínicos e educacionais, estes tópicos estão menos representados nas teorias, modelos e enquadramentos subjacentes que orientam a investigação, a prática e a educação. Objetivo Identificar e analisar artigos de periódicos revisados por pares sobre teorias, modelos e estruturas profissionais que descrevem construtos orientados para a justiça. Método Pesquisamos artigos de periódicos publicados entre 1971 e 2021 indexados em PubMed/Medline, EMBASE, Scopus, PsycInfo, CINAHL e Web of Science. Usamos o Levac et al. metodologia e seguiumos a extensão Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses para extensão Scoping Reviews (PRISMA-ScR) e a JBI Scoping Review Network. Os artigos incluídos apresentavam teorias, modelos e estruturas que descreviam construções orientadas para a justiça. Resultados Quarenta e cinco artigos publicados de 1987 a 2021 preencheram os critérios de inclusão. Estes incluíram 19 modelos, 19 estruturas, cinco teorias e dois paradigmas. A maioria dos artigos teve origem no Canadá, nos Estados Unidos e na Austrália nos últimos 20 anos. Os construtos mais comumente descritos foram inclusão, cultura e justiça ocupacional. Conclusão Esta revisão de escopo fornece uma visão geral das publicações que descrevem teorias, modelos e estruturas na literatura de terapia ocupacional que incluem construtos orientados para a justiça. Embora os construtos orientados para a justiça tenham sido o tema central em 35 artigos, o contexto não estava explicitamente ligado à atividade profissional. Apenas sete artigos discutiram a pesquisa, o que revela uma grande preocupação considerando o seu papel fundacional na profissão.
RÉSUMÉ
Resumo Garantir a democracia na constituição do campo da Saúde Global (SG) requer a inclusão de perspectivas e ações sanitárias do que se convencionou chamar de "local". Aproximando os referenciais do Encontro de Saberes ao de Colonialidade, abordamos a implementação de Quitandas Solidárias por iniciativa de pescadores artesanais, no sul da Bahia, no enfrentamento de questões socioeconômicas e de saúde ligadas à pandemia de COVID-19. A triangulação de métodos caracterizou os trabalhos de campo, baseados na etnografia, pesquisa-ação e parceria com agentes locais na análise do material. A busca de efeitos simultaneamente sanitários, socioeconômicos, ambientais e educativos possibilitou relativa superação dos riscos presentes nas ações de SG como os de humanitarismo, controlismo, neoliberalismo e colonialismo. A iniciativa foi gerida pela organização política dos moradores da reserva, que captaram e manejaram recursos do Estado e da sociedade civil com autonomia e solidariedade, aliando os saberes tradicionais aos conhecimentos institucionais e tecnológicos do território. As experiências ditas locais contêm uma visão completa de mundo que não devem ser submetidas a uma categoria totalizante. A Saúde Global pode se beneficiar da consideração dos diversos mundos que constituem o seu objeto.
Abstract Ensuring democracy in establishing Global Health (GH) requires including health perspectives and actions of what is conventionally called "local". Edging closer to the references of the Meeting of Knowledges to those of Coloniality, we address the implementation of Solidary Greengrocers by the initiative of small-scale fishermen in the South of Bahia, Brazil, in facing socioeconomic and health issues related to the COVID-19 pandemic. The triangulation of methods characterized the fieldwork based on ethnography, action research, and partnership with local stakeholders in analyzing the material. The search for simultaneous health, socioeconomic, environmental, and educational effects allowed for overcoming the risks in GH actions such as humanitarianism, controlism, neoliberalism, and colonialism. The initiative was managed by the political organization of the residents of the reserve, who raised and managed State and civil society resources with autonomy and solidarity, combining traditional knowledge with institutional and technological knowledge of the territory. So-called local experiences contain a complete vision of the world that should not be submitted to a totalizing category. Global Health can benefit from considering the several worlds underlying its object.
RÉSUMÉ
Debatemos os rastros presentes na distopia de nossos laços sociais contemporâneos enquanto restos da colonialidade que sobrevivem em nossa cultura. Metodologicamente, recorremos a personagens do imaginário coletivo que interrogam o lugar do outro na cena social e na política. Compreendemos que os zumbis enquanto imagem mnêmica social trazem visibilidade às políticas de degradação do outro - sua dominação, seu extermínio, bem como da desmobilização política. A contextualização histórica e geográfica da origem e da construção desses personagens reforça a constatação da lógica colonizadora e escravagista ali presente, fundamentada nos modos de captura dos desejos, dos corpos e da vida dos sujeitos, culminando no efeito de obliteração das perspectivas de futuro. A figura do zumbi enquanto a lembrança encobridora do negro escravizado haitiano denuncia a desqualificação das lutas de libertação como nada mais que atos violentos de uma horda acéfala, bem como oferece a oportunidade de reinstituir a dignidade dos movimentos que visam à transformação social. Dentro de determinada perspectiva crítica, os zumbis passam a representar a imagem mnêmica social dos libertários que não cessam de lutar. Tornam-se a simbolização do impossível de governar; reagem ao destino certo da condição de mortos, recuperando a potência de construção de um comum na alteridade.
We discuss the traces present in the dystopia of our contemporary social ties as remnants of coloniality that survive in our culture. Methodologically, we resort to characters from the collective imaginary that question the place of the other in social and political scene. We understand that zombies as a social mnemic image bring visibility to the policies of degradation of the othertheir domination, their extermination, as well as political demobilization. The historical and geographic contextualization of the origin and construction of these characters reinforces the presence of the colonizing and slavery logic there, based on the ways of capturing the subjects' desires, bodies and lives, culminating in the effect of obliterating the prospects for the future. The figure of the zombie as a screen-memory of the enslaved black-Haitian denounces the disqualification of liberation struggles as nothing more than violent acts by an acephalous horde, as well as offers the opportunity to bring back the dignity of movements that claims for social transformation. Within a certain critical perspective, the zombies come to represent the social mnemic image of libertarians who never stop fighting. They become the symbolization of the impossible to govern; they react to dead condition as a fate, recovering the power to build a common in otherness.
Discutimos los rastros presentes en la distopía de nuestros lazos sociales contemporáneos como restos de colonialidad que perviven en nuestra cultura. Metodológicamente, recurrimos a personajes del imaginario colectivo, que cuestionan el lugar del otro en la escena social y en la política. Entendemos que los zombis como imagen mnémica social visibilizan las políticas de degradación del otro - su dominación, su exterminio, así como la desmovilización política. La contextualización histórica y geográfica del origen y de construcción de estos personajes refuerza la constatación de la lógica colonizadora y esclavista allí presente, basada en los modos de captura de los deseos, cuerpos y vida de los sujetos, culminando en el efecto de obliteración de perspectivas futuras. La figura del zombi como recuerdo encubridor del negro haitiano esclavizado denuncia la descalificación de las luchas de liberación como nada más que actos violentos de una horda acéfala, además de ofrecer la oportunidad de restituir la dignidad de los movimientos que aspiran a la transformación social. Dentro de cierta perspectiva crítica, los zombis vienen a representar la imagen mnémica social de los libertarios que no cesan de luchar. Se convierten en la simbolización del imposible de gobernar; reaccionan ante el destino cierto de la condición de los muertos, recuperando la potencia de construir un común en la alteridad.
Sujet(s)
Psychanalyse , 1766 , Colonialisme , Films , Déshumanisation , EsclavageRÉSUMÉ
Resumo Elevada a um patamar de legitimidade juntamente com a ordem social global do capitalismo, a ciência moderna descreve e prescreve padrões sobre a ética do cuidado, a estética dos corpos e os desenhos das políticas de saúde. Este estudo objetiva analisar o campo da saúde à luz das teorias pós-coloniais e de políticas públicas, apresentando o desafio da interdisciplinaridade como contraponto ao establishment. Trata-se de uma revisão compreensiva de literatura sobre as políticas públicas e as teorias pós-coloniais, explorando produções da área com o intuito de desvelar dinâmicas e tendências atuais. Para as análises, adotou-se um referencial teórico decolonial visando explorar perspectivas da ética, estética e política no campo da saúde. A dimensão cuidadora do trabalho em saúde tem sido minimizada em detrimento de um profissionalismo permeado de distanciamento emocional e neutralidade, que está cada vez mais centrado em avanços tecnológicos. Na busca por "cuidado à saúde", os indivíduos carregam demandas social e cientificamente construídas, tendo seus saberes, muitas vezes, deslegitimados. Perante a agenda neoliberal em curso torna-se imperativo discernir os desafios que cercam o sistema saúde brasileiro e fortalecer os saberes culturais locais.
Abstract Raised to a level of legitimacy in synch with the global social order of capitalism, modern science describes and prescribes standards for the ethics of care, aesthetic consideration of bodies, and for the layouts of health policies. This study aims to analyze the health field in the light of postcolonial and public policy theories, presenting the challenge of interdisciplinarity as a counterpoint to the establishment. This is a comprehensive review of literature on public policies and postcolonial theories, exploring the main productions of the area in order to unveil current dynamics and trends. A decolonial theoretical framework was adopted to explore perspectives of ethics, aesthetics and politics in the health field. The caring practices dimension of health work has been minimized in detriment of a professionalism impregnated by emotional distancing and neutrality, which is increasingly focus on technological innovations. In search for "health care", the individuals carry socially and scientifically constructed demands, but their knowledge is often delegitimized. Given the current neoliberal agenda, it is imperative to discern the challenges surrounding the Brazilian health system and to strengthen local cultural knowledge.
RÉSUMÉ
Abstract Introduction Increasingly, occupational therapists and scientists across the globe are calling for a shift away from individualised western medical approaches, to working with communities and collectives, and in the social field. This signals the growing motivation to engage in socially responsive and transformative practices that address political structures and oppressive colonial systems. Objective The purpose of our Community of Practice (CoP) was to explore and describe the epistemologies, vocabularies, and understandings that underpin community development and social occupational therapy within diverse global contexts to advance theoretical perspectives and practices. Method As a CoP of occupational therapy and science scholars situated in four countries (Australia, Brazil, Canada, and South Africa), we met virtually bi-monthly from March 2020 to January 2023. Scholarly work involved critical narrative literature reviews, reflexive presentations, group dialogues, and individual and collective reflections and analyses. Results Individual narratives, four thematic threads, and a selection of vocabularies and epistemologies are presented. The thematic threads were: Connecting and making space for decolonial praxis, Questioning the disconnect between occupational therapy practice and contexts, Examining vocabularies that shape contextually relevant practice, and Engaging a reflexive stance to work towards equity, justice and social rights. Conclusions Generating knowledge that supports ways of knowing, being and doing reflective of multiple languages, sciences, and contexts will strengthen occupational therapy. Maintaining the pluriversal and resisting 'one size fits all' approaches to human occupation/everyday life is essential. This paper offers practitioners a catalyst for initiating decolonising praxis for learning across global contexts.
Resumo Introdução De modo crescente, terapeutas ocupacionais mundialmente estão discutindo mudanças das abordagens médicas ocidentais individualizadas para o trabalho com comunidades, coletivos e no campo social. Isto sinaliza uma motivação crescente para se engajar em práticas socialmente responsivas e transformadoras que abordem estruturas políticas e sistemas coloniais opressores. Objetivo Explorar e descrever epistemologias, vocabulários e entendimentos que sustentam a teoria de desenvolvimento de comunidades e da terapia ocupacional social, em diversos contextos globais para avançar em perspectivas teóricas e práticas. Método A partir de uma Comunidade de Prática de terapeutas ocupacionais e acadêmicos situados em quatro países (Austrália, Brasil, Canadá e África do Sul), nos reunimos virtualmente bimestralmente de março de 2020 até janeiro de 2023. Nosso trabalho envolveu revisões narrativas críticas da literatura, apresentações reflexivas, diálogos em grupo e reflexões e análises individuais e coletivas. Resultados Foram escolhidos quatro fios temáticos e uma seleção de vocabulários e epistemologias: Conectando e abrindo espaço para a práxis decolonial, Questionando a desconexão entre a prática da terapia ocupacional e os contextos, Examinando vocabulários que moldam a prática contextualmente relevante e Engajando uma postura reflexiva para trabalhar em direção à equidade, justiça e direitos sociais. Conclusões A geração de conhecimento reflexivo que sustente formas de saber, ser e fazer requer múltiplas linguagens, ciências e contextos que fortalecem a terapia ocupacional. É essencial manter a pluriversalidade e resistir a abordagens únicas para trabalhar com a ocupação humana/vida cotidiana. Este artigo oferece um catalisador para iniciar uma práxis descolonizadora de aprendizado em contextos globais.
RÉSUMÉ
Resumo O estudo tem como objetivo explorar as persistências e reinvenções de um saber-poder que, através do racismo criminológico, vem operando pela estatização da morte da juventude negra e favelada. Neste sentido, o artigo analisa como o "medo branco" tem sido um histórico operador político que busca legitimar o controle racial no Brasil desde a abolição formal da escravatura, através de políticas criminais e urbanas. Com o objetivo de destacar a persistência do racismo criminológico, busca-se intercalar discussões sobre a necropolítica nas atuais racionalidades da segurança pública e o colonialismo presente nas chacinas policiais em territórios favelados e periféricos. Discute-se, assim, a necessidade de uma criminologia antirracista com a convocação da Psicologia Social a assumir seu irrecusável compromisso ético-político do antirracismo.
Resumen El estudio tiene como objetivo explorar la persistencia y las reinvenciones de un poder-conocimiento que, a través del racismo criminológico, ha operado mediante la nacionalización de la muerte de la juventud negra y chabolista. En este sentido, el artículo analiza cómo el "miedo blanco" ha sido un operador político histórico que busca legitimar el control racial en Brasil desde la abolición formal de la esclavitud, a través de políticas criminales y urbanas. Con el propósito de resaltar la persistencia del racismo criminológico, se busca intercalar discusiones sobre la necropolítica en las racionalidades actuales de la seguridad pública y el colonialismo presente en las masacres policiales en territorios chabolistas y periféricos. Así, se discute la necesidad de una criminología antirracista con el llamado a que la Psicología Social asuma su irrefutable compromiso ético-político con el antirracismo.
Abstract The study aims to explore the persistence and reinventions of a knowledge-power that, through criminological racism, has been operating towards the nationalization of the death of black and slum youth. In this sense, the article analyzes how "white fear" has been a historical political operator that seeks to legitimize racial control in Brazil since the formal abolition of slavery, through criminal and urban policies. With the purpose of highlighting the persistence of criminological racism, we seek to insert discussions about necropolitics in current rationalities of public security and the colonialism present in police massacres in slum and peripheral territories. Therefore, the need for an anti-racist criminology is discussed with the call for Social Psychology to assume its irrefutable ethical-political commitment to anti-racism.
RÉSUMÉ
RESUMO O objetivo do presente ensaio é refletir acerca da ideia de uma condição colonizada das investigações em atividade física e saúde, bem como, sobre a urgência de uma agenda decolonial para o desenvolvimento de pesquisas nesta área. Assumimos que o método epidemiológico hegemônico tem sido reproduzido acriticamente e de forma submissa. Propomos, assim, romper com a colonização deste saber epidemiológico do Norte global para resolvermos nossos próprios problemas de pesquisa. Para tanto, entendemos ser urgente refletirmos sobre uma epistemologia decolonial que não esteja atrelada à perspectiva dos fatores de risco, escute com as demandas das populações, bem como, contribua para superar as iniquidades nas quais as populações estão expostas.
ABSTRACT The objective of this essay is to reflect on the idea of a colonized condition of investigations in physical activity and health, as well as on the urgency of a decolonial agenda for the development of research in this area. We assume that the hegemonic epidemiological method has been reproduced uncritically and submissively. We propose, therefore, to break with the colonization of this epidemiological knowledge of the global North in order to solve our own research problems. Therefore, we understand that it is urgent to reflect on a decolonial epistemology that is not linked to the perspective of risk factors, listens to the demands of the populations, as well as contributes to overcoming the iniquities to which populations are exposed.
RESUMEN El objetivo de este ensayo es reflexionar sobre la idea de una condición colonizada de las investigaciones en actividad física y salud, así como sobre la urgencia de una agenda decolonial para el desarrollo de investigaciones en esta área. Suponemos que el método epidemiológico hegemónico ha sido reproducido acrítica y sumisamente. Proponemos, por tanto, romper con la colonización de este saber epidemiológico del Norte global para resolver nuestros propios problemas de investigación. Por tanto, entendemos que es urgente reflexionar sobre una epistemología decolonial que no se vincule a la perspectiva de los factores de riesgo, escuche las demandas de las poblaciones, así como contribuya a la superación de las iniquidades a las que están expuestas las poblaciones.
RÉSUMÉ
RESUMO: O objetivo desse artigo é utilizar a psicanálise como instrumental hermenêutico para elucidar a diferença constituinte de duas vertentes no interior do pensamento crítico ao colonialismo. A estratégia de investigação assim proposta ambiciona fazer a psicanálise operar como um termo a partir do qual se estruturam dois grupos, representados nesse trabalho por, de um lado, Walter D. Mignolo; e, de outro, Edward W. Said e Gayatri C. Spivak. A apropriação que esses autores fazem da psicanálise permitirá orientar nossa leitura na detecção do modo como compreendem a correlação colonizador/colonizado, adotando ou recusando uma ancoragem geopolítica como condição disjuntiva entre essas categorias/posições.
ABSTRACT: This paper aimed to use psychoanalysis as a hermeneutic tool to elucidate two divergent strands of thought within critical thinking about colonialism. The research strategy proposed aims to make psychoanalysis operate as a source from which two groups are structured, represented in this work by, on the one hand, Walter D. Mignolo and, on the other, Edward W. Said and Gayatri C. Spivak. The appropriation these authors made of psychoanalysis will allow us to guide our reading in detecting the way they understand the colonizer/colonized correlation, adopting or refusing a geopolitical anchoring as a disjunctive condition between these categories/positions.
Sujet(s)
Isolement social , Deuil (perte) , Colonialisme , TristesseRÉSUMÉ
RESUMO O presente artigo apresenta uma reflexão sobre o ancoramento científico da pesquisa e das práticas psicodramáticas, questionando a perspectiva colonial/moderna predominante no universo da ciência ocidental, e sugerindo uma aproximação com o pensamento decolonial que se desenvolve no século XXI, em que são retomadas epistemologias historicamente desconsideradas, como aquela em que se situam os princípios filosóficos morenianos. As questões discutidas acerca da pesquisa em Psicodrama podem ser transportadas para o campo das práticas, gerando questionamentos quanto ao lugar do psicodramatista na relação com o outro, a forma de elaboração dos problemas/hipóteses terapêuticas e o que se espera das intervenções, situando-as para além dos binarismos tradicionais modernos.
ABSTRACT This article reflects on the scientific anchoring of psychodramatic research and practice, questioning the colonial/modern perspective prevailing in the universe of Western science, and suggesting an approach to the decolonial thinking developed in the 21st century, in which historically disregarded epistemologies are resumed, such as the one in which the philosophical principles of Moreno's work are located. The questions discussed about research in Psychodrama can be transported to the field of practices, generating questions related to the place of the psychodramatist in the relationship with the other, the way of elaborating the therapeutic problems/hypotheses and what is expected of the interventions, placing them beyond traditional modern binarisms.
RESUMEN Este artículo reflexiona sobre el anclaje científico de la investigación y la práctica psicodramática, cuestionando la perspectiva colonial/moderna predominante en el universo de la ciencia occidental, y proponiendo una aproximación al pensamiento decolonial que se desarrolla en el siglo XXI, en el que se retoman epistemologías históricamente desconsideradas, como aquél en el que se ubican los principios filosóficos de la obra Moreniana. Las cuestiones discutidas sobre la investigación en Psicodrama pueden ser transportadas al campo de las prácticas, generando interrogantes sobre el lugar del psicodramatista en la relación con el otro, la forma de elaborar los problemas/hipótesis terapéuticas y lo que se espera de las intervenciones, ubicándolas más allá de los binarismos modernos tradicionales.
RÉSUMÉ
Resumo Em que consiste a sociogenia apresentada por Frantz Fanon e quais as suas implicações para a compreensão dos modos de subjetivação em uma sociabilidade marcada pelo racismo e a desumanização? Este estudo estabelece um diálogo entre escritos de Sigmund Freud e Fanon para propor que a experiência colonial imprime um tipo particular de estranhamento, aqui nomeado como mal-estar colonial. O sofrimento sociopolítico resultante do racismo antinegro contemporâneo se expressa a partir de um duplo mal estar. Soma-se, ao mal-estar relativo ao desassossego dos indivíduos diante do preço a pagar pela pertença e segurança no laço social, a recusa do reconhecimento de sua pertença e do seu direito de usufruto do pacto social, travestido de pacto civilizatório. Este estudo, baseado na gênese social e política do sofrimento humano na sociabilidade colonial, considera que a perspectiva clínico-política implicada se alia à análise sociológica para atentar às dimensões singulares e universais do sujeito.
Resumen ¿En qué consiste la sociogenia presentada por Frantz Fanon y cuáles son sus implicaciones para comprender los modos de subjetivación en una sociabilidad marcada por el racismo y la deshumanización? Este estudio establece un diálogo entre los escritos de Sigmund Freud y Fanon para proponer que la experiencia colonial imprime un tipo particular de extrañamiento, aquí denominado malestar colonial. El sufrimiento sociopolítico resultante del racismo antinegro contemporáneo se expresa a través de un doble malestar. Al malestar relacionado con la inquietud de los individuos ante el precio a pagar por la pertenencia y la seguridad en el vínculo social se suma la negativa a reconocer su pertenencia y su derecho a disfrutar del pacto social, disfrazado de pacto civilizador. Este estudio, basado en la génesis social y política del sufrimiento humano en la sociabilidad colonial, considera que la perspectiva clínico-política involucrada se combina con el análisis sociológico para a las dimensiones singulares y universales del sujeto.
Abstract What does the sociogeny presented by Frantz Fanon consist of and what are its implications for understanding the modes of subjectivation in a sociability marked by racism and dehumanization? This study establishes a dialogue between the writings of Sigmund Freud and Fanon to propose that the colonial experience imprints a particular type of estrangement, here named as colonial malaise. The sociopolitical suffering resulting from contemporary anti-black racism is expressed through a double discomfort. Added to the discomfort related to the uneasiness of individuals regarding the price to pay for belonging and security in the social bond is the refusal to recognize their belonging and their right to enjoy the social pact, disguised as a civilizing pact. This study, based on the social and political genesis of human suffering in colonial sociability, considers that the clinical-political perspective involved is combined with sociological analysis to address both singular and universal dimensions of the subject.
Sujet(s)
Psychanalyse , Colonialisme , Racisme , EmbarrasRÉSUMÉ
Neste artigo, discuto as "agências" peculiares atribuídas à criança/infância sob o neoliberalismo como um sintoma de suas crises e antagonismos, com foco também nas lutas práticas e solidariedades que tais análises podem promover e oferecer. Especificamente, o tema deste dossiê se alinha com uma abordagem que denominei "Criança como método", que analisa a dinâmica geopolítica e as interseções performadas e resistidas pelas práticas em torno das crianças e da infância. Começarei delineando pontos de partida para a discussão que se segue, tais como a relação entre a criança e o (neo)liberalismo e a criança como um local de consumo/exposição. Descrevo as maneiras pelas quais a criança, como uma cifra para o sujeito europeu do capitalismo moderno tardio, esteve alinhada com o imperialismo, o colonialismo e o capitalismo racial extrativista como uma leitura particular de "Sua Majestade, o Bebê" de Freud. Em seguida, exploro uma série de posições (inclusive afetivas) de sujeito atribuídas às crianças (que, às vezes, as próprias crianças podem ocupar) como uma expressão dos compromissos da "Criança como método" para mapear como a "criança" reflete e contribui para a dinâmica geopolítica transnacional, no serviço de identificar novas possibilidades e relações subjetivas.
In this article, I discuss the peculiar 'agencies' attributed to the child/childhood under neoliberalism as a symptom of its crises and antagonisms, with a focus also on practical struggles and solidarities such analyses might promote/afford. Specifically, the theme of this Special Issue aligns with an approach I have named 'Child as method', which analyses the geopolitical dynamics and intersections performed and resisted by practices around children and childhood. I will start by outlining key starting points for the discussion that follows, such as the relation between the child and (neo)liberalism, and the child as a site of consumption/display. I outline the ways the child, as a cypher for the modern late capitalist European subject, has been aligned with imperialism, colonialism and extractive racial capitalism as a particular reading of Freud's 'His Majesty the Baby'. Following this, I explore a range of subject (including affective) positions accorded children (which children themselves may sometimes occupy), as an expression of Child as Method's commitments to map how 'child' reflects and contributes to transnational geopolitical dynamics, in the service of identifying new subjective possibilities and relations.
En este artículo, discuto las peculiares "agencias" atribuidas al niño/la infancia en el marco del neoliberalismo como síntoma de sus crisis y antagonismos, centrándome también en las luchas y solidaridades prácticas que tales análisis podrían promover/permitir. En concreto, el tema de este número especial se ajusta a un enfoque que he denominado "El niño como método", que analiza específicamente las dinámicas y intersecciones geopolíticas realizadas y resistidas por las prácticas en torno a los niños y la infancia. Comenzaré esbozando puntos de partida clave para el debate que sigue, como la relación entre el niño y el (neo)liberalismo, y el niño como lugar de consumo/exhibición. Describo las formas en que el niño, como una cifra para el sujeto europeo del capitalismo tardío moderno, ha sido alineado con el imperialismo, el colonialismo y el capitalismo racial extractivo como una lectura particular de 'Su Majestad el Bebé' de Freud. A continuación, exploro una variedad de posiciones de sujeto (incluidas las afectivas) otorgadas a los niños (que los propios niños a veces pueden ocupar), como una expresión de los compromisos de Child as Method para mapear cómo el 'niño' refleja y contribuye a la dinámica geopolítica transnacional, al servicio de identificar nuevas posibilidades y relaciones subjetivas.
Sujet(s)
Humains , Enfant , Politique , Psychologie , Colonialisme , Capitalisme , NarcissismeRÉSUMÉ
In this article, I discuss the peculiar 'agencies' attributed to the child/childhood under neoliberalism as a symptom of its crises and antagonisms, with a focus also on practical struggles and solidarities such analyses might promote/afford. Specifically, the theme of this Special Issue aligns with an approach I have named 'Child as method', which analyses the geopolitical dynamics and intersections performed and resisted by practices around children and childhood. I will start by outlining key starting points for the discussion that follows, such as the relation between the child and (neo)liberalism, and the child as a site of consumption/display. I outline the ways the child, as a cypher for the modern late capitalist European subject, has been aligned with imperialism, colonialism and extractive racial capitalism as a particular reading of Freud's 'His Majesty the Baby'. Following this, I explore a range of subject (including affective) positions accorded children (which children themselves may sometimes occupy), as an expression of Child as Method's commitments to map how 'child' reflects and contributes to transnational geopolitical dynamics, in the service of identifying new subjective possibilities and relations.
Neste artigo, discuto as "agências" peculiares atribuídas à criança/infância sob o neoliberalismo como um sintoma de suas crises e antagonismos, com foco também nas lutas práticas e solidariedades que tais análises podem promover/oferecer. Especificamente, o tema deste dossiê se alinha com uma abordagem que denominei "Criança como método", que analisa a dinâmica geopolítica e as interseções performadas e resistidas pelas práticas em torno das crianças e da infância. Começarei delineando pontos de partida para a discussão que se segue, tais como a relação entre a criança e o (neo)liberalismo e a criança como um local de consumo/exposição. Descrevo as maneiras pelas quais a criança, como uma cifra para o sujeito europeu do capitalismo moderno tardio, esteve alinhada com o imperialismo, o colonialismo e o capitalismo racial extrativista como uma leitura particular de "Sua Majestade, o Bebê" de Freud. Em seguida, exploro uma série de posições (inclusive afetivas) de sujeito atribuídas às crianças (que às vezes as próprias crianças podem ocupar) como uma expressão dos compromissos da "Criança como método" para mapear como a "criança" reflete e contribui para a dinâmica geopolítica transnacional, no serviço de identificar novas possibilidades e relações subjetivas.
En este artículo, discuto las peculiares "agencias" atribuidas al niño/la infancia en el marco del neoliberalismo como síntoma de sus crisis y antagonismos, centrándome también en las luchas y solidaridades prácticas que tales análisis podrían promover/permitir. En concreto, el tema de este número especial se ajusta a un enfoque que he denominado "El niño como método", que analiza específicamente las dinámicas y intersecciones geopolíticas realizadas y resistidas por las prácticas en torno a los niños y la infancia. Comenzaré esbozando puntos de partida clave para el debate que sigue, como la relación entre el niño y el (neo)liberalismo, y el niño como lugar de consumo/exhibición. Describo las formas en que el niño, como una cifra para el sujeto europeo del capitalismo tardío moderno, ha sido alineado con el imperialismo, el colonialismo y el capitalismo racial extractivo como una lectura particular de 'Su Majestad el Bebé' de Freud. A continuación, exploro una variedad de posiciones de sujeto (incluidas las afectivas) otorgadas a los niños (que los propios niños a veces pueden ocupar), como una expresión de los compromisos de Child as Method para mapear cómo el 'niño' refleja y contribuye a la dinámica geopolítica transnacional, al servicio de identificar nuevas posibilidades y relaciones subjetivas.
Sujet(s)
Humains , Enfant , Politique , Psychologie , Colonialisme , Capitalisme , NarcissismeRÉSUMÉ
Resumen (analítico) La investigación se pregunta cómo las y los «jóvenes¼ procedentes de comunidades quechuas surandinas del Perú construyen su «ser joven¼ en contextos de imposición neocolonial/neoliberal y, a la vez, de resistencias cerca y lejos de sus lugares de origen. Se realizó desde la postura decolonial con la metodología investigación-acción participativa adaptada al mundo de jóvenes de comunidades de Apurímac, Huancavelica y Ayacucho. Se constata que son afectados por imposiciones de la sociedad nacional, que a través de servicios y políticas públicas les proyectan una manera homogénea y hegemónica de ser joven que tiende a distanciarlos de sus familias y comunidades. La crianza en su cosmovisión será fuente de sus resistencias y les permitirá recuperar sus raíces por la vía de la lengua originaria y de la espiritualidad andina.
Abstract (analytical) This study asks how "young people" from the Quechua communities in Southern Peru construct "being young" in contexts involving neocolonial / neoliberal imposition and, at the same time, of acts of resistance both near and far from their places of origin. It was carried out using a decolonial position through the Participatory Action Research methodology adapted to the worlds of "young people" in the communities of Apurímac, Huancavelica and Ayacucho. The research identified that these young people are affected by impositions from Peruvian society, as government services and public policies project a homogeneous and hegemonic way of being young that tends to distance them from their families and communities. An upbringing based on their worldview will be the source of their resistance and will allow them to recover their roots through native language and Andean spirituality.
Resumo (analítico) A pesquisa questiona como os "jovens" das comunidades quíchuas do sul do Peru constroem seu "ser jovem" em contextos de imposição neocolonial / neoliberal e, ao mesmo tempo, de resistência perto e longe de seus lugares de origem. Foi realizado a partir da posição descolonial com a metodologia da Pesquisa-Ação Participativa adaptada ao mundo dos jovens das comunidades de Apurímac, Huancavelica e Ayacucho. Constata-se que são afetados por imposições da sociedade nacional, que por meio de serviços e políticas públicas os projetam de uma forma homogênea e hegemônica de ser jovem que tende a distanciarse de suas famílias e comunidades. A formação em sua visão de mundo será a fonte de sua resistência e permitirá que recuperem suas raízes por meio da língua nativa e da espiritualidade andina.
Sujet(s)
Politique publique , Recherche , Famille , Adolescent , Spiritualité , Langage , LangueRÉSUMÉ
Resumo Vivemos numa sociedade em que a existência está diretamente associada a visibilidade dos indivíduos. As construções narrativas que validam este processo trabalham com imagens e vídeos que projetam e constroem as nossas vivências em múltiplas plataformas digitais. Através delas é possível mapear boa parte de nossas ações e interações. Esses dados são valiosos indicativos de nosso comportamento social e emocional diante de variados temas e situações. As plataformas digitais utilizam essas informações na dinâmica do capitalismo de dados, extraindo valor a partir de mecanismos automatizados de coleta e operados por sujeitos algorítmicos. Por meio da organização de Big Data novos padrões de consumo são estimulados através de entregas customizadas para determinados grupos de pessoas interconectadas. Este estudo mostra as características deste processo operado em ambientes heterotópicos em que o espaço-tempo é formatado pela lógica das plataformas. Além disso, será apresentado um panorama sobre como esse artifício se tornou possível por causa da necessidade de relevância em que a autonomia do indivíduo nas redes é proporcional a sua submissão as regras de vigilância e exploração econômica. Através desta premissa este estudo apresenta dados recentes sobre a relação de confiança dos brasileiros nestas plataformas digitais que, paradoxalmente, ocupam lugar de destaque como fonte de informação primordial para boa parte da população no Brasil.
Abstract We live in a society in which the existence is directly associated with the visibility of the individuals. The narrative constructions that validate these processes work with images and videos that project and build our experiences on multiple digital platforms. Through them it is possible to map part of our actions and interactions. These data are valuable indicators of our social and emotional behavior in the face of many themes and situations. Digital platforms use this information in the dynamic of data capitalism, extracting value from automated collection mechanisms operated by algorithmic subjects. Through the Big Data organization, consumption patterns are stimulated through customized deliveries for certain groups of interconnected people. This study shows the characteristics of this process operated in heterotopic environments in which space-time is operated by the platform logic. In addition to that, an overview will be presented on how this artifice became possible because of the need for relevance in which the individuals autonomy in networks is proportional to their submission to the rules of surveillance and economic exploitation. Through this premise, this study also presents recent data on the trust relationship of Brazilians in these digital platforms that, paradoxically, occupy a prominent place as a primary source of information for a large part of the population in Brazil.
Resumen Vivimos en una sociedad en la que la existencia está directamente asociada a la visibilidad de los individuos. Las construcciones narrativas que validan este proceso funcionan con imágenes y vídeos que proyectan y construyen nuestras experiencias en múltiples plataformas digitales. A través de ellos es posible mapear la mayoría de nuestras acciones e interacciones. Estos datos son valiosos indicadores de nuestro comportamiento social y emocional ante diversos temas y situaciones. Las plataformas digitales utilizan esta información en la dinámica del capitalismo de datos, extrayendo valor de los mecanismos de recogida automatizada operados por sujetos algorítmicos. A través de la organización de Big Data se estimulan nuevos patrones de consumo mediante entregas personalizadas a determinados grupos de personas interconectadas. Este estudio muestra las características de este proceso operado en entornos heterotópicos en los que el espacio-tiempo está formateado por la lógica de las plataformas. Además, se presentará una visión general de cómo este artificio fue posible debido a la necesidad de relevancia en la que la autonomía del individuo en las redes es proporcional a su sometimiento a las reglas de vigilancia y explotación económica. A través de esta premisa, este estudio presenta datos recientes sobre la relación de confianza de los brasileños en estas plataformas digitales que, paradójicamente, ocupan un lugar destacado como fuente primaria de información para gran parte de la población en Brasil.
Sujet(s)
Integrated advanced information management systems (USA)/statistiques et données numériques , Comportement du consommateur , Réseautage social , Mégadonnées , BrésilRÉSUMÉ
Resumen El artículo reflexiona sobre la circulación de conocimiento en torno a las plantas de quina. Francisco José de Caldas y Alexander von Humboldt se interesaron por su taxonomía, distribución, comercio, explotación, producción y conservación. Las observaciones del primero fueron mejores, pero sus aportes fueron silenciados por el segundo y por otros actores como José Celestino Mutis. Caldas cambió desde una posición pasiva y de aceptada subalternidad, hasta una de reclamo, pero sus argumentos no tuvieron mayor difusión, en parte porque sus resultados no favorecían intereses comerciales y carecía de redes. Caldas usó dispositivos similares a los de Humboldt para apropiar y sistematizar conocimientos sobre las quinas, silenciando a varias fuentes.
Abstract This article examines the circulation of knowledge about Cinchona plants. Francisco José de Caldas and Alexander von Humboldt were interested in their taxonomy, distribution, trade, exploitation, production and conservation. The former's observations were better, but his contributions were silenced by Humboldt and other actors such as José Celestino Mutis. Caldas changed from a passive position of accepted subordination to one of self-advocacy, but his arguments were not widely publicized, in part because his results did not favor commercial interests and he lacked connections. Caldas used similar techniques to Humboldt to appropriate and systematize knowledge about cinchonas, silencing various sources.
Sujet(s)
Recherche , Connaissances, attitudes et pratiques en santé , Cinchona , Diffusion de l'information , Botanique , Histoire du 19ème siècleRÉSUMÉ
Resumo Este relato é um aprofundamento teórico a partir das práticas de estágio remoto de terapia ocupacional junto ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de um território do município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. As práticas estão referenciadas pelas terapias ocupacionais do sul e pelas perspectivas feministas decoloniais. Durante o estágio, foram realizados acompanhamentos singulares, um grupo virtual com usuárias do CRAS e um grupo formativo voltado para trabalhadoras dessa instituição. Por meio das intervenções, tivemos acesso às histórias de vida marcadas por opressões de gênero. Com o auxílio de Patrícia Hill Collins, entendemos como as imagens de controle operavam nas atividades cotidianas das mulheres, sobretudo atividades relacionadas ao cuidado. As intervenções encontraram suporte no paradigma ameríndio da tradução, sublinhando o equívoco como fundamento do cuidado em terapia ocupacional. Propusemos as Atividades de Tradução Cultural como método de intervenção terapêutico-ocupacional, que prevê e se utiliza da diferença cultural em prol de novas formas de experimentação, conscientização, coletivização e incitamento ao enfrentamento das opressões.
Abstract This experience report is a theoretical deepening of the practices of remote internship in Occupational Therapy (OT) at the Social Assistance Reference Center (CRAS) of territory in the municipality of Pelotas, State of Rio Grande do Sul, Brazil. The practices are based on the Occupational Therapy of the South and decolonial feminist perspectives. During the internship, individual interventions, a virtual group with women users of the CRAS, and a training group focused on workers from the same institution were carried out. Through these interventions, we had access to life stories marked by gender oppression. Supported by Patricia Hill Collins's theory, we understood how the images of control impacted those women's daily activities, especially those related to care. The interventions found support in the Amerindian paradigm of translation, underlining misunderstanding as the foundation of care in OT. We proposed Cultural Translation Activities as a method of occupational-therapeutic intervention that foresees and uses the cultural difference in favor of new forms of experimentation, awareness, collectivization, and incitement to face oppression.
RÉSUMÉ
ABSTRACT In this article, the authors conduct a historical review of recent philosophies influencing the Occupational Therapy profession in the United States (analytic philosophy and Continental varieties such as neopragmatism). Four philosophical categories are explored: epistemology, axiology, ontology, and praxis. The dominant strand of analytic philosophy is characterized by reductionist views of knowledge and reality, with little sustained attention to ethics and practical action. Competing but lesser recognized Continentally-inspired philosophies offer a critical and more phenomenological approach which values human subjectivities, narratives, and social agency. The authors argue that the dominance of analytic philosophy has created the intellectual foundations for neoliberalism to thrive and permeate the profession of Occupational Therapy in its curricula, practice models, reimbursement systems, and research agenda. As this Northern (United States) version of Occupational Therapy expands globally, the danger exists for professional neocolonialism to occur which can negatively influence or contradict more local ways of knowing and doing. The article concludes by offering strategies to unmask, disentangle, and dismantle Occupational Therapy from its Northern roots towards wider acceptance of Southern epistemologies, ethics, and collective action.
RESUMO Neste artigo, os autores apresentam uma visão histórica das filosofias recentes que influenciaram a profissão da terapia ocupacional nos Estados Unidos da América (variantes da Filosofia Analítica e Continental, como o neopragmatismo). Quatro categorias filosóficas são exploradas: epistemologia, axiologia, ontologia e práxis. A vertente dominante da filosofia analítica é caracterizada pela visão reducionista do conhecimento e da realidade, com pouca atenção voltada para a ética e ação prática. Competindo com ela, mas com menor reconhecimento, correntes inspiradas na filosofia continental oferecem uma abordagem crítica e mais fenomenológica que valoriza a subjetividade humana, as narrativas e a agência social. Os autores argumentam que o domínio da filosofia analítica criou as bases intelectuais para o neoliberalismo prosperar e permear a profissão da terapia ocupacional em seus currículos, modelos de prática, sistemas de reembolso e agenda de pesquisa. À medida que esta versão do Norte (Estados Unidos) da terapia ocupacional se expande globalmente, existe o perigo de ocorrer o neocolonialismo profissional, que pode influenciar negativamente ou contradizer formas mais locais de saber e de fazer. O artigo conclui oferecendo estratégias para desmascarar, desembaraçar e desmantelar a terapia ocupacional de suas raízes do Norte em direção a uma ampla aceitação das epistemologias do Sul, da ética e da ação coletiva.
RÉSUMÉ
Resumo Este ensaio tem como objetivo apresentar o conceito de interseccionalidade, proposto a partir do feminismo negro, como ferramenta de pesquisa e análise, epistêmica e prática, para a terapia ocupacional brasileira e latino-americana. Partindo da ideia de amefricanidade, conceito apresentado por Lélia Gonzalez, como categoria para pensar a vivência de pessoas negras e indígenas localizadas num território colonizado, propomos reflexões para a terapia ocupacional aproximar-se das ocupações negras e indígenas, compreendendo os processos de ruptura e exclusão a partir das desigualdades raciais. Apresentamos reflexões do contexto internacional sobre interseccionalidade e colonialidade para a terapia ocupacional. Sem intenção de encerrar o debate, mas sim de reunir discussões já iniciadas, concluímos que o conceito de interseccionalidade interessa à terapia ocupacional à medida que auxilia a compreensão dos atuais processos de opressão diante do complexo sistema de opressão colonial, cis-heteronormativa, patriarcal, neoliberal, capitalista e capacitista, como compromisso ético e responsabilização técnica e profissional.
Abstract This essay aims to present the concept of intersectionality, proposed from black feminism, as an epistemic and practical research analysis tool for Brazilian and Latin American occupational therapy. Lélia Gonzalez's concept of amefricanidade provides a basis to think about the everyday life of black and indigenous people living in colonized territories. Thus, this concept enables us to approach black and indigenous occupations and understand the exclusion and rupture processes brought about by racial inequalities. We introduce thoughts about intersectionality and coloniality from international contexts contributing to the propositions of occupational therapy. Not with the intention to close the debate, but rather with that of gathering previously started discussions, we conclude that the concept of intersectionality interests occupational therapy because it helps us understand the current processes of oppression in the face of the complex system of colonial, cis-heteronormative, patriarchal, capitalist, neoliberal and ableist oppression, as an ethical commitment and technical-professional accountability.
RÉSUMÉ
INTRODUÇÃO: O Xamanismo está presente na humanidade desde o período Paleolítico, muitos recursos do campo psicológico dialogam implícita ou explicitamente com esta tradição: a hipnose, o efeito placebo, a interpretação dos sonhos, técnicas meditativas de visualização, relaxamento e dramatização, a catarse e o manejo de sentido e simbolismo nas doenças e eventos da vida são exemplos. OBJETIVO: Reconhecer a presença do xamanismo e seus saberes afins à psicologia, visibilizando suas contribuições na atualidade. MÉTODO: Trata-se de um estudo teórico com base uma revisão bibliográfica narrativa. RESULTADOS: Procuramos reconhecer o xamanismo da psicologia partindo de uma crítica descolonial da história da psicologia e do xamanismo. Em seguida, destacamos algumas traduções epistemológicas que ajudam no reconhecimento do xamanismo na atualidade: a ideia de especialidade biológica; a noção de tecnologias do sagrado; bem como a incorporação da meditação e dos psicodélicos como inovação "psi". CONCLUSÃO: Apresentamos três importantes considerações: a validade do xamanismo pela ciência não deve ser baliza de seu mérito; a psicologia deve construir uma reflexividade ética para não atuar como colonizadora do xamanismo e, por fim, reconhecer o xamanismo da psicologia permite reconhecer o próprio campo no qual é agente.
INTRODUCTION: Shamanism has been present in humanity since the Paleolithic period. Many resources in the psychological field come from this tradition: hypnosis, the placebo effect, the interpretation of dreams, meditative techniques of visualization, relaxation and dramatization, catharsis, and the management of meaning and symbolism in diseases and life events are examples. OBJECTIVE: Recognize the presence of shamanism and its knowledge related to psychology, making its contributions and contributions visible today. METHOD: This is a theoretical study based on a narrative bibliographic review. RESULTS: We tried to recognize the shamanism of psychology based on a decolonial critique of the history of psychology and shamanism. Then, we highlight some epistemological translations that do not recognize shamanism today: the idea of biological specialty, a notion of technologies of the sacred, as well as the incorporation of meditation and psychedelics as a "psi" innovation. CONCLUSION: We present three important considerations: the validity of shamanism by science should not be a mark of merit; psychology must build ethical reflexivity in order not to act as a colonizer of shamanism; and, finally, recognizing the shamanism of psychology allows us to recognize the very field in which it is an agent.
Sujet(s)
Chamanisme , Psychologie , ColonialismeRÉSUMÉ
Resumen En este trabajo se recuperan las raíces latinas de la educación, educare y educere, y se muestran sus respectivas equivalencias con la educación pasiva y la educación participativa. Se da cuenta del predomino histórico de la educación pasiva (educare) y su implantación en los países colonizados. Se plantea que el papel de la educación pasiva en la reproducción de los rasgos degradantes de las sociedades actuales (ethos), como el individualismo, la pasividad política y la competitividad, es la razón de su predominio, así como su contribución al control de conciencias que encubre el colapso civilizatorio en curso. Con respecto a la educación médica, los influjos colonizadores revestidos de modernidad han perpetuado la educación pasiva; desde el Informe Flexner hasta las competencias profesionales. Se afirma que las mentes colonizadas son el mayor obstáculo al progreso de la educación médica. La educación participativa (heredera de educere) se sustenta en la crítica profunda y creativa, potencia cognoscitiva capaz de elaborar un conocimiento penetrante y liberador. Se argumenta que la cima de este tipo conocimiento son formas superiores de ser en lo espiritual, intelectual, moral y convivencial, que cristaliza al emprender proyectos vitales orientados a una descolonización efectiva, que permita aproximarse a sociedades inclusivas, pluralistas, justas y solidarias basadas en la progresión de los derechos humanos y comunitarios, así como en la revaloración y la preservación de la diversidad biológica del planeta.
Abstract This work recovers the Latin roots of education-educare and educere-and shows their respective equivalences with passive and participatory education. Also, it gives an account of the historical predominance of passive education (educare) and its implantation in colonized countries. It is proposed that the role of passive education in reproducing degrading features of today's societies (ethos) such as individualism, political passivity, and competitiveness, is the reason for its dominance, as well as its contribution to consciences' control that conceals ongoing civilizational collapse. Regarding medical education, modern colonizing influences have perpetuated passive education, from Flexner Report to professional competencies. Colonized minds are the biggest obstacle to medical education progress. Participatory education (educere's heir) is based on deep and creative critique, a cognitive power capable of developing a penetrating and liberating knowledge. It is argued that the summit of this kind of knowledge are superior forms of being, regarding spiritual, intellectual, moral, and coexistence dimensions, crystallizing in vital projects aimed at effective decolonization, which allow approaching to inclusive, pluralistic, just, and solidary societies based on the progression of human and community rights, as well as on the re-evaluation and preservation of the planetary biological diversity.