RÉSUMÉ
Abstract Intrauterine growth restriction (IUGR) is associated with poor perinatal prognosis and a higher risk of stillbirth, neonatal death, and cerebral palsy. Its detection and the evaluation of its severity by new Doppler velocimetric parameters, such as aortic isthmus (AoI), are of great relevance for obstetrical practice. The AoI is a vascular segment that represents a point of communication between the right and left fetal circulations. It is considered to be a functional arterial shunt that reflects the relationship between the systemic and cerebral impedances, and has recently been proposed as a tool to detect the status of hemodynamic balance and prognosis of IUGR in fetuses. In the present review, we noticed that in healthy fetuses, the AoI net flow is always antegrade, but in fetuses with IUGR the deterioration of placental function leads to progressive reduction in its flow until it becomes mostly retrograde; this point is associated with a drastic reduction in oxygen delivery to the brain. The more impaired the AoI flow is, the greater is the risk of impairment in the Doppler velocimetry of other vessels; and the alterations of the AoI Doppler seem to precede other indicators of severe hypoxemia. Although there seems to be an association between the presence of retrograde flow in the AoI and the risk of long-term neurologic disability, its role in the prediction of perinatal morbi-mortality remains unclear. The AoI Doppler seems to be a promising tool in the management of fetuses with IUGR, but more studies are needed to investigate its employment in clinical practice.
Resumo O crescimento intrauterino restrito (CIUR) está associado a um prognóstico perinatal adverso, com maior risco de óbito intrauterino e neonatal, bem como de paralisia cerebral. Assim, sua detecção e a determinação de sua gravidade por novos parâmetros Dopplervelocimétricos, como o istmo aórtico (IAo), são de fundamental importância na prática obstétrica. O IAo é um segmento vascular que representa um ponto de comunicação entre os sistemas circulatórios fetais esquerdo e direito. É considerado um shunt arterial funcional, capaz de refletir a relação entre as impedâncias dos circuitos cerebral e sistêmico, e foi proposto como uma ferramenta para detecção do status do equilíbrio hemodinâmico e do prognóstico de fetos com CIUR. Na presente revisão, observou-se que, em fetos saudáveis, o fluxo predominante no IAo é sempre anterógrado; mas em fetos com CIUR a deterioração do estágio de insuficiência placentária acarreta reduções progressivas no fluxo ístmico até este apresentar sentido predominantemente retrógrado e levar a uma drástica redução no aporte de oxigênio ao sistema nervoso central. Quanto mais alterado estiver o fluxo no IAo, maior a chance de haver alteração na Dopplervelocimetria de outros vasos; e as alterações no Doppler do IAo parecem preceder outros indicadores de hipoxemia severa. Embora o fluxo retrógrado no IAo pareça se correlacionar com maior risco de alteração no desenvolvimento neurológico a longo prazo, ainda não está claro o seu papel na predição de morbimortalidade perinatal. O Doppler do IAo parece ser um parâmetro promissor no manejo do CIUR; entretanto, mais estudos são necessários para avaliar seu emprego na prática clínica.
Sujet(s)
Humains , Femelle , Grossesse , Nouveau-né , Aorte thoracique/imagerie diagnostique , Échographie prénatale , Retard de croissance intra-utérin/imagerie diagnostique , Foetus/imagerie diagnostique , Aorte thoracique/physiopathologie , Vitesse du flux sanguin , Échographie-doppler , Retard de croissance intra-utérin/physiopathologie , Foetus/vascularisationRÉSUMÉ
Objetivos: Avaliar o perfil de puérperas tabagistas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), determinar a prevalência do tabagismo nestas pacientes e avaliar efeitos do fumo sobre a gestação e os recém-nascidos (RNs). Métodos: Estudo prospectivo, transversal, com dados coletados a partir de um questionário estruturado. Foram incluídas pacientes hígidas, com gestação a termo. Foram excluídas puérperas que tiveram gestações múltiplas, RNs com crescimento intrauterino restrito, anormalidades cromossômicas, malformações ou infecção intrauterina, e puérperas com dados incompletos no prontuário. As pacientes foram divididas em dois grupos: gestantes fumantes e não-fumantes. Foram avaliadas variáveis demográficas, clínicas e relacionadas à gestação, e variáveis relacionadas ao recém-nascido. Resultados: Foram incluídas no estudo 718 puérperas, sendo que 23% eram fumantes ativas durante a gestação. Não houve diferença estatística com relação à idade materna, número de cesarianas ou abortos e idade gestacional no momento do parto. Foram fatores de risco para o tabagismo na gravidez o maior número de gestações prévias, ser solteira ou separada, não branca, com menor escolaridade e não realizar pré-natal. O peso dos RNs foi estatisticamente menor no grupo das gestantes tabagistas, com uma variação média de 143g a menos nesse grupo. O número de RNs pequenos para idade gestacional foi significativamente maior no grupo de gestantes fumantes. A evolução clínica do RN, o peso da placenta e o índice de Apgar não foram diferentes entre os grupos. Conclusão: Este estudo foi relevante para o melhor conhecimento do perfil das puérperas fumantes do HCPA e aponta para a importância da realização de pré-natal e a busca de estratégias de tratamento para estas pacientes como forma de prevenção de complicações gestacionais e perinatais.
Aims: To evaluate the clinical profile of smoker post-pregnant women at Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), to determine the prevalence of smoking in these patients and to evaluate the effects of smoking on pregnancy and on the newborns. Methods: This is a cross-sectional prospective study, with data collected through a structured questionnaire. Healthy patients with term pregnancies were included. Exclusion criteria were multiple pregnancies, newborns with intrauterine growth restriction, chromosomal abnormalities, malformations or intrauterine infection, and incomplete data on medical records. Patients were divided in two groups: smokers and non-smokers. Demographic and clinical variables were evaluated, as well as data related to the pregnancy and to the newborn. Results: Seven hundred and eighteen post-pregnant women were included in the study, of whom 23% were current smokers during pregnancy. There was no statistic difference regarding maternal age, number of cesarean sections or abortions, and gestational age at childbirth. Higher number of previous pregnancies, being single/separated, non-white, less education and no prenatal follow up visits were risk factors for smoking in pregnancy. The weight of the newborns was statistically lower in the smoking pregnant group, with a negative variation of 143 grams in average in this group. The number of newborns small for gestational age was significantly higher in the smoking pregnant group. Clinical evolution of the newborn, placenta weight and the Apgar score were not different between the groups. Conclusion: This study was relevant to improve the knowledge about the profile of post pregnant smokers at HCPA, underscores the importance of prenatal follow up visits and the need for treatment strategies to these patients as preventive measures to avoid perinatal and gestational complications.