RÉSUMÉ
Introduction: Over the last decades, treatment for rectal cancer has substantially improved with development of new surgical options and treatment modalities. With the improvement of survival, functional outcome and quality of life are getting more attention. Study objective: To provide an overview of current modalities in rectal cancer treatment, with particular emphasis on functional outcomes and quality of life. Results: Functional outcomes after rectal cancer treatment are influenced by patient and tumor characteristics, surgical technique, the use of preoperative radiotherapy and the method and level of anastomosis. Sphincter preserving surgery for low rectal cancer often results in poor functional outcomes that impair quality of life, referred to as low anterior resection syndrome. Abdominoperineal resection imposes the need for a permanent stoma but avoids the risk of this syndrome. Contrary to general belief, long-term quality of life in patients with a permanent stoma is similar to those after sphincter preserving surgery for low rectal cancer. Conclusion: All patients should be informed about the risks of treatment modalities. Decision on rectal cancer treatment should be individualized since not all patients may benefit from a sphincter preserving surgery "at any price". Non-resection treatment should be the future focus to avoid the need of a permanent stoma and bowel dysfunction.
Introdução: Ao longo das últimas décadas, o tratamento do câncer retal melhorou substancialmente com o desenvolvimento de novas opções terapêuticas. Com a melhoria da sobrevida, os resultados funcionais e a qualidade de vida são cada vez mais tidos em consideração. Objetivos do estudo: Rever as modalidades atuais de tratamento do câncer retal, com enfase nos resultados funcionais e qualidade de vida. Resultados: Os resultados funcionais após tratamento para o câncer retal é influenciado pelas características do doente, do tumor, da técnica cirúrgica, do uso de radioterapia pré-cirúrgica e do método e nível da anastomose. A cirurgia poupadora de esfíncter do câncer retal baixo resulta frequentemente em maus resultados funcionais que prejudicam a qualidade de vida, denominados síndrome da ressecção anterior baixa. A amputação abdominoperitoneal impõe a necessidade de uma colostomia definitiva mas evita os riscos de resultados funcionais deficitários. Contrariamente à crença geral, a qualidade de vida a longo-prazo em doentes com colostomia definitiva é semelhante à qualidade de vida após cirurgia poupadora de esfíncter do câncer retal baixo. Conclusão: Todos os doentes devem ser informados sobre o risco das opções terapêuticas. A decisão do tratamento do câncer retal deve ser individualizada uma vez que nem todos os doentes beneficiarão de uma cirurgia poupadora de esfíncter "a qualquer preço". A possibilidade de tratamento sem ressecção devem ser o foco futuro para evitar a necessidade de uma colostomia definitiva e disfunção gastrointestinal.