RÉSUMÉ
ABSTRACT Introduction: Occlusal side effects or development of pain and/or functional impairment of the temporomandibular complex are potential reasons for poor compliance or abandonment of mandibular advancement splints treatment for snoring and obstructive sleep apnea. Objective: This study aimed at providing a comprehensive review evaluating the craniofacial side effects of oral appliance therapy for snoring and obstructive sleep apnea. Methods: An electronic search was systematically conducted in PubMed and Virtual Health Library from their inception until October 2016. Only Randomized Controlled Trials whose primary aim was to measure objectively identified side effects on craniofacial complex of a custom-made oral appliance for treating primary snoring or obstructive sleep apnea were included. Studied patients should be aged 20 or older. The risk of bias in the trials was assessed in accordance with the recommendations of The Cochrane Risk of Bias criteria. Results: A total of 62 full-text articles were assessed for eligibility. After the review process, only 6 met all the inclusion criteria. All studies were rated as having a high risk of bias. The most uniformly reported mandibular advancement splint side effects were predominantly of dental nature and included a decrease in overjet and overbite. The risk of developing pain and function impairment of the temporomandibular complex appeared limited with long-term mandibular advancement splint use. Conclusion: The limited available evidence suggests that mandibular advancement splint therapy for snoring and obstructive sleep apnea results in changes in craniofacial morphology that are predominantly dental in nature, specially on a long-term basis. Considering the chronic nature of obstructive sleep apnea and that oral appliance use might be a lifelong treatment, a thorough customized follow-up should therefore be undertaken to detect possible side effects on craniofacial complex. It is also important to provide adequate information to the patients regarding these possible changes, especially to those in whom larger occlusal changes are to be expected or in whom they are unfavorable. Long-term assessments of adverse effects of oral appliance therapy, with larger study samples and recruitment of homogenous patient population are still required.
RESUMO Introdução: efeitos colaterais oclusais e o desenvolvimento de dor e/ou disfunção do complexo temporomandibular podem levar à baixa adesão ou ao abandono do tratamento do ronco e da apneia obstrutiva do sono com aparelhos de avanço mandibular. Objetivo: fornecer uma revisão abrangente da literatura sobre os efeitos colaterais craniofaciais do tratamento do ronco e da apneia obstrutiva do sono com aparelhos de avanço mandibular. Métodos: foram realizadas buscas eletrônicas sistematicamente no PubMed e na Biblioteca Virtual em Saúde até outubro de 2016. Foram incluídos apenas Ensaios Controlados Randomizados, com o objetivo primário de mensurar objetivamente os efeitos colaterais no complexo craniofacial associados ao uso de aparelhos de avanço mandibular no tratamento do ronco e da apneia obstrutiva do sono. Os pacientes estudados deveriam ter 20 anos de idade ou mais. A avaliação do risco de viés dos trabalhos selecionados seguiu as recomendações do The Cochrane Risk of Bias. Resultados: no total, 62 artigos completos foram avaliados em relação à elegibilidade. Após o processo de revisão, apenas 6 atenderam aos critérios de inclusão. Todos os estudos foram julgados como tendo alto risco de viés. Os efeitos colaterais mais frequentemente encontrados foram de natureza dentária e incluíram uma diminuição do overjet e do overbite. O risco de desenvolvimento de dor ou disfunção do complexo temporomandibular pareceu limitado na avaliação de longo prazo do uso do aparelho de avanço mandibular. Conclusão: as evidências disponíveis são limitadas e sugerem que o tratamento do ronco e da apneia obstrutiva do sono com aparelhos de avanço mandibular resulta em alterações craniofaciais predominantemente dentárias, especialmente nas avaliações de longo prazo. Considerando-se que a apneia obstrutiva do sono é crônica e que os aparelho intrabucais se constituem em uma forma de tratamento contínuo e por tempo indefinido, é necessário um acompanhamento individualizado para monitorar possíveis efeitos colaterais no complexo craniofacial. Também é importante informar aos pacientes sobre esses possíveis efeitos, especialmente àqueles nos quais são esperadas maiores alterações oclusais ou nos quais elas sejam desfavoráveis. Ainda são necessárias avaliações de longo prazo dos efeitos colaterais do tratamento com aparelhos intrabucais, com amostras maiores e mais homogêneas.