RÉSUMÉ
Resumo O artigo revisita o relato da Viagem ao Brasil (1815-1817) de Maximiliano de Wied na perspectiva de valorizar as contribuições dos registros da expedição do príncipe naturalista para a história natural, especialmente no levantamento da flora do atual extremo sul da Bahia. A abordagem perpassa a análise das características gerais da produção científica no campo da história natural e dos relatos de viagens do século XIX, bem como do perfil biobibliográfico do viajante. O objetivo central é demonstrar como se deu a relação do naturalista com as populações indígenas na produção do seu inventário florístico, destacando a importância dos saberes e fazeres dos índios para o trabalho do naturalista europeu.
Abstract This article revisits Maximilian zu Wied's Viagem ao Brasil (1815-1817) in terms of the value of this naturalist prince's expedition records for natural history, especially the survey of flora in what is currently south Bahia. The general characteristics of scientific production in the field of natural history and nineteenth-century travel reports are analyzed, as well as the bibliographic profile of the traveler. The main objective is to demonstrate how the naturalist's relationship with indigenous peoples emerged in producing the flora inventory, highlighting the importance of indigenous knowledge and practices to the European naturalist's work.