RÉSUMÉ
Introdução: A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) é uma doença aguda caracterizada por hipoxemia e infiltrados na radiografia de tórax que não são totalmente explicadas por sobrecarga hídrica ou insuficiência cardíaca. Este estudo analisa o uso dos critérios de diagnóstico para SDRA por profissionais da área da saúde, trabalhadores de UTIs de três hospitais do Vale do Itajaí/ Santa Catarina. Métodos: A coleta de dados foi realizada por entrevistas gravadas com os profissionais enfermeiros, fisioterapeutas e médicos das referidas unidades. As entrevistas foram gravadas e transcritas posteriormente. A análise das entrevistas foi realizada através da técnica de Análise de Conteúdo Temática de Bardin. Seis Enfermeiros, seis Fisioterapeutas e quatro Médicos se dispuseram a responder e a participar do estudo. As categorias que emergiram das entrevistas foram: a) Diagnóstico centrado em exames clínicos, laboratorial e em imagem e b) diagnóstico médico centrado. Resultados: Apesar da divulgação mundial, mas por ser uma doença complexa, o diagnóstico da SDRA permanece um grande desafio para os profissionais. O desconhecimento, a falta de adequada formação profissional, o tempo de atuação, o ambiente de trabalho ainda hegemônico e com pouca participação dos componentes da equipe corroboram para o subdiagnóstico ou o superdiagnóstico da SDRA. Conclusão: Sugerem-se novos estudos para investigar se essa realidade acontece nas demais UTIs da região, estado e país, e se intervenções pontuais podem melhorar a formação profissional e suas relações no ambiente de trabalho e se isso influencia no diagnóstico da SDRA.
Introduction: Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS) is an acute disease characterized by hypoxemia and infiltrates on chest radiography that are not fully explained by fluid overload or heart failure. This study analyzes the use of diagnostic criteria for ARDS by health professionals, ICU workers from three hospitals in Vale do Itajaí, Santa Catarina. Methods: Data collection was performed through recorded interviews with nurses, physical therapists and physicians from the aforementioned units. The interviews were recorded and later transcribed. The analysis of the interviews was carried out using Bardin's Thematic Content Analysis technique. Six Nurses, 6 Physiotherapists and 4 Physicians were willing to respond and participate in the study. The categories that emerged from the interviews were: a) Diagnosis centered on clinical, laboratory and imaging exams and b) physician-based diagnosis. Results: Despite the worldwide dissemination, the diagnosis of ARDS remains a great challenge for professionals because it is a complex disease. Lack of knowledge, lack of adequate professional training, length of experience, the still hegemonic work environment and with little participation of the team members all contribute to underdiagnosis or overdiagnosis of ARDS. Conclusion: Further studies should be carried out to determine if this reality occurs in other ICUs in the region, state and country, and if specific interventions can improve professional training and relationships in the work environment and whether this influences the diagnosis of ARDS.