RÉSUMÉ
O objetivo deste trabalho foi estudar a ocorrência de malária em quatro diferentes regiões representativas do estado do Pará, buscando suas possíveis relações com as taxas de desmatamento. Foi realizado um estudo retrospectivo, com dados secundários, no período de 1988 a 2005, através de casos de malária registrados em quatro municípios do Estado (Anajás, Itaituba, Santana do Araguaia e Viseu), como também das taxas de desmatamento fornecidas pelo PRODES-INPE. Aplicou-se a técnica dos Quantis para se estabelecer cinco categorias ou classes de incidência da malária para cada município, sendo gerado posteriormente um IPA representativo para o Estado. De 1988 até 1994, as curvas de incidência de malária acompanham os números de desmatamento. A partir de 1995, evidenciaram-se anos consecutivos com altos índices de ocorrência da doença logo após os períodos de altas taxas de desmatamento, como registrado nos anos de 1995, 2000 e 2004. Percebeu-se que após a época de intenso desmatamento, os casos de malária variaram entre alto e muito alto no seu padrão de incidência, apontando que o desmatamento pode ser um fator de incremento na frequência e aumento no número de pessoas infectadas no estado do Pará.
The purpose of this paper is to study occurrence of malaria in four different regions of the state of Pará and its possible relationships with deforestation rates. A retrospective study using secondary data from 1988 to 2005, using malaria incidence records reported in four cities in the state (Anajás, Itaituba, Santana do Araguaia and Viseu), as well as deforestation rates provided by the PRODES-INPE. The quantiles method was applied to establish five categories or classes of malaria incidence for each city, and a state IPA was generated with the contributions of these cities. From 1988 to 1994, the curves of incidence of malaria follow deforestation rates. From 1995, there are consecutive years of high incidence levels after years of high deforestation rates, as registered in 1995, 2000 and 2004. It was noticed that after periods of intense deforestation the occurrence of malaria presented an incidence pattern between high and very high, suggesting that deforestation may be a factor in maintaining and increasing the number of cases in the state of Pará.