RÉSUMÉ
Objetivo: A convivência e os processos de com-viver são os temas deste trabalho, com o objetivo de refletir sobre a convivência como um dispositivo para a terapia ocupacional em diferentes campos de sua atuação profissional, explorando seus desafios e possibilidades. Método: Trata-se de uma reflexão teórica, na qual são apresentados brevemente os conceitos de convivência e dispositivo, para, posteriormente pensar sua interface com a profissão. Para refletirmos sobre essa temática, recorremos aos teóricos do campo da Filosofia da Diferença, além de intercessores do núcleo da terapia ocupacional. Resultados: Como resultados da reflexão, podemos apontar que os encontros são essencialmente ético-afetivos e que consideramos que os espaços propiciadores da convivência com o outro, onde possam ser acolhidas as diferenças e as potencialidades do devir minoritário de indivíduos e grupos, são essenciais para as práticas terapêutico-ocupacionais e para a valorização da dimensão da experiência. Nesse contexto, o sujeito da experiência se definiria não apenas por sua atividade, mas por sua receptividade, por sua disponibilidade, e por sua abertura para relacionar-se com o outro, para a experimentação do mundo e de si. Conclusão: Nesta perspectiva, consideram-se a convivência e o com-viver como dispositivos para a terapia ocupacional, que se entrelaçam na criação de espaços de relação e de produção de existência na potência e em devir
Objective: The conviviality and the live-with process are the subjects of this work, with the purpose to reflect about living as an occupational therapy tool exploring its challenges and possibilities in its different fields. Method: Theoretical reflection in which the concepts of conviviality and tool are briefly presented, to then think about its interface with the profession. To discuss the subject, we sought specialists in the field of Philosophy of Difference, in addition to occupational therapy core intercessors. Results: As a result of the reflections we can state that the meetings are essentially ethical-affective; we consider essential the spaces that embrace differences and the individuals and groups potential of becoming minority for therapeutic-occupational practices and to the enhancement of the experience dimension. In this context, the experiment subject will be defined not only for his/her activity, but by his/her receptivity, willingness and openness to relate with the other, for experiencing the world and himself/herself. Conclusion: This perspective considers the conviviality and the live-with as occupational therapy tools, which are related in the creation of spaces of relation and the creation of becoming existence.