RÉSUMÉ
Introduction Decompressive craniectomy (DC) is a valuable treatment for reducing early lethality in malignant intracranial hypertension (IH); however, it has been shown that the decision to implement DC in patients with extensive ischemic stroke should not be based solely on the detection of IH with the use of intracranial pressure (ICP) devices. Objective To establish the usefulness of DC in patients with extensive ischemic stroke who came to the emergency room during the period between May 2018 and March 2019. Methods This was an analytical, prospective, and longitudinal study whose population corresponded to all patients with a diagnosis of extensive ischemic stroke. Results The sample consisted of 5 patients, of which 3 were female and 2 males, the average age was 62.2 years old (minimum 49 years old, maximum 77 years old). Of all the patients who underwent DC, it was found that 80% of the patients did not present an increase in intracranial pressure. Decompressive craniectomy was not performed in a case that responded adequately to medical treatment. The mean values of ICP were 25 mmHg with a minimum value of 20 mmHg and a maximum value of 25 mmHg; in patients with a moderate value, the ICP averages were < 20 mmHg. The mortality was of 40% (RANKIN of 6 points). Conclusions Decompressive craniectomy is useful in extensive ischemic stroke. The decision to implement DC in patients with extensive stroke rests on clinicoradiological parameters. The monitoring of the IPC was not particularly useful in the early detection of the neurological deterioration of the patients studied.
Fundamento A craniectomia descompressiva (CD) é um tratamento valioso para reduzir a letalidade precoce na hipertensão intracraniana (HI) maligna; no entanto, foi demonstrado que a decisão de implementar a CD em pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico extenso não deve ser baseada apenas na detecção de HI com o uso de dispositivos de pressão intracraniana (PIC). Objetivo Estabelecer a utilidade da CD em pacientes com AVC isquêmico extenso que chegaram ao pronto-socorro no período entre maio de 2018 e março de 2019. Métodos Foi realizado um estudo analítico, prospectivo e longitudinal cuja população correspondeu a todos os pacientes com diagnóstico de AVC isquêmico extenso. Resultados A amostra foi composta por 5 pacientes, sendo 3 do sexo feminino e 2 do sexo masculino, com média de idade de 62,2 anos (mínimo 49 anos, máximo 77 anos). De todos os pacientes que realizaram CD, verificou-se que 80% dos pacientes não apresentaram aumento da pressão intracraniana. Não foi realizada uma CD que tenha respondido adequadamente ao tratamento médico. Os valores médios de pressão intracraniana foram de 25 mmHg, com o valor mínimo de 20 mmHg e o valor máximo de 25 mmHg; em pacientes com escala moderada, as médias de PIC foram < 20 mm Hg. A mortalidade foi de 40% (RANKIN de 6 pontos). Conclusões A DC é útil no AVC isquêmico extenso. A decisão de implementar uma CD em pacientes com AVC extenso depende de parâmetros clínico-radiológicos. O monitoramento do PCI não foi muito útil na detecção precoce da deterioração neurológica dos pacientes estudados.
RÉSUMÉ
Abstract Background Ischemic stroke is an important cause of death in the world. The malignant middle cerebral artery infarction (MMCAI) has mortality as high as 80% when clinically treated. In this setting, decompressive craniectomy is a life-saving measure, in spite of high morbidity among survivors. Objective To evaluate the outcomes of patients with MMCAI treated with decompressive craniectomy in a Brazilian academic tertiary stroke center. Methods A prospective stroke database was retrospectively evaluated, and all patients treated with decompressive craniectomy for MMCAI between January 2014 and December 2017 were included. The demographics and clinical characteristics were evaluated. The functional outcome, measured by the modified Rankin Scale (mRS), was assessed at hospital discharge, after 3-months and 1-year of follow-up. Results We included 53 patients on the final analysis. The mean age was 54.6 ± 11.6 years and 64.2% were males. The median time from symptoms to admission was 4.8 (3-9.7) hours and the mean time from symptoms to surgery was 36 ± 17 hours. The left hemisphere was the affected in 39.6%. The median NIHSS at admission was 20 (16-24). The in-hospital mortality was 30.2%. After a median of 337 [157-393] days, 47.1% of patients had achieved favorable outcome (mRS ≤ 4) and 39.6% had died. Conclusion Decompressive craniectomy is a life-saving measure in the setting of MMCAI, and its effects remains important in the scenario of a middle-income country in real-world situations.
Resumo Antecedentes O acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico é uma causa importante da morte em todo o mundo. O infarto maligno da artéria cerebral média (IMACM) tem mortalidade de até 80% quando tratado clinicamente. Nesse contexto, a craniectomia descompressiva é uma medida salvadora de vidas, apesar da alta morbidade entre os sobreviventes. Objetivo Avaliar os desfechos dos pacientes com IMACM tratados com craniectomia descompressiva em um centro acadêmico terciário de AVC no Brasil. Métodos Um banco de dados prospectivo de AVC foi avaliado retrospectivamente e todos os pacientes tratados com craniectomia descompressiva para IMACM entre janeiro de 2014 e dezembro de 2017 foram incluídos. As características clínicas e demográficas foram avaliadas. Os desfechos funcionais, medidos pela escala modificada da Rankin (mRS), foram avaliados na alta hospitalar, após 3 meses e após 1 ano de seguimento. Resultados Foram incluídos 53 pacientes na análise final. A idade média foi 54,6 ± 11,6 anos e 64,2% eram homens. A mediana do tempo dos sintomas à admissão foi 4,8 (3-9,7) horas e o tempo médio dos sintomas à cirurgia foi 36 ± 17 horas. O hemisfério esquerdo foi o afetado em 39,6%. A pontuação na escala de AVC do National Institute of Health (NIHSS) à admissão foi 20 (16-24). A mortalidade hospitalar foi 30,2%. Após uma mediana de 337 (157-393) dias, 47,1% dos pacientes tinham atingido um desfecho favorável (mRS ≤ 4) e 39,6% tinham morrido. Conclusão Craniectomia descompressiva é uma medida salvadora de vidas no contexto do IMACM e seus efeitos permanecem importantes no cenário de um país em desenvolvimento em situação de vida real.
RÉSUMÉ
Abstract Background Brain edema is the leading cause of death in patients with malignant middle cerebral artery (MCA) infarction. Midline shift (MLS) has been used as a monohemispheric brain edema marker in several studies; however, it does not precisely measure brain edema. It is now possible to directly measure hemisphere brain volume. Knowledge about the time course of brain edema after malignant middle cerebral artery infarction may contribute to the condition's management. Objective Therefore, our goal was to evaluate the course of brain edema in patients with malignant MCA infarction treated with decompressive craniectomy (DC) using hemispheric volumetric measurements. Methods Patients were selected consecutively from a single tertiary hospital between 2013 and 2019. All patients were diagnosed with malignant middle cerebral artery infarction and underwent a decompressive craniectomy (DC) to treat the ischemic event. All computed tomography (CT) exams performed during the clinical care of these patients were analyzed, and the whole ischemic hemisphere volume was calculated for each CT scan. Results We analyzed 43 patients (197 CT exams). Patients' mean age at DC was 51.72 [range: 42-68] years. The mean time between the ischemic ictus and DC was 41.88 (range: 6-77) hours. The mean time between the ischemic event and the peak of hemisphere volume was 168.84 (95% confidence interval [142.08, 195.59]) hours. Conclusion In conclusion, the peak of cerebral edema in malignant MCA infarction after DC occurred on the 7th day (168.84 h) after stroke symptoms onset. Further studies evaluating therapies for brain edema even after DC should be investigated.
Resumo Antecedentes O edema cerebral é a principal causa de morte em pacientes com infarto maligno de artéria cerebral média. O desvio da linha média tem sido utilizado como marcador de edema cerebral mono-hemisférico em alguns estudos; porém, ele não mede de forma precisa o edema cerebral. Atualmente é possível mensurar diretamente o volume do hemisfério cerebral. O conhecimento sobre a evolução temporal do edema cerebral após infartos malignos da artéria cerebral média pode contribuir para o cuidado clínico desta condição. Objetivo Nosso objetivo é avaliar o edema hemisférico ao longo do tempo, em pacientes com infarto maligno da artéria cerebral média, tratados com craniectomia descompressiva. Métodos Os pacientes foram selecionados de forma consecutiva, em um hospital terciário, entre 2013 e 2019. Todos os pacientes apresentavam diagnóstico de infarto maligno de artéria cerebral média e foram submetidos a craniectomia descompressiva. Todas as tomografias computadorizadas de crânio destes pacientes foram analizadas, e o volume do hemisfério cerebral infartado foi mensurado. Resultados Analisamos 43 pacientes (197 tomografias de crânio). A idade média dos pacientes na craniectomia descompressiva foi 51,72 (42-68) anos. O tempo médio entre o ictus e a craniectomia descompressiva foi 41,88 (6-77) horas. O tempo médio entre o ictus e o pico do volume hemisférico foi 168,84 (142,08-195,59) horas. Conclusão O pico do volume cerebral em pacientes com infarto maligno de artéria cerebral média submetidos a craniectomia descompressiva ocorreu no 7o dia (168,84 horas) após o infarto. Mais estudos avaliando terapêuticas direcionadas ao edema cerebral seriam úteis neste contexto.
RÉSUMÉ
ABSTRACT This study aimed to characterize clinical-neurological factors and the functional swallowing capacity of patients with malignant infarction submitted to decompressive craniectomy during the hospital stay. This retrospective, descriptive, observational study was conducted between January 2020 and December 2021. The following data regarding up to eight stages were extracted for descriptive analysis: age, location of the lesion, level of awareness according to the Glasgow Coma Scale, neurological impairment according to the National Institutes of Health Stroke Scale, and the functional swallowing capacity according to the Functional Oral Intake Scale. Data on five patients were collected, with a mean of 0.2 days for the first neurological assessment. Decompressive craniectomy was performed in a mean of 2 days after admission. The speech-language-hearing assessment occurred in a mean of 8.2 days, and the speech-language-hearing discharge took a mean of 35.4 days. The neurological impairment score remained the same as in the first neurological assessment after decompressive craniectomy, with a mean score of 16.6. The functional swallowing capacity was the same in the first assessment after decompressive craniectomy, on FOIS level 1, improving considerably by the discharge, with a mean level of 4.8. It is concluded that clinical-neurological factors can interfere with the functional swallowing capacity, although they did not hinder either speech-language-hearing treatment or their evolution to a full oral diet during the hospital stay.
RESUMO O objetivo do presente trabalho é caracterizar fatores clínicos-neurológicos e capacidade funcional de deglutição de pacientes com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Maligno submetidos a craniectomia descompressiva durante internação hospitalar. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo, realizado de janeiro de 2020 a dezembro de 2021. Os dados foram extraídos em até oito momentos, incluindo idade, local da lesão, nível de consciência de acordo com Glasgow, comprometimento neurológico pelo National Institutes of Health Stroke Scale e capacidade funcional de deglutição pela Escala Funcional de Ingestão por Via Oral. Realizou-se análise descritiva. Foram coletados dados de 5 pacientes sendo a média de tempo para primeira avaliação neurológica de 0,2 dias. A realização da craniectomia descompressiva levou em média 2 dias após admissão. Avaliação fonoaudiológica ocorreu, em média, 8,2 dias e alta fonoaudiológica levou, em média, 35,4 dias. O comprometimento neurológico manteve-se na pontuação da primeira avaliação neurológica pós-craniectomia descompressiva, média de 16,6. A capacidade funcional de deglutição foi a mesma na primeira avaliação pós-craniectomia descompressiva, com nível 1 na FOIS, melhorando consideravelmente, com média de nível 4,8, na alta. Concluiu-se que fatores clínicos-neurológicos podem interferir na capacidade funcional de deglutição, contudo não limitaram a atuação fonoaudiológica e evolução com dieta oral exclusiva na internação hospitalar.
RÉSUMÉ
Abstract Background After a case of stroke, intracranial pressure (ICP) must be measured and monitored, and the gold standard method for that is through an invasive technique using an intraventricular or intraparenchymal device. However, The ICP can also be assessed through a non-invasive method, comprised of the measurement of the optic nerve sheath diameter (ONSD) through ultrasound (US). Objective To evaluate the ICP of patients who underwent wide decompressive craniectomy after middle cerebral artery (MCA) infarction via preoperative and postoperative ONSD measurements. Methods A total of 17 patients, aged between 34 and 70 years, diagnosed with malignant MCA infarction with radiological edema and mid-line shift, who underwent decompressive surgery, were eligible. From the records, we collected data on age, sex, preoperative and postoperative Glasgow Coma Scale (GCS) scores, National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS) score, the degree of disability in the preoperative period and three months postoperatively through the scores on the Modified Rankin Scale (MRS), and the preoperative and postoperative midline shift measured by computed tomography (CT) scans of the brain. Results Preoperatively, the mean GCS score was of 8 (range: 7.7-9.2), whereas it was found to be of 12 (range 10-14) on the first postoperative day (p = 0.001). The mean preoperative NIHSS score was of 21.36 ± 2.70 and, on the first postoperative day, it was of 5.30 ± 0.75 (p < 0.001). As for the midline shift, the mean preoperative value was of 1.33 ± 0.75 cm, and, on the first postoperative day, 0.36 ± 0.40 cm (p < 0.001). And, regarding the ONSD, the mean preoperative measurement was of 5.5 ± 0.1 mm, and, on the first postoperative day, it was of 5 ± 0.9 mm (p < 0.001). Conclusion The ocular US measurement of the ONSD for the preoperative and postoperative monitoring of the ICP seems to be a practical and useful method.
Resumo Antecedentes Após um acidente vascular cerebral (AVC), a pressão intracraniana (PIC) deve ser medida e monitorada, e o método padrão-ouro para isso é um procedimento invasivo por meio de um dispositivo intraventricular ou intraparenquimal. No entanto, a PIC também pode ser avaliada por um método não invasivo, composto da medida do diâmetro da bainha do nervo óptico (DBNO) por ultrassom (US). Objetivo Avaliar a PIC de pacientes submetidos a craniectomia descompressiva ampla após infarto da artéria cerebral média (ACM) por meio das medidas do DBNO nos períodos pré e pós-operatório. Métodos Um total de 17 pacientes, com idades entre 34 e 70 anos, diagnosticados com infarto maligno da ACM com edema radiológico e deslocamento da linha média, e que foram submetidos a cirurgia descompressiva, eram elegíveis. A partir dos prontuários, coletamos informações relativas à idade, gênero, pontuações pré e pósoperatória na Escala de Coma de Glasgow (ECG), pontuação na escala de AVC dos National Institutes of Health (NIH), o grau de incapacidade no pré-operatório e após três meses da operação pelas pontuações na Escala de Rankin Modificada (ERM), e o desvio da linha média no pré e pós-operatório medido por tomografia computadorizada (TC) cerebral. Resultados No pré-operatório, a pontuação média na ECG foi de 8 (variação: 7,7-9,2), e, no primeiro dia do pós-operatório, 12 variação 10-14) (p = 0,001). A pontuação média na escala dos NIH foi de 21,36 ± 2,70 no pré-operatório, e de 5,30 ± 0,75 no primeiro dia de pós-operatório (p < 0,00 1). Quanto ao desvio da linha média, no préoperatório ele teve uma média de 1,33 ± 0,75 cm, e de 0,36 ± 0,40 cm no primeiro dia de pós-operatório (p < 0,001). E o DBNO apresentou uma média pré-operatória de 5,5 ± 0,1 mm, e de 5 ± 0,9 mm no primeiro dia de pós-operatório (p < 0,001). Conclusão A mensuração ocular do DBNO por US para o monitoramento da PIC no pré e no pós-operatório parece ser um método prático e útil.
RÉSUMÉ
ABSTRACT Cerebral venous sinus thrombosis (CVT) consists of partial or complete occlusion of a sinus or a cerebral vein. CVT represents 0.5-1% of all strokes and is more frequent in young women. This review discusses particular aspects of CVT diagnosis and management: decompressive craniectomy (DC), anticoagulation with direct oral anticoagulants (DOACs), CVT after coronavirus-disease 19 (COVID-19) and Vaccine-Induced Immune Thrombotic Thrombocytopenia (VITT).
RESUMO A trombose venosa cerebral (TVC) consiste na oclusão parcial ou completa de um seio ou de uma veia cerebral. A TVC representa 0,5-1% das doenças cerebrovasculares e é mais frequente em mulheres jovens. Esta revisão discute aspectos específicos do diagnóstico e do manejo da TVC: craniectomia descompressiva (DC), anticoagulação com anticoagulantes orais diretos (DOACs), TVC após infecção por coronavírus (COVID-19) e Trombocitopenia Trombótica Imune Induzida por Vacina (VITT).
RÉSUMÉ
Background Decompressive craniectomy is a consolidated method for the treatment of malignant ischemic stroke (iS) in the territory of the middle cerebral artery. Thus, factors contributing to mortality constitute an important area of investigation. Objective To evaluate the epidemiological clinical profile and predictors of mortality in a single-center population of patients undergoing decompressive craniectomy for the treatment of malignant iS. Methods A single-center retrospective study was performed in 87 patients with malignant iS subjected to emergency decompressive craniectomy from January 2014 to December 2017. Age, gender, laterality, aphasia, time interval between disease onset and treatment, and clinical and neurological outcomes using the Glasgow coma scale were assessed. The patients were stratified by age: a group of participants 60 years old or younger, and a group of participants older than 60 years old for assessment of survival and mortality by the Kaplan-Meier test and log-rank comparison. The intensity of the association between demographic and clinical variables was evaluated by multivariate Cox regression. Results Ischemic stroke was prevalent in patients with hypertension (63.29%). Seventy seven (84%) patients had some type of postoperative complication, mostly pneumonia (42.8%). The risk of death was 2.71 (p » 0.0041) and 1.93 (p » 0.0411) times higher in patients older than 60 and with less than 8 points on the Glasgow coma scale, respectively. Conclusion Malignant iS has a significant mortality rate. Age above 60 years and Glasgow coma scale values below 8 were statistically correlated with unfavorable prognosis.
Contexto A craniectomia descompressiva é um método consolidado para o tratamento do acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) maligno no território da artéria cerebral média. No entanto, os fatores envolvidos na mortalidade constituem objeto de investigação. Objetivo Avaliar o perfil clínico epidemiológico e os preditores de mortalidade em uma população unicêntrica de pacientes submetidos à craniectomia descompressiva para tratamento de acidente vascular isquêmico maligno. Métodos Um estudo retrospectivo unicêntrico foi realizado com 87 pacientes com AVCI maligno submetidos à craniectomia descompressiva de emergência de janeiro de 2014 a dezembro de 2017. Idade, gênero, lateralidade, afasia, intervalo de tempo entre o início da doença e o tratamento, e escala de coma de Glasgow foram avaliados. Os pacientes foram estratificados por idade: um grupo com participantes com 60 anos de idade ou menos, e outro com participantes com mais de 60 anos para avaliação de sobrevida e mortalidade pelo teste de Kaplan-Meier e comparação log-rank. A intensidade da associação entre variáveis demográficas e clínicas foi avaliada por regressão multivariada de Cox. Resultados Houve prevalência de hipertensos (63,29%). Setenta e sete (84%) dos pacientes tiveram algum tipo de complicação pós-operatória, com predomínio de pneumonia (42,8%). O risco de morte foi 2,71 e 1,93 maior em pacientes com mais de 60 anos e com menos de 8 pontos na escala de coma de Glasgow, respectivamente. Conclusão O AVCI maligno ainda tem uma taxa de mortalidade significativa. Idade acima de 60 anos e valores da escala de coma de Glasgow abaixo de 8 foram estatisticamente correlacionados com um prognóstico desfavorável.
RÉSUMÉ
ABSTRACT Background: Malignant infarction of the middle cerebral artery (MCA) occurs in a subgroup of patients with ischemic stroke and early decompressive craniectomy (DC) is one of its treatments. Objective: To investigate the functional outcome of patients with malignant ischemic stroke treated with decompressive craniectomy at a neurological emergency center in Northeastern Brazil. Methods: Prospective cohort study, in which 25 patients were divided into two groups: those undergoing surgical treatment with DC and those who continued to receive standard conservative treatment (CT). Functionality was assessed using the modified Rankin Scale (mRS), at follow-up after six months. Results: A favorable outcome (mRS≤3) was observed in 37.5% of the DC patients and 29.4% of CT patients (p=0.42). Fewer patients who underwent surgical treatment died (25%), compared to those treated conservatively (52.8%); however, with no statistical significance. Nonetheless, the proportion of patients with moderate to severe disability (mRS 4‒5) was higher in the surgical group (37.5%) than in the non-surgical group (17.7%). Conclusion: In absolute values, superiority in the effectiveness of DC over CT was perceived, showing that the reduction in mortality was at the expense of increased disability.
RESUMO Introdução: O infarto maligno da artéria cerebral média (ACM) ocorre em um subgrupo de pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e a craniectomia descompressiva (CD) precoce é um de seus tratamentos. Objetivo: Investigar o desfecho funcional de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico maligno submetidos à craniectomia descompressiva em um centro de emergência neurológica do nordeste do Brasil. Métodos: Nesta coorte prospectiva, os pacientes foram divididos em dois grupos: aqueles submetidos a tratamento cirúrgico com craniectomia descompressiva (CD) e aqueles que mantiveram tratamento conservador (TC) padrão. A funcionalidade foi avaliada por meio da Escala de Rankin modificada (ERm) ao final de seis meses de seguimento. Resultados: Evidenciou-se desfecho favorável (ERm≤3) em 37,5% dos pacientes craniectomizados e em 29,4% dos pacientes não craniectomizados (p=0,42). A mortalidade foi menor no grupo de pacientes que se submeteram a tratamento cirúrgico (25%) do que entre aqueles tratados conservadoramente (52,8%), porém sem significância estatística. Por outro lado, a proporção de pacientes com incapacidade moderada a grave (ERm 4‒5) foi maior no grupo cirúrgico (37,5%) do que no grupo não cirúrgico (17,7%). Conclusão: Em valores absolutos, percebeu-se superioridade na eficácia do tratamento cirúrgico sobre o conservador, mostrando que a redução de mortalidade se dá à custa de aumento da incapacidade funcional.
Sujet(s)
Humains , Accident vasculaire cérébral/chirurgie , Craniectomie décompressive , Brésil , Études prospectives , Résultat thérapeutique , Infarctus du territoire de l'artère cérébrale moyenne/chirurgie , Infarctus du territoire de l'artère cérébrale moyenne/imagerie diagnostiqueRÉSUMÉ
Introdução: A craniectomia descompressiva (CD) é o procedimento cirúrgico capaz de reduzir a mortalidade em pacientes com edema cerebral secundário a um AVE maligno, porém não garante a recuperação funcional. Objetivo: Descrever o perfil clínico e funcional de pacientes submetidos a CD durante o tempo de internação hospitalar. Métodos: Estudo transversal realizado em uma Unidade de Acidente Vascular Cerebral (U-AVC) no período de setembro de 2018 a março de 2019. Coletaram-se dados sociodemográficos, estudo detalhado dos prontuários e dados referentes à funcionalidade, incapacidade e alcances funcionais por meio de questionários e avaliação física e neurológica. Resultados: A amostra foi composta por 21 participantes. A maioria do sexo masculino, idade média de 55±10 anos, casados, baixa escolaridade, exerciam algum tipo de atividade remunerada com renda de um a dois salários mínimos. Os fatores de risco mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, etilismo, sedentarismo e sobrepeso. Durante o período de internação hospitalar, a maioria dos pacientes evoluiu com altos índices de incapacidade e baixos níveis de independência e funcionalidade cognitiva e motora. Conclusão: Além de apresentarem combinações de diferentes fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de AVE, a maioria dos pacientes avaliados apresentaram altos índices de incapacidade e baixos níveis de independência e funcionalidade, necessitando de assistência máxima ou total para realizar a maioria de suas atividades de vida diária. (AU)
Introduction: Decompression craniectomy (DC) is a surgical procedure that can reduce mortality in patients with cerebral edema secondary to malignant stroke, but does not guarantee functional recovery. Objective: To describe the clinical and functional profile of patients undergoing DC during their hospital stay. Methods: It is a cross-sectional study conducted in a Stroke Unit from September 2018 to March 2019. Sociodemographic data, detailed study of medical records, and data on functionality, disability and functional range were collected through questionnaires and physical and neurological evaluation. Results: The sample consisted of 21 participants. Most were male, mean age 55 ±10 years, married, with low education, had paid activity with income of one to two minimum wages. The most prevalent risk factors were systemic arterial hypertension, smoking, alcoholism, physical inactivity and overweight. During hospitalization, most patients evolved with high levels of disability and low levels of independence and cognitive and motor functionality. Conclusion: In addition to presenting combinations of different risk factors related to the development of stroke, most of the patients evaluated had high levels of disability and low levels of independence and functionality, requiring maximum or total assistance to develop most of their daily living activities. (AU)
Sujet(s)
Humains , Accident vasculaire cérébral , Craniectomie décompressive , Techniques de physiothérapie , Vie autonomeRÉSUMÉ
ABSTRACT Decompressive craniectomy (DC) reduces mortality and improves outcome in patients with massive brain infarctions. The role of intracranial pressure (ICP) monitoring following DC for stroke has not been well established. Methods: We evaluated 14 patients admitted to a tertiary hospital with malignant middle cerebral artery infarctions, from October 2010 to February 2015, who underwent DC and had ICP monitoring. Patients with and without episodes of ICP elevation were compared. Results: Fourteen patients were submitted to DC and had ICP monitoring following the procedure during the period. Ten patients (71.4%) had at least one episode of sustained elevated ICP in the first seven days after surgery. Maximal ICP levels had no correlation with age, time to hemicraniectomy or Glasgow Coma Scores at admission, but had a trend toward correlation with the National Institutes of Health Stroke Scale score at admission (p = 0.1). Ventriculitis occurred in 21.4% of the patients. Conclusions: High ICP episodes and ventriculitis were common in patients following hemicraniectomy for malignant middle cerebral artery strokes. Therefore, the implications of ICP and benefits of the procedure should be firmly established.
RESUMO Craniectomia descompressiva (CD) reduz a mortalidade e melhora o desfecho em pacientes com infartos malignos de artéria cerebral média (ACM). O papel da monitorização da pressão intracraniana (PIC) após CD para infartos malignos de ACM não está bem estabelecido. Métodos: Avaliamos pacientes consecutivos internados em um hospital terciário com infartos malignos de ACM de outubro/2010 a fevereiro/2015 tratados com CD e submetidos à monitorização da PIC. Foram comparados pacientes com e sem episódios de elevação de PIC. Resultados: Quatorze pacientes (idade média 49,0 ± 12,4 anos, 42,9% do sexo masculino) foram avaliados. Dez pacientes (71,4%) tiveram pelo menos um episódio de elevação da PIC nos primeiros sete dias após a cirurgia. A PIC máxima média foi de 26,71 ± 11,64 mmHg. Os níveis máximos de PIC não apresentaram correlação com a idade, o tempo de hemicraniectomia ou com a pontuação na Escala de Coma de Glasgow na admissão, mas houve tendência a ser correlacionada com a pontuação da National Institutes of Health Stroke Scale na admissão (p = 0,1). Ventriculite ocorreu em 21,4% dos pacientes. Conclusões: Os episódios de aumento da PIC foram comuns em pacientes tratados com CD por infarto maligno de MCA e ventriculite foi evento adverso frequente nesses pacientes. Portanto, as implicações da monitorização da PIC sobre o resultado funcional, bem como os riscos e benefícios do procedimento, devem ser melhor estabelecidos.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adulte , Adulte d'âge moyen , Hypertension intracrânienne/étiologie , Infarctus du territoire de l'artère cérébrale moyenne/chirurgie , Craniectomie décompressive/effets indésirables , Période postopératoire , Échelle de coma de Glasgow , Études rétrospectives , Craniectomie décompressive/méthodes , Monitorage physiologique/méthodesRÉSUMÉ
ABSTRACT Background: Decompressive craniectomy is a procedure required in some cases of traumatic brain injury (TBI). This manuscript evaluates the direct costs and outcomes of decompressive craniectomy for TBI in a developing country and describes the epidemiological profile. Methods: A retrospective study was performed using a five-year neurosurgical database, taking a sample of patients with TBI who underwent decompressive craniectomy. Several variables were considered and a formula was developed for calculating the total cost. Results: Most patients had multiple brain lesions and the majority (69.0%) developed an infectious complication. The general mortality index was 68.8%. The total cost was R$ 2,116,960.22 (US$ 661,550.06) and the mean patient cost was R$ 66,155.00 (US$ 20,673.44). Conclusions: Decompressive craniectomy for TBI is an expensive procedure that is also associated with high morbidity and mortality. This was the first study performed in a developing country that aimed to evaluate the direct costs. Prevention measures should be a priority.
RESUMO Introdução: A craniectomia descompressiva (CD) é procedimento necessário em alguns casos de trauma cranioencefálico (TCE). Este manuscrito objetiva avaliar os custos diretos e desfechos da CD no TCE em um país em desenvolvimento e descrever o perfil epidemiológico. Métodos: Estudo retrospectivo foi realizado usando banco de dados neurocirúrgico de cinco anos, considerando amostra de pacientes com TCE que realizaram CD. Algumas variáveis foram analisadas e foi desenvolvida uma fórmula para cálculo do custo total. Resultados: A maioria dos pacientes teve múltiplas lesões intracranianas, sendo que 69.0% evoluíram com algum tipo de complicação infecciosa. A taxa de mortalidade foi de 68,8%. O custo total foi R$ 2.116.960,22 (US$ 653,216.00) e o custo médio por paciente foi R$ 66.155,00 (US$ 20,415.00). Conclusões: CD no TCE é um procedimento caro e associado á alta morbidade e mortalidade. Este foi o primeiro estudo realizado em um país em desenvolvimento com o objetivo de avaliar os custos diretos. Medidas de prevenção devem ser priorizadas.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adolescent , Adulte , Adulte d'âge moyen , Jeune adulte , Craniectomie décompressive/économie , Lésions traumatiques de l'encéphale/chirurgie , Brésil , Échelle de coma de Glasgow , Études rétrospectives , Résultat thérapeutique , Craniectomie décompressive/statistiques et données numériques , Lésions traumatiques de l'encéphale/économieRÉSUMÉ
Objective Compare 30 days mortality of patients harboring acute subdural hematomas in two series, one treated only by wide aspiration of hematoma and other with aspiration followed by decompressive craniectomy. Methods Comparing retrospectively two series of ASD with and without DC. Involved 81 TBI patients with acute subdural hematoma and GCS 8 (Jan 2000 to Nov 2014) arranged into two groups. Group 1 - 58 cases underwent to DC. Group 2 - 23 patients underwent only hematoma aspiration. Results Group 1 showed 44.8% mortality directly due to brain lesion within 30 days. The most frequent associated lesion were contusion in 37.2%. Group 2 the mortality within 30 days was 47.8%. The majority of deaths (82%) resulted from uncontrollable brain swelling, midline shift was present in 94.7% of patients. Conclusion High admission GCS and age less than 50 remain better outcome predictor in 30 days survival for patients undergoing surgery of traumatic ASDH.
Objetivo Comparar a mortalidade em 30 dias de pacientes que sofreram hematoma subdural agudo em duas séries, uma tratada por aspiração do hematoma e outro por aspiração seguida de craniectomia descompressiva. Métodos Comparar retrospectivamente duas séries de HSD com e sem CD. Envolveu 81 pacientes com TCE com hematoma subdural agudo e GCS 8 (Jan 2000 a Nov 2014) em dois grupos. Grupo 158 casos tratados submetidos a CD. Grupo 223 pacientes submetidos a drenagem do hematoma somente. Resultados Grupo 1 apresentou 44,8% de mortalidade diretamente devido a lesão cerebral dentro de 30 dias. A mais comum lesão associada era contusão em 37,2%. Grupo 2 a mortalidade dentro de 30 dias foi 47,8%. A maioria dos óbitos (82) resultou de edema cerebral incontrolável, desvio de linha média estava presente em 94,7% dos pacientes. Conclusão Alto GCS de admissão e idade menor que 50 anos permanecem melhores preditores de desfecho na mortalidade em 30 dias para paciente submetidas a cirurgia de hematoma subdural agudo.
Sujet(s)
Humains , Hématome subdural/mortalité , Aspiration (technique)/mortalité , Craniectomie décompressive/mortalitéRÉSUMÉ
Introdução: A craniectomia descompressiva é uma cirurgia indicada no tratamento da hipertensão intracraniana em situações graves de traumas cranioencefálicos. Esta cirurgia confere uma aparência bizarra ao paciente, como se "parte da cabeça" houvesse sido retirada. Após a regressão do edema cerebral e quando o paciente reunir boas condições clínicas, a reconstrução craniana está indicada. A reconstrução da calota craniana poderá ser realizada com osso autólogo ou com materiais aloplásticos. Este estudo objetiva apresentar a experiência do autor com reconstruções de calota craniana utilizando próteses customizadas de PMMA. Métodos: Foram selecionados 14 pacientes submetidos à craniectomia descompressiva que, após serem liberados clinicamente pela Neurocirurgia, realizaram a reconstrução da calota craniana com próteses de PMMA customizadas por prototipagem entre os anos de 2014 e 2015 e com, no mínimo, 6 meses de pós-operatório. Sinais e sintomas de síndrome do Trefinado, tomografia computadorizada e aparência estética dos pacientes foram analisadas no pré e no 6º mês pós-operatório. Resultados: Todos os pacientes apresentaram melhora sintomatológica, melhora estética e expansão cerebral após a cirurgia. Conclusão: A reconstrução da calota craniana com prótese customizada de PMMA promoveu a melhora dos sinais e sintomas e da aparência estética de todos os 14 pacientes operados. A utilização de protótipos para customizar próteses cranianas facilitou a técnica operatória e possibilitou a recuperação de um contorno craniano muito próximo da normalidade.
Introduction: Decompressive craniectomy is indicated for the treatment of intracranial hypertension in cases of serious traumatic brain injury. This surgery results in a bizarre appearance, as if "part of the head" had been. After regression of cerebral edema and when the patient is in good clinical condition, the reconstruction of the skull is indicated. Reconstruction of the skull can be performed with autologous bone or with alloplastic materials. This study sought to present the experience of the author with skull reconstructions using custom PMMA prostheses. Methods: In between 2014 and 2015, fourteen patients with previous (longer than 6 months) decompressive craniectomies were selected after Neurosurgery medical clearance and underwent skull reconstruction with customized PMMA prototyped prostheses. Signs and symptoms of syndrome of the trephined, computed tomography, and aesthetic appearance of the patients were analyzed preoperatively and at 6 months after reconstruction. Results: All patients presented with improved symptomatology, aesthetic improvement and expansion of the brain after surgery. Conclusion: Reconstruction of the skull with customized prototyped PMMA prostheses improved the signs and symptoms and the aesthetic appearance in all 14 patients of this series. The use of prototypes to customize cranial prostheses facilitates the operative technique and enables patients to develop a nearly normal cranial contour.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Enfant , Adolescent , Adulte , Histoire du 21ème siècle , Os pariétal , Prothèses et implants , Crâne , Études prospectives , Hypertension intracrânienne , Poly(méthacrylate de méthyle) , Esthétique , Craniectomie décompressive , Traumatismes cranioencéphaliques , Os pariétal/chirurgie , Os pariétal/transplantation , Crâne/chirurgie , Hypertension intracrânienne/chirurgie , Hypertension intracrânienne/anatomopathologie , Hypertension intracrânienne/thérapie , Poly(méthacrylate de méthyle)/usage thérapeutique , 33584 , 33584/méthodes , Esthétique/psychologie , Craniectomie décompressive/méthodes , Traumatismes cranioencéphaliques/chirurgie , Traumatismes cranioencéphaliques/anatomopathologie , Traumatismes cranioencéphaliques/thérapieRÉSUMÉ
Síndrome do trefinado é atualmente uma complicação comum na neurotraumatologia, sendo descrita como uma síndrome na qual ocorre deterioração neurológica acompanhada de sinais e sintomas após a remoção de uma parte considerável de osso do crânio, assim como ocorre na hemicraniectomia. Neste artigo, juntamente com a revisão de literatura, será relatado o caso de um paciente adulto, vítima de acidente automobilístico, com história de traumatismo cranioencefálico (TCE) grave que foi submetido à craniectomia terapêutica, cursando com a síndrome do trefinado.
"Syndrome of the Trephined" or "Sinking Skin Flap Syndrome" is an usual syndrome in which neurological deterioration occurs following removal of a large skull bone flap (for example, in descompressive craniectomy). In this article, we will report the case of a 24 years old male, victim of an automobile accident with severe traumatic brain injury (TBI), which developed the Syndrome of the Trephined.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Adulte , Complications postopératoires , Trépanation/effets indésirables , Craniectomie décompressive/effets indésirables , Lésions traumatiques de l'encéphale/thérapie , Syndrome , Dérivation ventriculopéritonéale/méthodesRÉSUMÉ
A craniectomia descompressiva (CD) é método cirúrgico amplamente utilizado para tratar a hipertensão intracraniana. Entre as complicações decorrentes da CD, a hidrocefalia é uma das mais frequentes, ocorrendo em até 30% dos casos. A implantação de derivação liquórica, necessária emalguns casos de hidrocefalia, resulta em agravamento da depressão do couro cabeludo, que ocorre após CD síndrome do trefinado (ST). A realização de cranioplastia convencional é inviável em algumas situações, como ST com derivação liquórica, que não melhora após ligadura ou aumento de pressão do sistema, ou ST com depressão acentuada do couro cabeludo. Nestes casos, propomos uma nova técnica que foi aplicada em quatro casos e que consiste na confecção de uma prótese temporária com material gessado ou polimetilmetacrilato para se eliminar o efeito da pressão atmosférica. Em todos os casos, houve melhora da ST.
The decompressive craniectomy (DC) is a surgical method widely used to treat intracranial hypertension. Among the complications of CD, hydrocephalus is one of the most frequently occurring in up to 30% of cases. The implantation of CSF shunt, required in some cases of hydrocephalus results in worsening of the scalp depression, which occurs after CD syndrome of trephined (ST). The performance of conventional cranioplasty is impossible in some situations, such as ST with CSF shunt that does not improve after ligation or increment of system pressure or ST with severe depression of the scalp. In these cases, we propose a new technique that has been applied in four cases and consists in molding a temporary prosthesis with cast material or polymethylmetacrilate to eliminate the effect of atmospheric pressure. In all cases, there was improvement in ST.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Adulte , Trépanation , Dérivation ventriculopéritonéale/méthodes , Craniectomie décompressive/effets indésirables , Craniectomie décompressive/méthodes , Hydrocéphalie/thérapie , Syndrome , 33584/méthodesRÉSUMÉ
Este artículo analiza, desde una postura crítica, la utilización de la craneoplastia de compresión con vendaje como método de limitación de tratamiento de soporte vital (LTSV). Con esta técnica activa, algunos autores han propuesto provocar la muerte encefálica, posibilitando la donación de órganos. Al contrastar este procedimiento con las recomendaciones del documento de consenso sobre el tratamiento al final de la vida del paciente crítico, elaborado por el grupo de bioética de la SEMICYUC, se comprueba que los medios y fines de esta técnica no encajan con las actuaciones propias de la LTSV, que se basan en la retirada de medios de soporte vital o en su no inicio, al considerar dichos medios desproporcionados o extraordinarios en algunos casos, evitando así la obstinación terapéutica. La definición de LTSV permite clarificar los límites en los que, de un modo éticamente correcto y consensuado, las actuaciones al final de la vida se circunscriben a los fines de la medicina, evitando la sospecha de que dichas actuaciones puedan ser malinterpretadas como justificación para una obtención de órganos abusiva. El artículo concluye que la provocación directa de la muerte encefálica mediante la técnica de craneoplastia con vendaje no parece cumplir los criterios propios de la LTSV.
This article analyzes, from a critical perspective, the use of cranioplasty with oppressive binder as a method to limit life support treatment (LLST). Some authors have proposed that this active technique provokes encephalic death, allowing organ donation. Contrasting this procedure with the recommendations of the consent document about treatment of critical patients at the end of life, elaborated by the bioethics group of SEMICYUC, it is shown that the means and ends of this technique do not match with the proper actions of LLST, based on the withdrawal of life support means or in not starting them, considering such means disproportionate or extraordinary in some cases, thus avoiding the therapeutic obstinacy. The definition of LLST allows to clarify the limits in which, in a way ethically fair and with a consensus, the acts at the end of life are included in the medical goals, avoiding the suspicion that these acts may be misinterpreted as justifying an abusive extraction of organs. This article concludes that the direct provocation of encephalic death by the technique of cranioplasty with binder does not appear to fulfill the criteria proper of LLST.
Este artigo analisa, a partir de uma postura crítica, a utilização da cranioplastia de compressão com curativo como método de limitação de tratamento de suporte vital (LTSV). Com esta técnica ativa, alguns autores têm proposto provocar a morte encefálica, possibilitando a doação de órgãos. Ao contrastar este procedimento com as recomendações do documento de consenso sobre o tratamento do final de vida do paciente crítico, elaborado pelo grupo de bioética da SEMICYUC, se comprova que os meios e fins desta técnica não encaixam com as atuações próprias da LTSV, que se baseiam na retirada de meios de suporte vital ou em seu não início, ao considerar os ditos meios desproporcionados ou extraordinários em alguns casos, evitando assim a obstinação terapêutica. A definição de LTSV permite esclarecer os limites nos quais, de um modo eticamente correto e aceito, as atuações ao final da vida se circunscrevem às finalidades da medicina, evitando a suspeita de que ditas atuações podem ser mal interpretadas como justificativa para uma obtenção de órgãos abusiva. O artigo conclui que a provocação direta da morte encefálica mediante a técnica da cranioplastia com curativo não parece cumprir os critérios próprios da LTSV.
Sujet(s)
Humains , Craniectomie décompressive/éthique , Soins de maintien des fonctions vitales/éthique , Acquisition d'organes et de tissus/éthique , Acquisition d'organes et de tissus/méthodes , Bandages de compressionRÉSUMÉ
Decompressive craniectomy (DC) is widely used to treat intracranial hypertension following traumatic brain injury (TBI) or cerebral vascular disease. Many studies have discussed complications of this procedure, and hydrocephalus is a common complication of DC. To further evaluate the relationship between DC and hydrocephalus, a review of the literature was performed. Numerous complications may arise after DC, including contusion or hematoma expansion, epilepsy, herniation of the cortex through a bone defect, CSF leakage through the scalp incision, infection, subdural effusion, hydrocephalus and “syndrome of the trephined”. Several hydrocephalus predictors were identified; these included DC, distance from the midline, hygroma, age, injury severity, subarachnoid or intraventricular hemorrhage, delayed time to craniotomy, repeated operation, and duraplasity. However, results differed among studies. The impact of DC on hydrocephalus remains controversial.
A craniectomia descompressiva (CD) é amplamente utilizada para tratar a hipertensão intracraniana após trauma craniencefálico (TC) ou doença cerebrovascular. Vários estudos discutem as complicações deste procedimento, sendo a hidrocefalia uma das complicações mais frequentes. Fizemos uma revisão da literatura para avaliar a relação entre a CD e a hidrocefalia. Podem ocorrer numerosas complicações após a CD, incluindo aumento de volume por contusão ou hematoma, epilepsia e herniação do cortex cerebral através do acesso ósseo. Fístulas liquóricas através a incisão no couro cabeludo, infecções, hematomas subdurais, hidrocefalia e a “síndrome pós-trepanação”. Foram identificados vários fatores preditivos de hidrocefalia: a distância da CD em relação à linha média, a ocorrência de higroma, a idade, a gravidade da lesão, a hemorragia subaracnóidea ou intraventricular, o tempo decorrido até a craniectomia, as reoperações e o uso de plástica com dura-máter. Entretanto, há divergências entre os autores e o impacto da CD na hidrocefalia continua controvertido.
Sujet(s)
Femelle , Humains , Mâle , Craniectomie décompressive/effets indésirables , Hydrocéphalie/étiologie , Complications postopératoires/étiologie , Lésions encéphaliques/complications , Lésions encéphaliques/chirurgie , Facteurs de risque , Accident vasculaire cérébral/complications , Accident vasculaire cérébral/chirurgieRÉSUMÉ
OBJECTIVE: to determine predictive factors for prognosis of decompressive craniectomy in patients with severe traumatic brain injury (TBI), describing epidemiological findings and the major complications of this procedure. METHODS: we conducted a retrospective study based on analysis of clinical and neurological outcome, using the extended Glasgow outcome in 56 consecutive patients diagnosed with severe TBI scale treated in the emergency department from February 2004 to July 2012. The variables assessed were age, mechanism of injury, presence of pupillary changes, Glasgow coma scale (GCS) score on admission, CT scan findings (volume, type and association of intracranial lesions, deviation from the midline structures and classification in the scale of Marshall and Rotterdam). RESULTS: we observed that 96.4% of patients underwent unilateral decompressive craniectomy (DC) with expansion duraplasty, and the remainder to bilateral DC, 53.6% of cases being on the right 42.9% on the left, and 3.6% bilaterally, with predominance of the fourth decade of life and males (83.9%). Complications were described as transcalvarial herniation (17.9%), increased volume of brain contusions (16.1%) higroma (16.1%), hydrocephalus (10.7%), swelling of the contralateral lesions (5.3%) and CSF leak (3.6%). CONCLUSION: among the factors studied, only the presence of mydriasis with absence of pupillary reflex, scoring 4 and 5 in the Glasgow Coma Scale, association of intracranial lesions and diversion of midline structures (DML) exceeding 15mm correlated statistically as predictors of poor prognosis. .
OBJETIVO: determinar fatores preditivos de prognóstico da craniectomia descompressiva, em pacientes com traumatismo cranioencefálico grave (TCE) descrevendo achados epidemiológicos e as principais complicações do método. MÉTODOS: estudo retrospectivo mediante análise da evolução clínica e neurológica, utilizando a escala estendida de resultados de Glasgow em 56 pacientes consecutivos atendidos no Serviço de Emergência no período de fevereiro de 2004 a julho de 2012, diagnosticados com TCE grave. Os fatores avaliados foram a idade, o mecanismo de trauma, a presença de alterações pupilares, a pontuação na escala de coma de Glasgow (ECG) à admissão, achado tomográfico (volume, tipo e associação de lesões intracranianas, desvio das estruturas da linha média e classificação na escala de Marshall e Rotterdam). RESULTADOS: observou-se que 96,4% dos casos foram submetidos à craniectomia descompressiva (CD) unilateral com duroplastia de expansão e o restante, CD bilateral, sendo 53,6% dos casos à direita, 42,9% à esquerda e 3,6% bilateralmente, com predomínio até a quarta década de vida e sexo masculino (83,9%). As complicações descritas foram a herniação transcalvárica (17,9%), aumento do volume de contusões cerebrais (16,1%), higroma (16,1%), hidrocefalia (10,7%), aumento de volume de lesões contralaterais (5,3%) e fístula liquórica (3,6%). CONCLUSÃO: entre os fatores estudados, apenas a presença de midríase com ausência de reflexo fotomotor, pontuação 4 e 5 na escala de coma de Glasgow, associação de lesões intracranianas e desvio de estruturas da linha mediana (DLM) superior a 15mm correlacionaram-se estatisticamente como fatores preditivos de prognóstico ...
Sujet(s)
Adolescent , Adulte , Sujet âgé , Femelle , Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Jeune adulte , Lésions encéphaliques/chirurgie , Craniectomie décompressive , Craniectomie décompressive/effets indésirables , Score de gravité des lésions traumatiques , Pronostic , Complications postopératoires/épidémiologie , Complications postopératoires/étiologie , Études rétrospectivesRÉSUMÉ
The posterior fossa decompression is a form of treatment suggested for patients with basilar invagination (BI) secondary to hypoplasia symptomatic of the clivus and atlantoaxial alignment preserved. Based on the fact that the worsening of cranial-cervical kyphosis (decrease of clivus-canal angle to less than 150o) can result in anterior brainstem compression, we propose that some patients may benefit from the cranio-cervical fixation. We present a case report of a patient with BI secondary to clivus hypoplasia who underwent cranio-cervical fixation in extension, with a reduction in clivus-canal angle and improvement of symptoms without posterior fossa decompression.
A descompressão da fossa posterior é uma das formas de tratamento sugeridas para pacientes com invaginação basilar (IB) secundária a hipoplasia sintomática de clivo e alinhamento atlanto-axial preservado. Baseado no fato de que a piora da cifose crânio-cervical (diminuição do ângulo clivo-canal para menos do que 150o) pode resultar em compressão anterior do tronco cerebral, propomos que alguns pacientes podem se beneficiar da fixação crânio-cervical. Apresentamos um caso de paciente com IB secundária a hipoplasia de clivo submetido à fixação crânio-cervical em extensão, com diminuição do seu ângulo clivo-canal e melhora dos sintomas, sem descompressão da fossa posterior.
La descompresión de la fosa posterior es una forma de tratamiento sugerido para los pacientes con invaginación basilar (IB) secundaria a hipoplasia sintomática del clivus con alineación atlantoaxial preservada. Con base en el hecho de que el empeoramiento de la cifosis cráneo-cervical (reducción del ángulo clivus-canal para menos de 150o) puede resultar en la compresión del tronco cerebral anterior, se propone que algunos pacientes pueden beneficiarse de la fijación craneocervical. Presentamos un paciente con IB secundaria a la hipoplasia del clivus sometido a fijación cráneo-cervical en extensión, con reducción del ángulo clivus-canal y mejora de los síntomas sin descompresión de la fosa posterior.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Appareils de fixation orthopédique , Platybasie , Fosse crânienne postérieure , CyphoseRÉSUMÉ
Decompressive craniectomy (DC) is gaining an increasing role in the neurosurgical treatment of intractable intracranial hypertension, but not without complications. A rare complication is the “syndrome of the trephined” (ST). It occurs when the forces of gravity overwhelm intracranial pressures, leading the brain to become sunken. Objective To determine the usefulness of asymmetric optic nerve sheath diameter (ONSD) as an outcome factor after cranioplasty. Method We followed-up 5 patients submitted to DC and diagnosed with ST. All were submitted to brain MRI to calculate the ONSD. Results Only two patients presented an asymmetric ONSD, being ONSD larger at the site of craniectomy. Surprisingly these patients had a marked neurological improvement after cranioplasty. They became independent a week after and statistically earlier than others. Conclusion It is presumed that the presence of an asymmetric ONSD in trephined patients is an independent factor of good outcome after cranioplasty. .
A craniectomia descompressiva (CD) tem papel fundamental no tratamento da hipertensão intracraniana refratária, mas não é isenta de complicações. Uma complicação rara é a “síndrome do trefinado” (ST). Ela ocorre quando as forças gravitacionais se sobrepõem à pressão intracraniana. Objetivo Determinar a utilidade do diâmetro da bainha do nervo óptico (DBNO) como fator prognóstico após cranioplastia. Método Foram acompanhados 5 pacientes trefinados portadores da ST. Estes pacientes foram submetidos à ressonância magnética com medida do diâmetro da bainha do nervo óptico (DBNO). Resultados Dois pacientes apresentaram uma assimetria do DBNO, sendo o diâmetro maior do lado craniectomizado. Para nossa surpresa estes evoluíram melhor do que os que apresentavam o DBNO simétrico. Estes pacientes se tornaram independentes uma semana após, e estatisticamente mais cedo do que os outros. Conclusão Há evidências de que a assimetria do DBNO sirva como fator de bom prognóstico após cranioplastia no pacientes portadores da ST. .