RÉSUMÉ
Abstract Currently, there are 21 species of Angiostrongylus that parasitize the pulmonary or mesenteric arteries of wild and domestic rodents, felids, canids and human. Species of Angiostrongylus have cosmopolitan distribution covering tropical, subtropical and temperate regions. The procyonid Nasua nasua (coati) is a reservoir host for a wide variety of parasites that may be harmful to its populations or may contain etiological agents with zoonotic potential. In urban areas, coatis are usually found in close association with humans and domestic animals. We morphologically and molecularly characterized a new species of Angiostrongylus found in N. nasua in a protected area within Belo Horizonte, Brazil. The new species of Angiostrongylus differs from other species of the same genus in terms of the length and bifurcation level of the lateral and ventral rays, the length of spicules and female tail morphology. Molecular phylogenetic results based on the mitochondrial cytochrome c oxidase subunit 1 gene suggest that the newly identified species belongs to a genetic lineage that is separate from other species of Angiostrongylus. This new species was collected from the mesenteric arteries of N. nasua. It was named Angiostrongylus minasensis n. sp..
Resumo Existem 21 espécies de Angiostrongylus que parasitam as artérias pulmonares ou mesentéricas de roedores silvestres e domésticos, felídeos, canídeos e homem. Espécies de Angiostrongylus têm uma distribuição cosmopolita que abrange regiões tropicais, subtropicais e temperadas. O procionídeo Nasua nasua (quati) é hospedeiro de vários parasitos que podem ser prejudiciais para suas populações ou conter agentes etiológicos com potencial zoonótico. Nas áreas urbanas, os quatis podem ser encontrados em estreita associação com seres humanos e animais domésticos. Nós caracterizamos morfológica e molecularmente uma nova espécie de Angiostrongylus encontrada em N. nasua de uma área protegida na cidade de Belo Horizonte, Brasil. A nova espécie de Angiostrongylus difere de outras espécies do mesmo gênero pelo comprimento e nível de bifurcação dos raios lateral e ventral, o comprimento dos espículos e a morfologia da cauda da fêmea. Resultados moleculares e filogenéticos baseados no gene mitocondrial citocromo c oxidase subunidade 1 indicam que a espécie recém-identificada pertence a uma linhagem genética separada de outras espécies de Angiostrongylus. O presente relato descreve uma nova espécie de Angistrongylus coletada das artérias mesentéricas de N. nasua, denominada Angiostrongylus minasensis n. sp..
Sujet(s)
Animaux , Mâle , Femelle , Procyonidae/parasitologie , Angiostrongylus/anatomie et histologie , Angiostrongylus/classification , Angiostrongylus/génétique , Phylogenèse , Population urbaine , Brésil , Réaction de polymérisation en chaîneRÉSUMÉ
Angiostrongylus costaricensis, A. cantonensis e A. vasorum possuem importância humana e veterinária. O exame dos moluscos infectados com esses parasitos é feito após digestão do molusco e sedimentação das larvas (L3). Essas larvas são inoculadas em roedores para obtenção dos vermes adultos que são identificados morfologicamente. Em decorrência dessas dificuldades, desenvolvemos um método molecular para a detecção de larvas desses parasitos utilizando a técnica de PCR-RFLP com iniciadores direcionados para as regiões conservadas da região espaçadora transcrita interna dois do DNA ribossomal (ITS2 do rDNA nuclear) e citocromo oxidase subunidade I do DNA mitocondrial (COI do DNAmt). A enzima de restrição ClaI foi a que forneceu os resultados mais precisos para a primeira região e a RsaI para a segunda. Para a reconstrução filogenética desses helmintos sequenciamos a região ITS2 do rDNA. As topologias das árvores foram ligeiramente diferentes. Na árvore de máxima parcimônia (MP) foi observada a formação de dois grupos: I) A. costaricensis, II) A. cantonensis e A. vasorum. Nas árvores de agrupamento de vizinhos (NJ) e máxima verossimilhança (ML) também houve a formação de dois grupos: I) A. costaricensis e A. vasorum, II) A. cantonensis
Nas três árvores, o grupo de A. costaricensis foi dividido em dois ramos, separando as populações do Brasil e da Costa Rica, sustentados por alto valor de bootstrap. As topologias das árvores e os valores de distância dessas populações sugerem que elas estão se diferenciando, provavelmente, devido à distância geográfica. Os resultados obtidos sugerem a existência de um único gênero: Angiostrongylus. De fato, as espécies A. cantonensis e A. costaricensis consideradas por alguns autores como pertencentes ao gênero Parastrongylus mostraram-se distantes entre si e mais próximas de A. vasorum. A partir das sequências desses nematóides, foram desenhados dois iniciadores. Esses iniciadores associados a um par de iniciador direcionado para a região ITS do hospedeiro intermediário, foram utilizados em uma única reação, denominada multiplex-PCR. Foram obtidos perfis específicos para cada nematóide. O amplicon de ITS2 de A. costaricensis do Brasil foi de 400 pb, de A. costaricensis da Costa Rica 480 pb, de A. cantonensis um fragmento duplo de 480-500 pb e de A. vasorum 450 pb. Com essa mesma metodologia detectou-se A. costaricensis em Sarasinula marginata experimentalmente infectada, sendo obtido um amplicon do parasito de 400 pb, associado ao amplicon do molusco de 1000 pb
Sujet(s)
Angiostrongylus/génétique , Angiostrongylus/immunologie , Angiostrongylus/microbiologie , Réaction de polymérisation en chaîneRÉSUMÉ
Angiostrongylus costaricensis, A. cantonensis e A. vasorum possuem importância humana e veterinária. O exame dos moluscos infectados com esses parasitos é feito após digestão do molusco e sedimentação das larvas (L3). Essas larvas são inoculadas em roedores para obtenção dos vermes adultos que são identificados morfologicamente. Em decorrência dessas dificuldades, desenvolvemos um método molecular para a detecção de larvas desses parasitos utilizando a técnica de PCR-RFLP com iniciadores direcionados para as regiões conservadas da região espaçadora transcrita interna dois do DNA ribossomal (ITS2 do rDNA nuclear) e citocromo oxidase subunidade I do DNA mitocondrial (COI do DNAmt). A enzima de restrição ClaI foi a que forneceu os resultados mais precisos para a primeira região e a RsaI para a segunda. Para a reconstrução filogenética desses helmintos sequenciamos a região ITS2 do rDNA. As topologias das árvores foram ligeiramente diferentes. Na árvore de máxima parcimônia (MP) foi observada a formação de dois grupos: I) A. costaricensis, II) A. cantonensis e A. vasorum. Nas árvores de agrupamento de vizinhos (NJ) e máxima verossimilhança (ML) também houve a formação de dois grupos: I) A. costaricensis e A. vasorum, II) A. cantonensis. Nas três árvores, o grupo de A. costaricensis foi dividido em dois ramos, separando as populações do Brasil e da Costa Rica, sustentados por alto valor de bootstrap. As topologias das árvores e os valores de distância dessas populações sugerem que elas estão se diferenciando, provavelmente, devido à distância geográfica. Os resultados obtidos sugerem a existência de um único gênero: Angiostrongylus. De fato, as espécies A. cantonensis e A. costaricensis consideradas por alguns autores como pertencentes ao gênero Parastrongylus mostraram-se distantes entre si e mais próximas de A. vasorum. A partir das sequências desses nematóides, foram desenhados dois iniciadores. Esses iniciadores associados a um par de iniciador direcionado para a região ITS do hospedeiro intermediário, foram utilizados em uma única reação, denominada multiplex-PCR. Foram obtidos perfis específicos para cada nematóide. O amplicon de ITS2 de A. costaricensis do Brasil foi de 400 pb, de A. costaricensis da Costa Rica 480 pb, de A. cantonensis um fragmento duplo de 480-500 pb e de A. vasorum 450 pb. Com essa mesma metodologia detectou-se A. costaricensis em Sarasinula marginata experimentalmente infectada, sendo obtido um amplicon do parasito de 400 pb, associado ao amplicon do molusco de 1000 pb.