RESUMO
Os AA apresentam os resultados de suas primeiras experiências sobre a açäo farmacológica do cabacinho (Momordica bucha, L.): 1) O cabacinho promove uma hipotensäo acentuada no cäo. 2) Essa açäo do cabacinho näo é bloqueada pela atropina. 3) O cabacinho provoca uma contraçäo imediata, acentuada e persistente da musculatura intestinal do coelho e do útero de rata, diretamente proporcional às doses empregadas. 4) Essas açöes do cabacinho näo sofrem o bloqueio da atropina. 5) O cabacinho anula os efeitos da adrenalina sobre a musculatura intestinal do coelho tendo, por sua vez, sua açäo anulada por essa substância. 6) A contraçäo provocada pelo cabacinho, sobre a musculatura intestinal do coelho, lembra o tétano imperfeito. 7) O cabacinho promove uma contratura imediata e persistente do músculo sartório do Bufo paracnemis, Lutz diretamente proporcional às doses empregadas. 8) A instilaçäo de cabacinho, sobre a rede capilar do mesentério do Bufo paracnemis, Lutz provoca uma vasodilataçäo imediata e intensa, com diminuiçäo da velocidade sangüínea. Esses dados levaram os AA a concluir que o cabacinho näo age como um parassimpaticomimétrico, porquanto näo sofre o bloqueio da atropina. Por outro lado, acham que näo podem catalogá-lo como um bloqueador do simpático, em virtude de seus efeitos serem anulados pela adrenalina. Supöem, assim, que o cabacinho interfira diretamente no sistema contrátil do músculo, pelo que o consideram uma droga musculotrópica, e que sua açäo hipotensora corra conta de uma vasodilataçäo periférica. O presente trabalho foi publicado originalmente em 1959, nos Anais da Faculdade de Medicina da Universidade do Recife (19:87-94). Está sendo republicado, na íntegra, devido o interesse crescente pelos estudos farmacológicos de vegetais largamente utilizados, como medicamento, com resultados dignos de atençäo