RESUMO
O trabalho tomou como objeto de estudo o trajeto dos Núcleos de Epidemiologia Pesquisa e Informaçäo (NEPI) do antigo Distrito de Saúde Tucuruvi/Jaçanä, período 1991-1996. Adotou como referência a categoria modelo tecno-assistencial, reconhecendo o objeto de estudo na relaçäo dos sujeitos sociais com a gestäo pública e desdobramentos na saúde e com os saberes/práticas nucleares inscritos na realidade estudada. Dois projetos políticos distintos nutriram a trajetória dos NEPIs. Os NEPIs nasceram, em 1991 na gestäo Erundina, sob a experiência da distritalizaçäo. Cresceram, até 1993, em torno de experiências fundadas nas tradicionais atividades de vigilância epidemiológica na perspectiva de transitar para a vigilância à saúde. A interrupçäo formal da municipalizaçäo, no início da gestäo Maluf, näo foi suficiente para desviar a rota de estruturaçäo dos NEPIs. Sobreviveram até 1996, resguardados pelos conteúdos e práticas construídos na gestäo anterior. Mesmo limitados rumo à implantaçäo da vigilância á saúde, aperfeiçoaram-se no processamento da informaçäo, mantendo minimamente as atividades clássicas de Vigilância Epidemiológica. As evidências deste trajeto de "sobrevivência" estäo demarcadas na Instruçäo Normativa 003/96, publicada no final da gestäo Maluf, que privilegia atividades iniciadas na gestäo Erudina. A tragetória destes NEPIs foi inquestionavelmente estruturada pela mudança e resistência de todos e de cada um. No limite de suas forças, ainda que por vezes confusos, mantiveram-se coesos e, num movimento de reaçäo coletiva, näo se frtaram a integrar "um novo modo de pensar e agir em saúde"