RESUMO
OBJETIVO: avaliar os efeitos dentoesqueléticos do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho de Herbst em pacientes que se encontravam na fase pós-pico de crescimento. MÉTODOS: a amostra consistiu de 16 pacientes com má oclusão de Classe II com medianas das idades inicial e final de 14,04 (amplitude 11,50 - 35,66) e 17,14 anos (amplitude 13,68 - 38,64), respectivamente, que foram tratados por um período médio de 2,52 anos. Telerradiografias em norma lateral foram obtidas ao início e final do tratamento para avaliar as alterações decorrentes do tratamento. Os modelos de gesso iniciais foram utilizados para avaliar o trespasse horizontal e a severidade da relação anteroposterior existente entre os molares ao início do tratamento. As alterações cefalométricas entre as fases inicial e final foram comparadas pelo teste não-paramétrico de Wilcoxon. RESULTADOS: os resultados mostraram que o aparelho de Herbst não promoveu alterações significativas no componente maxilar, o comprimento efetivo da mandíbula aumentou significativamente, sem promover uma melhoria da relação maxilomandibular. As alterações dos componentes dentoalveolares superiores e inferiores mostraram que os incisivos superiores apresentaram uma retrusão e inclinação lingual, ao passo que os incisivos inferiores evidenciaram um aumento na protrusão e inclinação para vestibular. As relações dentárias apresentaram uma melhora significativa com o tratamento. CONCLUSÃO: com base nos resultados desse trabalho, concluiu-se que os efeitos da terapia com o aparelho de Herbst em pacientes na fase pós-pico de crescimento são de natureza predominantemente dentoalveolar.
OBJECTIVE: The objective of this study was to evaluate dentoskeletal effects in the treatment of Class II malocclusion performed with the Herbst appliance in patients at post-peak stage of growth. METHODS: The sample consisted of 16 patients with Class II malocclusion and average initial and final ages of 14.04 (ranging from 11.50 to 35.66) and 17.14 (ranging from 13.68 to 38.64) years, respectively, who were treated for an mean time of 2.52 years. Lateral cephalograms were obtained at treatment onset (T1) and completion (T2) to evaluate the effects of therapy. Initial dental casts were also used to evaluate the overjet and the anteroposterior severity of molar relationship at treatment onset. The cephalometric changes between initial and final stages were compared by means of the non-parametric Wilcoxon test. RESULTS: The results showed that the Herbst appliance did not promote significant changes in the maxillary component and the effective length of the mandible significantly increased without improving the maxillomandibular relationship. Changes in the maxillary and mandibular dentoalveolar components revealed that the maxillary incisors exhibited retrusion and lingual tipping, while the mandibular incisors presented increased protrusion and buccal tipping. The dental relationships exhibited significant improvements with the treatment. CONCLUSION: Based on the present results, it was concluded that the effects of treatment performed with the Herbst appliance in patients at post-peak stage of growth are predominantly of dentoalveolar nature.