RESUMO
Entre 1990 e 1997, os autores avaliaram 12 pacientes que apresentavam fratura-luxaçao da articulaçao de Lisfranc submetidos a tratamento ortopédico no Hospital Universitário de Taubaté. O sexo masculino predominou sobre o feminino, numa proporçao de 11 : 1. No mecanismo de açao do traumatismo, houve maior predominância do indireto sobre o direto (8 : 4). Obtivemos dez fraturas-luxaçoes fechadas e duas abertas. A classificaçao adotada pelo Serviço foi a de Quénu & Kuss, modificada por Hardcastle, que enfatiza o tipo de mecanismo de açao, sendo três casos do tipo A (incongruência total), cinco casos do tipo B (incrongruência parcial) e quatro casos do tipo C (divergente). O tratamento realizado foi: reduçao incruenta seguida de aparelho gessado (um caso), reduçao incruenta com fixaçao percutânea (seis casos) e reduçao aberta com fixaçao (cinco casos). Como complicaçoes, registraram-se infecçao superficial (dois casos), síndrome compartimental (um caso), osteodistrofia de Sudek (um caso), osteoartrose (dez casos) e rigidez articular (três casos). Os resultados classificaram-se em bons (dois casos), regulares (sete casos) e ruins (três casos). Conclui-se que a fixaçao com fios de Kirschner percutâneo pode ser realizada desde que a reduçao incruenta esteja anatômica. Nos casos com pequenos desvios articulares, a reduçao aberta seguida de fixaçao poderá levar a melhores resultados a longo prazo.