RESUMO
A amamentação ultrapassa o limite do biológico, inserindo-se também nos âmbitos social e psicológico. esse estudo, realizado na Clínica Obstetrícia do ICHC-FMUSP, utilizou-se a metodologia qualitativa para entrevistar em profundidade dez "mães de primeira viagem", a fim de compreender aspectos psicológicos envolvidos na amamentação, na primeira semana de vida do bebê, e como essas mães lidam com as orientações vindas da equipe de saúde. Foram realizadas entrevistas individuais e análise qualitativa dos dados. A amamentação apareceu como uma vivência ambivalente, com sentimentos de poder e completude, feminilidade, mas também uma experiência dolorosa. Metade das entrevistadas recebeu orientações da equipe de saúde, sentidas como um apoio e segurança emocional. Assim, a amamentação, quando não é imposta, pode favorecer o encontro da mãe com seu bebê e o contato com ela mesma. A equipe de saúde pode atuar como facilitadora, utilizando conhecimentos técnicos, mas mantendo-se aberta à escutas dessas mulhres.