RESUMO
The success of the rehabilitation treatment is associated with the relationship between occlusion and periodontal status. When occlusal loads exceed the ability of the periodontium to resist and distribute the resulting forces, injuries may develop, leading to failures in dental practice. A 35-year-old female patient presented at the Occlusion and Orofacial Pain Research Center at the School of Dentistry, Universidade Federal de Goiás, Brazil, complaining of pain and mobility in the maxillary central incisors and sensitivity in the mandibular left incisors and canine. Symptoms began after cast metal restoration was performed in tooth #27. Clinical examination revealed a signifi cant difference of 1 mm between centric relation and habitual occlusion, presence of a periodontal pocket 5 mm deep in the mesial aspect of tooth #11, and an increased vertical dimension of occlusion caused by occlusal interference between teeth #27 and #37. Radiographic examination detected vertical bone loss between teeth #21 and #11, on the mesial aspect of tooth #33 and between the lower incisors. The lower teeth also showed radiographic evidence of periapical lesions. Occlusal interference caused anterior projection of the mandible to the right, overloading the incisors. Treatment by occlusal adjustment was performed to promote an equal incidence of forces on all aspects of the teeth. Twelve sessions were required to achieve a balanced occlusion and restore the physiological vertical dimension of occlusion. Six months after treatment, there was radiographic evidence of newly formed bone tissue between teeth #11 and #21, regression of apical periodontitis in the lower teeth, and a decrease in mobility and all associated symptoms. Secondary traumatic injury may be responsible for changes in apical tooth structures. Occlusal adjustment may favor the direction of occlusal forces to the long axis of the teeth.
O sucesso do tratamento reabilitador associa-se à relação entre a oclusão e a periodontia. Quando cargas oclusais excedem a capacidade periodontal de suportar e distribuir as forças resultantes, podem ocorrer traumas,os quais seriam responsáveis por fracassos na prática odontológica. Uma paciente de 35 anos compareceu ao Centro de Pesquisa em Oclusão e Dor Orofacial da Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Goiás, Brasil, com queixa de dor e mobilidade nos incisivos centrais superiores e sensibilidade nos dentes incisivo e canino esquerdos inferiores. A sintomatologia teve início após a confecção de uma restauração metálica fundida no dente 27. Ao exame clínico, observou-se diferença significativa de 1 mm entre a relação central e a oclusão habitual, presença de bolsa periodontal de 5 mm na face mesial do dente 11 e aumento da dimensão vertical de oclusão provocada por interferência oclusal entre os dentes 27 e 37. O exame radiográfi co detectou perda óssea vertical entre os dentes 21 e 11, na face mesial do dente 33 e entre os incisivos inferiores. Os dentes inferiores também apresentavam lesão radiolúcida indicativa de periapicopatia. O contato interferente provocava projeção mandibular anterior e para a direita, promovendo sobrecarga nos incisivos. O tratamento por ajuste oclusal foi indicado para promover igualdade de incidência de forças em todos os elementos dentários. Foram necessárias 12 sessões para obtenção de uma oclusão equilibrada e resgate da dimensão vertical de oclusão fisiológica. Seis meses após o tratamento, observou-se ao exame radiográfico neoformação óssea entre os dentes 11 e 21, regressão da periapicopatia nos dentes inferiores e redução da mobilidade e de toda sintomatologia associada. A lesão traumática secundária pode ser responsável por alterações nas estruturas apicais dos dentes. O ajuste oclusal pode favorecer o direcionamento das forças oclusais para o eixo longo dos elementos dentários.
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Ajuste Oclusal , Oclusão Dentária , Oclusão Dentária Traumática , Reabilitação Bucal , Registro da Relação MaxilomandibularRESUMO
A major concern in dentistry is the correct distribution of occlusal forces to promote balance among the elements of the stomatognathic system. Occlusal trauma may develop in situations where the magnitude of the load exerted by occlusion exceeds the ability of the periodontium surrounding the involved teeth to resist and distribute the resulting forces without moving. A 41-year-old female patient was referred to the Occlusion and Orofacial Pain Research Center at the School of Dentistry, Universidade Federal de Goiás, Brazil, with headache, temporomandibular joint pain, toothache, and bone resorption on the distal aspect of tooth #33. During clinical examination, a 2-mm difference between centric relation and habitual occlusion was detected, with interference between teeth #28 and #38, causing anterior projection of the mandible to the right. Probing depth of the lower canine was within normal limits, with a positive pulp vitality test. We concluded that pain and (grade II) mobility in tooth #33 were caused by interference of third molars, which exerted a distal pressure on the lower canine, characterizing primary occlusal trauma. Occlusal adjustment by selective grinding was then indicated to eliminate premature contact. Ten sessions were required to obtain optimal occlusion. Three months after treatment, follow-up radiograph showed newly formed bone tissue between teeth #33 and #34, with absence of mobility and symptoms. The case reported here indicates that occlusal adjustment is recommended for the treatment of periodontal injuries caused by traumatic occlusion. The treatment allows the achievement of an optimal occlusion by directing occlusal forces to the long axis of the teeth.
Uma das principais preocupações na odontologia é a distribuição correta das forças oclusais para que haja equilíbrio entre os elementos do complexo estomatognático. O trauma oclusal pode ocorrer quando a magnitude da carga exercida pela oclusão excede a capacidade do tecido periodontal ao redor dos elementos dentários envolvidos de resistir e distribuir as forças resultantes sem se mover. Uma paciente de 41 anos foi encaminhada ao Centro de Pesquisa em Oclusão e Dor Orofacial da Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Goiás, Brasil, com quadro clínico de cefaleia, dor nas articulações temporomandibulares, dor de dente e reabsorção óssea na face distal do dente 33. Ao exame clínico, detectou-se 2 mm de diferença entre a relação central e a oclusão habitual, com interferência entre os dentes 28 e 38, causando projeção mandibular anterior e para a direita. A profundidade de sondagem do canino inferior encontrava-se dentro dos limites normais, respondendo positivamente ao teste de vitalidade pulpar. Concluiu-se que a dor e a mobilidade (grau II) no dente 33 foram causadas por interferência existente entre os terceiros molares, fazendo com que o canino inferior fosse pressionado distalmente, caracterizando trauma oclusal primário. Para eliminar o contato prematuro, o tratamento indicado foi o ajuste oclusal por desgaste seletivo. Foram necessárias dez sessões para a obtenção de uma oclusão equilibrada. Após três meses de acompanhamento verificou-se ao exame radiográfico neoformação óssea entre os dentes 33 e 34, com desaparecimento da mobilidade e dos sintomas. O caso aqui relatado indica que o ajuste oclusal é recomendado para o tratamento de injúria periodontal causada por trauma oclusal. O tratamento permite atingir ótima oclusão ao direcionar as forças oclusais para o eixo longo dos elementos dentários.