RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a adesão ao tratamento em crianças com leucemia linfoblástica aguda. MÉTODO: A adesão foi avaliada através de questionários específicos. RESULTADOS: Foram estudados 73 pacientes com idade inferior a 18 anos que atingiram a fase de manutenção da quimioterapia. A mãe foi a informante em 81 por cento das entrevistas; 92 por cento dos informantes entendiam bem as orientações médicas. Em 27 por cento dos casos, houve falha na adesão ao tratamento quando considerada a não-administração da droga sem orientação médica por ao menos duas vezes durante a fase de manutenção; em 16 por cento dos casos, constatou-se falha quando considerada a não-administração da droga por três vezes ou mais. O principal motivo para a não-administração foi "esquecimento". Em 10 casos, a dose informada não correspondia à prescrita. Não se observou associação entre falhas na adesão e escolaridade do responsável, número de membros da família, ou renda familiar per capita. A probabilidade estimada de sobrevida livre de eventos para todo o grupo aos 8,5 anos foi de 72,4 por cento (IC 95 por cento: 59,2-82,3). Não foi observada diferença na sobrevida livre de eventos quando comparados os grupos com falhas na adesão com o grupo sem falhas. CONCLUSAO: Esses resultados apontam a necessidade de elaboração de programas e intervenções urgentes que proponham uma abordagem mais ampla do problema da não-adesão ao tratamento.