RESUMO
Três sub-divisões hipotalâmicas são importantes no ciclo sono-vigília: o hipotálamo anterior (núcleos gabaérgicos e núcleos supraquiasmáticos), o hipotálamo posterior (núcleo túbero-mamilar histaminérgico) e o hipotálamo lateral (sistema hipocretinas). O sistema gabaérgico inibitório do núcleo pré-óptico ventro-lateral (VLPO) do hipotálamo anterior é responsável pelo início e manutenção do sono NREM. Os neurônios supraquiasmáticos (NSQs) do hipotálamo anterior são responsáveis pelo ritmo circadiano do ciclo sono-vigília. Os núcleos aminérgicos, histaminérgicos, as hipocretinas e núcleos colinérgicos do prosencéfalo basal apresentam-se ativos durante a vigília, inibindo o núcleo pré-óptico ventro-lateral, promovendo a vigília. O processo de inibição-estimulação é a base do modelo da interação recíproca entre os grupos de células wake-off-sleep-on e células wake-off-sleep-on reguladores do ciclo sono-vigília. O modelo da interação recíproca também se aplica aos núcleos colinérgicos (células REM-on) e aminérgicos (células REM-off) do tronco cerebral no controle temporal do sono REM-NREM.
Assuntos
Humanos , Ciclos de Atividade/fisiologia , Hipotálamo/fisiologia , Neurônios/fisiologia , Neurotransmissores/fisiologia , Fases do Sono/fisiologia , Vigília/fisiologia , Eletromiografia , EletrofisiologiaRESUMO
O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) foi descrito pela primeira vez nos anos 1950. Contudo, sua elevação à categoria diagnóstica apenas ocorreu em 1994, quando foi incluído no apêndice B do DSM IV, com critérios provisórios para seu diagnóstico. Trata-se de uma síndrome caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar, sem qualquer comportamento de compensação para evitar um possível ganho de peso. Incertezas quanto a seus parâmetros diagnósticos como caracterização da quantidade de alimentos ingeridos, duração de um episódio de comer compulsivo, ou mesmo o valor da perda de controle sobre a ingestão alimentar, tornam difíceis uma homogeinização de um grupo sindrômico. Desta forma, estudos epidemiológicos podem revelar diferentes dados de caracterização da população portadora deste transtorno. Isto reforça a necessidade da manutenção de estudos para avaliação desta patologia.
Assuntos
Humanos , Transtornos da Alimentação e da Ingestão de Alimentos/diagnóstico , Modalidades Periódicas , Transtorno Obsessivo-Compulsivo/diagnósticoRESUMO
A cirurgia bariátrica é o método mais eficaz no tratamento da obesidade mórbida e controle do peso em longo prazo. As cirurgias antiobesidade podem ser procedimentos que limitam a capacidade gástrica, ou que interferem na digestão ou, ainda, uma combinação de ambas as técnicas. A maneira mais objetiva para classificar a obesidade é o índice de Massa Corpórea (IMC). Pessoas com IMC acima de 40 são portadoras de obesidade mórbida. As principais indicaçäes para a cirurgia bariátrica são: obesos com IMC maior que 40 kg/mý ou IMC acima de 35 kg/mý, associado com doenças clínicas descompensadas pela própria obesidade. O papel do psicólogo é o de avaliar se o indivíduo está apto emocionalmente para a cirurgia e auxiliá-lo quanto à compreensão de todos os aspectos decorrentes do pré e pós-cirúrgico. Quanto a possíveis contra-indicaçäes psiquiátricas para a cirurgia antiobesidade, não há consenso na literatura.
Assuntos
Humanos , Obesidade Mórbida/cirurgia , Obesidade/psicologia , Índice de Massa Corporal , Cuidados Pré-Operatórios/psicologia , Cuidados Pós-Operatórios/psicologia , Transtornos da Alimentação e da Ingestão de Alimentos/psicologia , Fatores de Risco , PsicoterapiaRESUMO
A obesidade, por sua caracterização e etiologia multifatorial, é uma condição que tem merecido atenção e estudos de diversas áreas de especialidades, particularmente a psiquiatria e a psicologia. Contudo, no DSM-IV-R não se encontram critérios para identificação e avaliação da obesidade como transtorno psiquiátrico, mesmo na categoria de transtornos alimentares, apesar de seus portadores apresentarem perturbaçäes comportamentais e conflitos psíquicos relacionados à alimentação. Embora, de fato, a obesidade não deva ser classificada como transtorno alimentar, alguns autores a incluem didaticamente nesta categoria pelos aspectos de funcionamento semelhante aos demais transtornos, pelo fato de caracterizar-se por perturbaçäes no comportamento alimentar, apresentando síndrome psicológica associada que pode merecer intervenção médica e/ou psiquiátrica (Flaherty, 1995).
Assuntos
Humanos , Fármacos Antiobesidade , Obesidade/terapia , Terapia Cognitivo-Comportamental , Comorbidade , Obesidade/etiologia , Obesidade/psicologia , SeguimentosRESUMO
O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que cursa com várias complicações clínicas e está entre as maiores causas de morbidade e mortalidade no Brasil. A presença de comorbidades psiquiátricas, principalmente depressäo e transtornos alimentares (TA), no paciente diabético, pode interferir no controle metabólico e aumentar as complicações da doença. Entre os vários fatores na associaçäo entre o DM e os TA, aspectos psicológicos relacionados ao DM, assim como restrições dietéticas, desempenham funçäo importante na expressäo de comportamentos alimentares inadequados nesta populaçäo. O objetivo do presente artigo é apresentar uma atualizaçäo sobre a associaçäo entre o DM e os TA. Seräo descritos dados sobre a epidemiologia, fatores de risco, aspectos clínicos, evoluçäo e tratamento da comorbidade entre os TA (anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsäo alimentar periódica) e DM tipos 1 e 2. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado de um TA associado parece se correlacionar a um melhor prognóstico do DM
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Bulimia , Anorexia Nervosa , Diabetes Mellitus , Diagnóstico Duplo (Psiquiatria)RESUMO
Os autores apresentam caso de um paciente de 63 anos, com passado de alcoolismo, que ha cerca de 5 anos iniciou quadro caracterizado por sintomas depressivos e queixas somaticas, com posterior desenvolvimento de deficits cognitivos, na ausencia de quadro demencial reconhecivel...
Assuntos
Humanos , Masculino , Idoso , Transtornos Autoinduzidos/diagnóstico , Transtornos Neurocognitivos/diagnóstico , Depressão/diagnóstico , Transtornos Cognitivos/diagnósticoRESUMO
Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre interações farmacológicas entre antidepressivos e o papel do CYP. O sistema citocromo P450 ( cerca de 30 enzimas oxidativas agrupadas em 11 grandes famílias é o componente fundamental no metabolismo hepático dos diversos fármacos. A polifarmacoterapia, prática frequente nos ambulátórios psiquiátricos, eleva o risco de interações medicamentosas; estas podendo ser farmacocinéticos e farmacodinâmicas. Dentre as interações farmacocinéticas, as que envolvem o citocromo P450(CYP) apresentam dois princípios: a indução e a inibição enzimáticas. Tais mecanismos participam do metabolismo de diferentes substâncias, inclusive dos antidepressivos, influenciando significativamente a prática clínica, promovendo toxicidade ou falta de eficácia