RESUMO
Objetivo: Avaliar os resultados da histeroscopia na investigação da cavidade uterina de mulheres na pós-menopausa com espessamento endometrial à ultra-sonografia. Métodos: Realizou-se estudo transversal, com avaliação histeroscópica de 329 mulheres na pós-menopausa, com diagnóstico de espessamento endometrial à ultra-sonografia transvaginal. As histeroscopias foram realizadas em ambiente ambulatorial, utilizando-se um micro-histeroscópico de Hamou II, com óptica de 4 mm e meio gasoso (CO2) para a distensão da cavidade uterina. A biópsia orientada foi efetuada em todas as pacientes com alterações suspeitas de malignidade e, na maioria das pacientes com alterações benignas o material obtido foi submetido a estudo histopatológico. Rresultados: A espessura endometrial variou de 6 a 38 mm, com média de 10,03 ± 4,49 mm. Os achados histeroscópicos foram: pólipos em 183 pacientes (55,62%); endométrio atrófico em 55 (16,72%); sinéquia em 26 (7,9%); lesão com aspecto cerebróide em 13 (3,95%); mioma em 12 (3,65%); hiperplasias endometriais em 11 (3,34%); espessamento focal em dez (3,04%:); endométrio proliferativo em oito (2,43%); muco em sete (2,13%) e atrofia cística em quatro (1,22%). Houve confirmação histológica de câncer de endométrio em 11 dos 13 casos sugestivos à histeroscopia de aspecto cerebróide. As hiperplasias foram confirmadas em sete dos 11 casos. A acurácia foi respectivamente de 99,26 e 96,67%. Nove dos 11 casos de câncer de endométrio e seis dos 12 casos de hiperplasias apresentavam sangramento uterino. Cconclusões: Os achados histeroscópicos mais freqüentes encontrados foram de lesões benignas (92,71%). A histeroscopia com biópsia mostrou-se método de elevada acurácia na identificação de anormalidades intra-uterinas.