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J. bras. psiquiatr ; 56(2): 94-101, 2007. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-465447

RESUMO

OBJETIVO: Verificar o conhecimento da população sobre o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e de médicos, psicólogos e educadores sobre aspectos clínicos do transtorno. MÉTODOS: 2.117 indivíduos com idade > 16 anos, 500 educadores, 405 médicos (128 clínicos gerais, 45 neurologistas, 30 neuropediatras, 72 pediatras, 130 psiquiatras) e 100 psicólogos foram entrevistados pelo Instituto Datafolha. A amostra da população foi estratificada por região geográfica, com controle de cotas de sexo e idade. A abordagem foi pessoal. Para os profissionais (amostra aleatória simples), os dados foram coletados por telefone em Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. resultados: Na população, > 50 por cento acreditavam que medicação para TDAH causa dependência, que TDAH resulta de pais ausentes, que esporte é melhor do que drogas como tratamento e que é viável o tratamento psicoterápico sem medicamentos. Dos educadores, > 50 por cento acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes, que tratamento psicoterápico basta e que os esportes substituem os medicamentos. Entre psicólogos, > 50 por cento acreditavam que o tratamento pode ser somente psicoterápico. Dos médicos, > 50 por cento de pediatras e neurologistas acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes. CONCLUSÕES: Todos os grupos relataram crenças não respaldadas cientificamente, que podem contribuir para diagnóstico e tratamento inadequados. É urgente capacitar profissionais e estabelecer um programa de informação sobre TDAH para pais e escolas.


OBJECTIVE: To assess the knowledge of the general population concerning attention deficit/hyperactivity disorder (ADHD) and of physicians, psychologists and teachers concerning clinical aspects of the disorder. METHODS: 2,117 individuals (age > 16 years), 500 teachers, 405 physicians (128 general practitioners, 45 neurologists, 30 neuropediatricians, 72 pediatricians, 130 psychiatrists) and 100 psychologists were interviewed by an independent research institute (Datafolha). Face-to-face interviews were conducted with a population sample stratified by geographic region, controlled by sex and age. Telephone interviews were conducted with the professional groups in Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba and Porto Alegre (simple random sampling). RESULTS: Of the general population, > 50 percent believed that ADHD drugs lead to addiction, that ADHD results from absent parents, that sports are a better treatment than drugs and that treatment with psychotherapy without drugs is feasible. Among teachers, > 50 percent believed that ADHD results from absent parents, that ADHD can be treated with psychotherapy alone and that sports can replace drugs. Among psychologists, > 50 percent believed that ADHD can be treated with psychotherapy alone. Among physicians, > 50 percent of pediatricians and neurologists believed that ADHD results from absent parents. CONCLUSION: All the groups reported beliefs that are not based on scientific evidence and that may contribute to inadequate diagnosis and treatment. It is urgent that these professional groups be trained and that an information program on ADHD be established for parents and schools.

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