RESUMO
Neste trabalho, utilizaram-se os algoritmos EM e EMS aplicados ao método do Cálculo Retroativo para estimar a magnitude da epidemia do HIV no Brasil. Fazendo-se suposições a respeito do comportamento dos infectados, em relaçäo à utilizaçäo da terapia combinada das drogas anti-retrovirais, construíram-se cinco cenários para a epidemia brasileira. O objetivo foi o de ilustrar os impactos que a utilizaçäo da terapia combinada das drogas anti-retrovirais possam estar tendo ou possam vir a ter na incubaçäo do vírus e, por conseguinte, nas avaliações da epidemia realizadas a partir dos casos de Aids notificados
Assuntos
Terapia Antirretroviral de Alta Atividade , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/terapia , Transtornos Relacionados ao Uso de SubstânciasRESUMO
O número de pessoas infectadas pelo HIV é uma importante medida da magnitude da epidemia de AIDS no Brasil, e permite a comparação com o padrão epidêmico de outros países. Essa quantidade pode ser estimada a partir do número de casos notificados de AIDS, que necessita ser corrigido pela distribuição do atraso da notificação e pelas sub-notificações. Essas distribuições são desconhecidas e devem ser estimadas a partir das datas registradas, que no Brasil foram perdidas. Neste artigo, estima-se o número de diagnósticos de AIDS, imputando as informações perdidas a partir da estimativa do padrão de atraso até 1996. Primeiro, ajustou-se uma regressão de Poisson bivariada para estimar o padrão de atraso, fazendo uma suposição de um atraso não estacionário. Nas etapas seguintes, estes modelos foram aplicados para imputar novos dados substituindo as informações perdidas e para estimar a magnitude da epidemia de AIDS no país. Os modelos estimaram que havia entre 36 mil e 50 mil casos de AIDS já diagnosticados e ainda não notificados. A epidemia era, portanto, de 20 a 30 por cento maior do que a conhecida pelas informações disponíveis em fevereiro de 1999. Para ser útil aos que planejam as políticas de saúde, o sistema de vigilância que se baseia nas notificações oficiais de AIDS deve ser continuamente melhorado.
Assuntos
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida , Surtos de Doenças , Notificação de Doenças , Infecções por HIVRESUMO
Há especificidades na epidemia do HIV que fazem com que sua transmissäo fuja à aleatoriedade verificada na transmissäo de outras doenças infecciosas. A observaçäo da epidemia tem mostrado que os comportamentos individuais - padröes de relaçäo que os indivíduos mantêm entre si - desempenham papel crucial na transmissäo do HIV e que as estratégias de prevençäo do crescimento da epidemia devem tomar em conta este fator para a alocaçäo eficiente dos recursos existentes. Modelos matemáticos e estatísticos que utilizam a abordagem compartimental aplicada à epidemia estimavam as interaçöes entre grupos cujas características e comportamentos variavam. Contudo, tais modelos eram mais "pós-ditivos" que preditivos, atribuindo-se isso à representaçäo inadequada da estrutura social das populaçöes pelas quais se disseminam os agentes infecciosos. Assim, passou-se a aplicar a metodologia de redes sociais à abordagem da epidemia do HIV. Discute alternativas à aplicaçäo desta metodologia à epidemia brasileira, ponderando que as redes sociométricas de risco estruturam o fluxo de agentes infecciosos em comunidades, criando oportunidades ímpares a sua interrupçäo.