RESUMO
The objective of this study was to determine the prevalence of malnutrition and its risk factors in children aged 0-10 years attending outpatient clinics in Manaus, Amazonas, Brazil. A cross-sectional epidemiological study of a population of 347 children was conducted. Data concerning socio-economic levels and food consumption were obtained by interviewing the accompanying guardian of each child. Dietetic evaluation was conducted using a semi-quantitative food frequency questionnaire, and faecal samples were examined by optical microscopy. Anthropometric measurements were transformed into percentiles and z-scores, and nutritional status was evaluated by reference to National Center for Health Statistics (NCHS) and Centers for Disease Control (CDC) indicators. Factors associated with undernutrition were analysed using a random-effects logistic regression model. The overall prevalences of underweight, stunting and wasting were 18.1, 15.5 and 10.7 percent, respectively, with reference to CDC growth curves, and 14.3, 17.3 and 4.4 percent, respectively, with reference to NCHS growth curves. The overall prevalence of wasting was statistical higher according to the CDC reference than that estimated using the NCHS reference (P=0.02). The prevalence rate of intestinal parasites was 58.8 percent. Risk factors associated with malnutrition were: low educational level of guardian respondent (OR=4.55), energy intake <54.5 kcal/kg (OR=4.55), children in age group 6-10 years (OR=3.54), and attendance at outpatient clinic for paediatric visit (OR=2.71). In the studied population, malnutrition (stunting, underweight and wasting) and parasite infection still represent serious public health problems. The risk factors identified in the present study confirm the influence of socio-economic factors on the nutritional status of children.
O objetivo do estudo foi determinar a prevalência de desnutrição e fatores de risco em crianças de 0-10 anos, atendidas em ambulatórios em Manaus, Amazonas, Brasil. Foi conduzido um estudo epidemiológico transversal em uma amostra de 347 crianças. As entrevistas foram realizadas com os pais ou responsáveis, foram coletados dados socioeconômico e de consumo alimentar de cada criança. Para avaliação dietética utilizou-se um questionário semi-quantitativo de freqüência alimentar. Amostras de fezes foram examinas por microscópio ótico. Medidas antropométricas foram transformadas em percentis e z-escore e o estado nutricional foi avaliado pelos indicadores do National Center for Health Statistics (NCHS) e do Centers for Disease Control (CDC). Fatores de risco associados à desnutrição foram analisados usando modelo de regressão logística com efeito aleatório. As prevalências de baixo peso, déficit de estatura e déficit de peso foram 18,1, 15,5 e 10,7 por cento pela referência do CDC e 14,3, 17,3 e 4,4 por cento do NCHS. A prevalência de déficit de peso foi maior quando estimada pelo CDC em comparação ao NCHS (p=0,02). A prevalência de parasitoses intestinais foi de 58,8 por cento. Os fatores de risco associados a desnutrição foram: baixo nível educacional dos respondentes (OR=4.55), ingestão calórica <54.5 kcal/kg (OR=4.55), crianças na faixa etária de 6-10 anos (OR=3.54), e consulta pediátrica como motivo de visita ao ambulatório (OR=2.71). Na população estudada, desnutrição (baixo peso, déficit de estatura e déficit de peso) e infecção parasitária ainda representam um problema de saúde pública. Os fatores de risco confirmam a influência dos fatores sócio econômicos no estado nutricional das crianças.