RESUMO
Investigamos, neste artigo, questões ao diagnóstico que faz o psicanalista diante de indivíduos usuários de drogas. Há uma tendência geral a se tentar vincular tais fenômenos a uma determinada estrutura, na maioria das vezes a estrutura perversa. O que se buscou realizar um certo distanciamento desta maneira de conceber o fenômeno, relativizando essas aproximações, às vezes apressadas, que podem prejudicar a escuta do sujeito em questão. Baseados na formulação principal de Lacan sobre o uso da droga, apresentamos nossa interpretação do que seria sua aplicação clínica
Assuntos
Diagnóstico Clínico , Psicanálise , Drogas IlícitasRESUMO
Desde Maria Torok e Nicolas Abraham, a partir de seu surpreendente estudo sobre lhomme aux loups, apesar das severas críticas de Lacan, a noção de segredo tornou-se importante para o pensamento psicanalítico francês. Com as importantes contribuições de Serge Tisseron e sua demonstração prática da utilidade clínica desta noção, a atenção dos psicanalistas franceses aos possíveis segredos implícitos no discurso do analisando tornou-se essencial, mesmo para aqueles que preferem, a esta noção, o neologismo do não dito. Muito além dos psicanalistas, o sucesso mediático de Tisseron induziu uma grande sensibilidade da opinião pública francesa aos efeitos de segredos para a vida de cada um, mais freqüentemente nefastos que benéficos. O presente artigo pretende buscar as origens dessa noção no pensamento e na clínica de Freud.