RESUMO
Analisa o processo de municipalização da saúde em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Verifica a reorganização da rede e o seu impacto na ampliação da oferta e distribuição dos serviços assistenciais. Conclui que a crescente autonomia municipal provocou uma série de inovações na gestão local do setor, com o reaparelhamento técnico e administrativo, permitindo a ampliação e reativação da rede de serviços e o aumento da cobertura da rede pública. Observa menor dependência do setor público, em relação ao setor privado, quanto à oferta de atenção básica e de procedimentos de baixa complexidade. Identifica a adoçao do sistema de cooperativas de atendimento médico, como um meio de contornar a rigidez do setor público na contratação de profissionais, suprindo as deficiências acumuladas na oferta de consultas e de serviços especializados no município.
Assuntos
Política , Administração de Serviços de Saúde , Governo Local , Brasil , Comportamento Cooperativo , Política de Saúde , Estratégias de Saúde Locais , Administração Municipal , Inovação Organizacional , Qualidade da Assistência à Saúde , Cobertura de Serviços Públicos de SaúdeRESUMO
A inclusäo da chamada questäo social na agenda pública desde a modernidade até seus desdobramentos mais atuais constitui-se no fio condutor do artigo. Mostra que um dos sentidos da modernidade é exatamente a inversäo radical entre o significado do público e do privado, ensejando o alargamento do espaço público. A modernidade, longe de estar associada a um determinado modelo capitalista-burguês, projeta-se como uma reinvençäo dos direitos, da cidadania e da experiência democrática contemporânea. Nessa trajetória, o processo de individualizaçäo foi visto como fator crucial para a compreensäo da ideologia das sociedades modernas e, paradoxalmente, da própria emergência das ciências sociais. A concepçäo individualista, enfatizando a especificidade da representaçäo moderna do social, isto é, sua característica de sociedade auto-instituinte, permite a compreensäo ampliada do domínio público. Nesse sentido, a polarizaçäo ideológica entre as concepçöes liberal (favorável ao individualismo) e marxista (vinculada às representaçöes holísticas do social), deve ser revista, inclusive, porque repercute no próprio instrumental analítico das ciências sociais.
Assuntos
Direitos Civis , Política PúblicaRESUMO
Procura mostrar que um dos sentidos da modernidade é exatamente a inversäo radical entre o significado do público e do privado, ensejando o alargamento do espaço público. A modernidade, desta forma, foi pensada através da sua identificaçäo com o espírito e os ideais revolucionários do século XVIII, onde a questäo dos direitos humanos e a busca de um novo fundamento para o poder säo aspectos centrais. Assim a modernidade, projeta-se como uma reinvençäo dos direitos, da cidadania e da experiência democrática contemporânea. O processo de individualizaçäo foi visto como fator crucial para a compreensäo da ideologia das sociedades modernas e paradoxalmente, da própria emergência das ciências sociais. A concepçäo individualista, enfatizando a especificidade da representaçäo moderna do social, permite a compreensäo ampliada do domínio público, via inclusäo ininterrupta de novos sujeitos de direito. Neste sentido, a polarizaçäo ideológica entre as concepçoes liberal e marxista deve ser revista. Aponta para uma revisäo das polarizaçoes que parecem marcar em torno do chamado welfare-state. Enfatiza a necessidade de uma reavaliaçäo das discussoes em torno do tema, considerando dos direitos sociais e da centralidade das políticas públicas para a administraçäo das sociedades complexas. Discute a questäo da cidadania no Brasil, aponta para as dificuldades do nosso processo de individualizaçäo e das representaçoes em torno dos princípios de igualdade e de universalidade.
Assuntos
Direitos Humanos , Justiça Social , Seguridade Social , Democracia , Administração PúblicaRESUMO
Este artigo tem como objetivo avaliar criticamente o paradigma ainda dominante na análise das políticas de saúde, no interior da produçao acadêmica do campo da saúde coletiva. Nesse sentido, parte-se da recuperaçao do debate em torno da chamada crise dos modelos clássicos nas ciências sociais. Este debate, inspirado em diversas revisoes e críticas dos esquemas teóricos consagrados na sociologia, é responsável tanto pelo alargamento dos esquemas explicativos quanto pela diversificaçao das questoes e objetos de investigaçao. Assim, torna-se fundamental, nessa discussao, atentar para os limites do alcance explicativo dos modelos teóricos excessivamente generalizantes e, por outro lado, dar maior ênfase ao processo de formaçao e de açao de sujeitos e atores coletivos, em detrimento de abordagens estruturalizantes. O que se pretende, entao, é mostrar a importância desse debate e seus possíveis e necessários desdobramentos para a produç*o acadêmica das políticas sociais e de saúde