RESUMO
OBJETIVOS: Determinar a micobiota de conjuntiva sadia em indivíduos diabéticos, segundo tipo de diabetes, idade, sexo, tempo de doenca, tipo de tratamento e estádio da retinopatia. Estabelecer a micobiota anemófila nas salas de colheita. MÉTODOS: Estudo transversal de 803 diabéticos residentes na zona urbana de São Paulo - SP/Brasil. Foi usado para primo-isolamento o meio de cultivo ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol e para identificacão dos fungos filamentosos a chave de De Hoog. RESULTADOS: Dos diabéticos avaliados, 6,6 por cento (53/803) apresentavam diabetes tipo 1 e 93,4 por cento (750/803) tipo 2. Os cultivos positivos para fungos em conjuntiva de diabéticos foi 4,2 por cento (34/803), sendo 1,9 por cento (1/53) nos diabéticos tipo 1 e 4,4 por cento (33/740) nos diabetes tipo 2 (p=0,720). Não foi verificada associacão estatisticamente significante quanto à presenca ou não de isolamentos de fungos em relacão idade (p=0,575), sexo (p=0,517), tempo de doenca (p=0,633), tipo de tratamento (p=0,422) e estádio de retinopatia diabética (p=0,655) desses indivíduos. Todos os fungos identificados foram filamentosos: Aspergillus spp. representou 59,5 por cento (25/42) dos isolamentos sendo 47,6 por cento (20/42) Aspergillus niger. Ocorreu crescimento de fungos anemófilos do ar ambiente da sala, observando-se coincidências entre as espécies isoladas no ar e na conjuntiva. CCONCLUSÕES: Foi identificada presenca de micobiota em conjuntiva sadia de diabéticos, não havendo associacão entre a maior positividade de isolamentos fúngicos e o tipo de diabetes, idade, sexo, tempo de doenca, tipo de tratamento e estádio da retinopatia diabética. Nas salas de colheita foi identificada micobiota anemófila.