RESUMO
Nesta pesquisa investigou-se o nível de informação, percepção, motivos e sentimentos de escolares sobre a doação de sangue. 145 escolares do pré, 2ª, 4ª séries com seis, oito e 10 anos de idade foram submetidos a provas piagetianas, responderam uma entrevista, se posicionaram frente a um dilema. Verificou-se pouca informação e informações errôneas sobre a doação. A escola foi a fonte de informação menos citada. A maioria dos entrevistados tanto na entrevista, como no dilema, justificou a doação de sangue como um ato solidário, permitindo supor que valores como generosidade podem ser adquiridos na fase pré-operatória. Discute-se o papel da escola nos programas de Educação em Saúde voltados a comportamentos que serão emitidos a longo prazo e que beneficiam a coletividade.
This study investigated children's values and perceptions of blood donation. A hundred forty-five students (preschool, second- and fourth-graders) aged 6, 8 and 10 years old answered Piagetian tests. They were also interviewed on blood donation and faced a moral dilemma. Lack of information and misinformation were observed. The school was the least frequently cited information source. Findings showed that the participants justified blood donation as an act of solidarity. It indicates that children have a conception of values since the preoperational stage of cognitive development. It is also presented a discussion on the role of schools in Health Care Education, particularly targeting specific behaviors which will be expressed in the long term such as blood donation.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Criança , Doadores de Sangue/psicologia , Estudantes/psicologia , Educação em Saúde , Valores Sociais , Estudos Transversais , Ensino Fundamental e MédioRESUMO
Uma das preocupações atuais dos serviços de saúde diz respeito aos baixos índices de doação de sangue. Essa constatação levou os hemocentros a desenvolverem programas de conscientização, na mídia e nas escolas, partindo do pressuposto que a formação de cidadãos responsáveis pelo bem-estar pessoal e coletivo se inicia na infância. Frente à necessidade de subsídios para elaboração desses programas, este projeto teve como objetivo investigar a concepção que escolares de idades e estágios cognitivos diversos têm sobre doação de sangue, a importância que atribuem ao ato de doar e receber sangue, as informações de que dispõem, quais são suas fontes de informação, assim como fantasias e sentimentos associados à doação e recepção. Para tal, 145 escolares de faixa etária dos 6, 8 e 10 anos de idade foram submetidos a provas de desenvolvimento cognitivo, responderam a uma entrevista individual, semi-estruturada, com questões norteadoras sobre ostemas discutidos e tiveram que se posicionar frente a um dilema. Num segundo momento, foi pedido que elaborassem um desenho para sensibilizar as pessoas a doarem sangue. Os resultados mostraram que, tanto na entrevista como na resolução do dilema e no desenho, a maioria das crianças associou a doação com um ato de ajuda ao outro, parecendo mostrar que, independente do recurso metodológico utilizado, os escolares relacionaram o ato de doar com os valores de generosidade e solidariedade, possivelmente influenciados pelos slogans veiculados nas campanhas. Apesar das crianças com maior escolaridade, na fase de desenvolvimento formal, possuir um número significativamente maior de informações, quando comparadas com as mais novas, que frequentavam o pré e a segunda série, o nível de desinformação e de informações errôneas sobre o processo de doação, foi alto, na amostra como um todo. O maior grau de desconhecimento era das crianças que frequentavam escolas públicas de periferia...