RESUMO
Os autores relacionaram a arquitetura trabecular do calcâneo e da epífise distal do rádio à atividade física e ao estado nutricional, em dois conjuntos de remanescentes esqueléticos: a série recuperada no Sambaqui do Forte Marechal Luz (SC) com antiguidade estimada em 800 anos antes do presente (AP) e a série Guajajara (MA) com antiguidade estimada em 200 AP. Tais séries representam estilos de vida, estratégias de subsistência e inserções ambientais distintas. O trabalho fundamentou-se no fato de que a plasticidade do osso trabecular permite que a sua morfologia se adapte às solicitações do cotidiano dos indivíduos. A aplicação da Transformada Rápida de Fourier em imagens radiográficas do calcâneo e rádio gerou espectros de freqüência para quantificação trabecular. A análise comparativa da morfologia óssea mostrou que na série do Sambaqui do Forte, as atividades, para o membro superior eram desigualmente distribuídas entre os sexos. Já no grupo Tenetehara, as diferenças observadas sugerem uma maior demanda mecânico-muscular para os membros inferiores dos sexo feminino.