RESUMO
No sentido de contribuir para uma reflexão dos profissionais de Enfermagem quanto à sua interação com o familiar-acompanhante do paciente idoso, esta dissertação caracteriza-se como um estudo descritivo de abordagem qualitativa, cujo objeto de estudo foram as relações de poder estabelecidas entre o enfermeiro e o familiar-acompanhante do paciente idoso. Teve como fio condutor, os seguintes objetivos: identificar as razões do conflito oriundo do cotidiano da equipe de Enfermagem, paciente e seu familiar-acompanhante, analisar as relações que se estabelecem entre a equipe de Enfermagem e o familiar-acompanhante, discutir as questões de poder que emergem no cotidiano dos enfermeiros e acompanhantes nas situações de internação hospitalar. Participaram da pesquisa dez enfermeiros, sendo quatro do sexo masculino e seis do sexo feminino. O instrumento utilizado para coleta de dados foi: entrevista semi-estruturada que possibilitou a construção de duas categorias analíticas, sendo a primeira: o conflito evidenciado entre a equipe de Enfermagem e os familiares, que se desmembrou em duas sub-categorias: os recursos humanos como fonte de conflito e a educação do familiar como direito à cidadania, e a segunda, as micro-relações de poder estabelecidas na instituição hospitalar, originando a sub-catgoria participação familiar na assistência ao idoso. A análise e discussão dos dados produzidos foram à luz do referencial teórico de Foucault, apoiado também em outros autores. Conclui que a deficiência de recursos humanos na instituição e a pouca divulgação ao profissional de Enfermagem, assim como ao familiar do paciente idoso, das orientações e atualizações da legislação a favor dos idosos, fragiliza as relações do profissional de Enfermagem com o familiar-acompanhante do paciente e o expõe à sanções ético-legais, gerando embates no cotidiano dessas relações, que se estabelecem como micro-poderes.