RESUMO
Este trabalho visa a analisar as falas e as práticas dos profissionais de saúde referentes aos sentidos construídos sobre o sintoma nos serviços de saúde mental, nos vales do Rio Pardo e Taquari, RS, que atendem à infância. Realizamos um estudo descritivo a partir da Análise de Discurso de tendência francesa em 37 entrevistas semiestruturadas. Percebemos uma multiplicidade de sentidos atribuídos ao sintoma, mas essa polissemia é atravessada por alguns sentidos dominantes, sendo que o sintoma, apontado como uma expressão de alguma coisa ou anúncio de que algo não está bem no sujeito, o mais frequente. Outros profissionais referem que o sintoma é parte do sujeito, algo que o estrutura. Alguns ainda entendem o sintoma como tendo uma existência concreta, como algo que é visível e externo, manifestando-se então no sujeito. Observamos, nesses vários discursos, que os diferentes sentidos atribuídos ao sintoma na infância parecem apontar, de forma frequente, para as dimensões sociais e os sistemas familiares como elementos constitutivos no entendimento dos sintomas na criança.
This paper aims to analyze the speeches and practices of health professionals regarding the senses built on the symptom in children-oriented mental health services, in the valleys of Rio Pardo and Taquari, RS. We conducted a descriptive study through the French-based Discourse Analysis in 37 semi-structured interviews. We noticed a multiplicity of senses attributed to the symptom, but this polysemy is traversed by some predominant senses, while the symptom, viewed as the expression of something or the harbinger signaling something wrong with the subject, most frequently. Other professionals have it that the symptom is part of the subject, something that structures him/her. Some understand that the symptom has its own concrete existence, as something visible and external, thus manifesting itself in the subject. In these various discourses, we observed that the different senses attributed to the symptom at childhood, on a frequent basis, seem to point to social dimensions and family systems as constitutive elements in the understanding of the symptoms in the child.