Leishmaniose em cães domésticos: aspectos epidemiológicos / Leishmaniasis in domestic dogs: epidemiological aspects

Em Barra de Guaratiba, área endêmica de leishmaniose visceral americana (LVA) no Rio de Janeiro, Brasil, as campanhas de controle não têm sido capazes de reduzir a infecção canina. Este fato nos levou a aprofundar o estudo do cão como reservatório da Leishmania chagasi em ambiente periurbano, através de acompanhamento clínico e sorológico usando as técnicas de IFA e WB. O reconhecimento dos peptideos de 29 e 32kDa por soro de cães comprovadamente infectados por L. chagasi foi observado. Além disso, somente soros de cães sintomáticos reconheceram o antígeno de 68,5kDa, podendo esse peptídeo ser recomendado como parâmetro para eliminação dos cães em área endêmica. A técnica de WB provou ser mais sensível que IFA, desde que as frações peptídicas de 29 e 32kDa foram reconhecidas por soro de cães soronegativos para LVA, até 8 meses antes da soroconversão pelo IFA. A proximidade da mata foi fator relevante para aumentar o risco de infecção por L. chagasi nos cães, possivelmente devido à presença de reservatórios silvestres.

Histopathological study of experimental and natural infections by Trypanosoma cruzi in Didelphis marsupialis

Didelphis marsupialis, the most important sylvatic reservoir of Trypanosoma cruzi, can also maintain in their anal scent glands the multiplicative forms only described in the intestinal tract of triatomine bugs. A study of 21 experimentally and 10 naturally infected opossums with T. cruzi was undertaken in order to establish the histopathological pattern under different conditions. Our results showed that the inflammation was predominantly lymphomacrophagic and more severe in the naturally infected animals but never as intense as those described in Chagas' disease or in other animal models. The parasitism in both groups was always mild with very scarce amastigote nests in the tissues. In the experimentally infected animals, the inflammation was directly related to the presence of amastigotes nests. Four 24 days-old animals, still in embryonic stage, showed multiple amastigotes nests and moderate inflammatory reactions, but even so they survived longer and presented less lesions than experimentally infected adult mice. Parasites were found in smooth, cardiac and/or predominantly striated muscles, as well as in nerve cells. Differing from the experimentally infected opossums parasitism in the naturally infected animals predominated in the heart, esophagus and stomach. Parasitism of the scent glands did not affect the histopathological pattern observed in extraglandular tissues.