RESUMO
Foi pesquisada a presença de HTLV-1 anticorpos no soro e no LCR de 150 pacientes com afecçöes do sistema nervoso, particularmente mielopatias. Os pacientes foram considerados segundo três grupos, de acordo com a possível relaçäo entre a doença e a presença de HTLV-1 anticorpos: sem risco de relaçäo (grupo controle); grupo de risco ocasional; grupo de risco possível. Este último abrange 56 pacientes com paraparesia ou paraplegia crural espástica de etiologia näo esclarecida (PE). Foi utilizada para a pesquisa a técnica de aglutinaçäo passiva de partículas para anti-ATLA anticorpo, sendo obtidos os seguintes resultados: näo foram detectados HTLV-1 anticorpos no grupo controle e foram detectados (soro e/ou LCR) em 16,5% dos pacientes do segundo grupo e em 55,4% daqueles do terceiro grupo. O quadro clínico dos pacientes com PE e HTLV-1 anticorpos era compatível a paraparesia espática tropical (PET). Foi verificada diferença significativa quanto a dados do exame de LCR (citologia, concentraçäo proteica e teor de globulinas gama) ao se compararem os pacientes com PET com HTLV-1 anticorpos no LCR àqueles com PE em que tais anticorpos näo foram detectados nem no soro e nem no LCR. Os resultados deste estudo confirmam a elevada incidência da PET no Brasil e ilustram a necessidade da pesquisa desses anticorpos também no LCR
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Masculino , Feminino , Anticorpos Anti-HTLV-I/análise , Paraparesia Espástica Tropical/imunologia , Idoso de 80 Anos ou mais , BrasilRESUMO
A epilepsia primária da leitura é forma rara de epilepsia reflexa, na qual a leitura age como estímulo específico paa o desencadeamento de crises. Os autores relatam o caso de um paciente do sexo masculino, com 18 anos de idade, apresentando há um ano abalos mioclônicos da mandíbula provocados exclusivamente pela leitura. Em um episódio no qual o paciente prosseguiu a leitura, os abalos se seguiram de crise tônico-clônica generalizada. O EEG, efetuado com métodos de ativaçäo rotineira, foi normal, enquanto o EEG registrado durante leitura mostrou descargas de espículas geralmente de baixa voltagem, bilaterais e síncronas, predominando nas regiöes frontocentrais, concomitantes à manifestaçäo clínica de mioclonias da mandíbula. O uso de clonazepam, na dose de 2mg diários, levou ao controle completo das crises e normalizaçäo do EEG num período de seguimento de 24 meses