RESUMO
A demência vascular (DV) é a mais prevalente entre as formas secundárias, principalmente no idoso. O conceito dimensional de comprometimento cognitivo vascular (CCV), proposto recentemente, abrange melhor o tema e seu uso vem crescendo rapidamente. O continuum pode ser definido pela designação de CCV/DV. A DV é uma entidade heterogênea, que compreende diversos tipos clínico-patológicos, com apresentqações variadas. Estes são definidos pelo número, extensão e localização das lesões isquêmicas (presente abordagem), assim como pelas características dos vasos acometidos (grandes vasos arteriais, pequenos vasos arteriais). São classificados e descritos os grandes subtipos que constituem o conglomerado da DV, decorrentes de lesão isquêmica, considerando as estruturas atingidas e as manifestações clínicas. Os subtipos desse conglomerado são relacionados a infartos pós-ACV, múltiplos, estratégico(s), isquemia subcortical, em territórios limítrofes e os decorrentes a vasoespasmo (pós-hemorragia subaracnóide). O conhecimento desses variados subtipos é de grande importância na definição diagnóstica com vistas à necessidade de estabelecer adequadas estratégias de tratamento.
Assuntos
Transtornos Cognitivos , Demência Vascular/classificaçãoRESUMO
As presentes recomendações e sugestões para o "Tratamento da Doença de Alzheimer" foram elaboradas por grupo de trabalho constituído por participantes da IV Reunião de Pesquisadores em Doença de Alzheimer e Desordens Relacionadas, patrocinada pelo Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Compreendem tópicos sobre o tratamento farmacológico e não farmacológico do comprometimento cognitivo e declínio funcional, assim como dos sintomas de comportamento e psicológicos dessa doença demenciante. São utilizados diversos níveis de evidências e de recomendações e sugestões para os diversos fármacos propostos, assim como para o tratamento não farmacológico, baseado em ampla revisão bibliográfica, nacional e internacional.
Assuntos
Humanos , Doença de Alzheimer/terapia , Transtornos Cognitivos/terapia , Centros Médicos Acadêmicos , Doença de Alzheimer/psicologia , Brasil , Medicina Baseada em EvidênciasRESUMO
A demência vascular (DV) é uma entidade nosológica cuja importância vem se afirmando cada vez mais. Corresponde à segunda demência em termos de prevalência, principalmente no idoso, parecendo ser a predominante no grupo idoso-velho. A fisiopatologia e as diversas classificações são especialmente importantes para melhor compreensão da gênese dos quadros clínicos. O diagnóstico nem sempre é fácil, existindo diversos critérios à disposição dos clínicos e dos pesquisadores, assim como numerosos recursos laboratoriais. O conceito de comprometimento cognitivo vascular (CCV), proposto recentemente, abrange melhor o tema e seu uso vem crescendo rapidamente. As manifestações da CCV/DV são variadas, compreendendo comprometimento cognitivo, sintomas de comportamento e psicológicos, distúrbios motores, com gravidade e combinações variáveis, de acordo com a localização e extensão da lesões. ACCV/DV conta com um leque de opções terapêuticas, em vários níveis, desde a prevenção, até o estacionamento ou melhora do quadro instalado. A prevenção, assim como o estacionamento e a melhora, pode eventualmente ser obtida através do controle de certo número de fatores de risco. Além disso, pode se utilizar estratégias colinérgica, para melhora da cognição e a glutamatérgica, que também contribui na neuroproteção. As estratégias monoaminérgicas e outras relacionadas frequentemente são necessárias para o controle de sintomas de comportamento e psicológicos. Existem ainda intervenções não farmacológicos que podem aumentar o sucesso do tratamento. Assim, a CCV/DV é um quadro sujeito a possibilidades terapêuticas variadas e eficazes, sendo frequentemente gratificante no que diz respeito aos resultados obtidos, oferecendo, aos pacientes e seus familiares/cuidadores, uma melhor qualidade de vida
Assuntos
Humanos , Comportamento , Transtornos Cognitivos , Demência Vascular/diagnóstico , Demência Vascular/tratamento farmacológico , Demência Vascular/classificaçãoRESUMO
O sistema glutamatérgico tem sido objeto de numerosos estudos recentes básicos e clínicos que sugerem um importante papel dos distúrbios de sua atividade fundamentando a 'hipótese glutamatérgica' na doença de Azheimer (DA). A neurotransmissão glutamatérgica normal é substituída pela patológica, como ocorre na DA. A característica diferencial importante parece ser um liberação sustentada de baixa concentração de glutamato ('ativação tônica'), que induz na região pós-sináptica uma despolarização parcial e um influxo mantido de Ca²+ para o neurônio pós-sináptico, com aumento da amplitude do 'ruído' de fundo, em comparação à registrada em condições normais. A liberação transitória de glutamato após ativação pré-sináptica, nessas condições, leva a uma despolarização completa da membrana pós-sináptica e influxo adicional de Ca²+. É produzido um 'sinal' eletrofisiológico que pouco se destaca em amplitude em relação ao 'ruído' de fundo, que não é detectado. O aumento excessivo do Ca²+ intracelular também é sinalizador para atividades patológicas em sítios citoplasmáticos e nucleares. Assim, não ocorrem as modificações necessárias relacionadas aos mecanismos de neuroplasticidade e são induzidas cascatas deletérias que podem levar à neurodegeneração. A utilização de uma droga como a memantina, antogonista não competitivo do receptor NMDA de afinidade moderada, parece ser capaz de bloquear a ativação patológica do receptor NMDA (oferecendo neuroproteção), porém preservando a ativação fisiológica e a aquisição ou o processamento da informação cognitiva (permitindo neuroplasticidade). A memantina, portanto, pode ser utilizada no tratamento da DA, representando uma nova estratégia terapêutica, a 'estratégia glutamatérgica', considerando tanto seu efeito neuroprotetor diante da excitotoxicidade, como seu efeito sintomático em relação a funções cognitivas, conforme demonstrado em ensaios clínicos bem conduzidos
Assuntos
Humanos , Ácido Glutâmico/metabolismo , Doença de Alzheimer/metabolismo , Doença de Alzheimer/tratamento farmacológico , MemantinaRESUMO
A demência pré-senil não tem recebido a devida atenção por ser menos prevalente que a forma senil. Entretanto, vem sendo reconhecida de modo crescente como importante problema médico e social. Além da delimitação do problema, o presente estudo aponta para as dificuldades para estabelecer o diagnóstico de modo precoce e correto, além do impacto que este causa no paciente e sua família, assim como de ordem ética, legal, empregatícia, econômico, social. Destaca-se também a precariedade da atenção para o problema, que se reflete na carência de serviços especializados para atender pacientes com demência pré-senil
Assuntos
Humanos , Adulto , Idoso , Doença de Alzheimer/diagnóstico , Doença de Alzheimer/epidemiologia , Relações Familiares , Impacto PsicossocialRESUMO
Os autores apresentam duas pacientes que iniciaram a doença lúpica com quadro de hemorragia cerebral. Na primeira realizou-se estudo tomográfico que revelou área compatível a sangramento no parênquima nervoso. Na segunda paciente, da gravidade do quadro decorreu o óbito, tendo sido realizado estudo anatomopatológico. Säo feitas consideraçöes sobre a baixa incidência de hemorragia no SNC em pacientes com LES, a importância no presente de estudos tomográficos e a possível fisiopatogenia do quadro hemorrágico nessa colagenose