RESUMO
Apesar da existência de inúmeros fatores inibitórios interferindo na capacidade adaptativa às interferências do meio ambiente, o sistema nervoso central possui capacidade de reorganizaçÒo e regeneraçÒo axonal. A investigaçäo da contribuiçäo das células da glia para o processo de plasticidade neural tem resultado em um crescente número de estudos os quais apontam o envolvimento destas células após injúrias, patologias degenerativas ou na aprendizagem. Estas evidências surgem com a constataçäo da ocorrência de gliose nas diferentes condiçöes acima. Fundamentada na revisÒo de trabalhos que demonstram, por meio de modelos experimentais e em patologias, a participaçÒo da glia, o presente trabalho analisa e descreve a participaçäo das células da glia na fisiologia cerebral. A resposta reativa da glia está associada à síntese de fatores de crescimento, neurotransmissores e citocininas. Desta forma, pode ser trófica e contribuir para a manutençäo da funçäo neural, ou tóxica, e resultar em morte neuronal. O resultado final dependerá do equilíbrio entre seus produtos de secreçäo e da capacidade de manutençäo da homeostase iônica. Considera-se, assim, que as células da glia atuam em mecanismos fundamentais que caracterizam a capacidade de reorganizaçäo e recuperaçÒo neural.