Assuntos
Brasil , Doenças Cardiovasculares , Transtornos Cerebrovasculares , Estatística , Fibrilação Atrial , Flutter Atrial , Tabagismo , Exercício Físico , Doença das Coronárias , Diabetes Mellitus , Dislipidemias , Sobrepeso , Insuficiência Cardíaca , Doenças das Valvas Cardíacas , Hipertensão , Cardiomiopatias , ObesidadeRESUMO
Resumo Fundamento Expressar o risco de doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) em percentis da distribuição por sexo e idade pode proporcionar uma melhor percepção do risco. Objetivos Determinar os percentis da distribuição do risco de DCVA em 10 anos segundo sexo e idade em uma amostra da população brasileira; caracterizar indivíduos com baixo risco em 10 anos, mas em alto percentil de risco. Métodos Analisamos indivíduos de 40 a 75 anos que realizaram avaliações de saúde de rotina de 2010 a 2020. Foram excluídos indivíduos com DCVA clínica conhecida, diabetes mellitus, doença renal crônica ou LDL-colesterol ≥ 190 mg/dL. O risco de DCVA em 10 anos foi calculado pelas equações das coortes agrupadas do American College of Cardiology/American Heart Association. Foi utilizada a regressão polinomial local para determinar os percentis de risco. Valores de p bilateral < 0,050 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados Nossa amostra incluiu 54.145 atendimentos (72% do sexo masculino, idade mediana [intervalo interquartil] 48 [43; 53] anos). Construímos gráficos específicos por sexo traçando a idade contra o risco de DCVA correspondente aos percentis 10, 25, 50, 75 e 90. A maioria dos homens até 47 anos e mulheres até 59 anos acima do percentil 75 apresentaram risco em 10 anos < 5%. Indivíduos com baixo risco em 10 anos e percentil de risco ≥ 75 apresentaram alta prevalência de excesso de peso e níveis medianos (intervalos interquartis) de LDL-colesterol de 136 (109; 158) mg/dL (sexo masculino) e 126 (105; 147) mg/dL (sexo feminino). Conclusões Estabelecemos percentis de risco de DCVA segundo sexo e idade em uma grande amostra da população brasileira. Essa abordagem pode aumentar a conscientização sobre o risco e ajudar a identificar pessoas mais jovens com baixo risco em 10 anos que podem se beneficiar de um controle mais agressivo dos fatores de risco.
Abstract Background Expressing the risk of atherosclerotic cardiovascular disease (ASCVD) as percentiles of the distribution according to sex and age may provide a better perception of the risk. Objectives To determine percentiles of the 10-year ASCVD risk distribution according to sex and age in a sample of the Brazilian population; to characterize individuals at low 10-year risk but high risk percentile. Methods We analyzed individuals aged 40 to 75 years who underwent routine health evaluations from 2010 to 2020. Persons with known clinical ASCVD, diabetes mellitus, chronic kidney disease, or LDL-cholesterol ≥ 190 mg/dL were excluded. The 10-year ASCVD risk was calculated by the ACC/AHA pooled cohort equations. Local polynomial regression was used to determine risk percentiles. Two-sided p-values < 0.050 were considered statistically significant. Results Our sample comprised 54,145 visits (72% male, median age [interquartile range] 48 [43, 53] years). We constructed sex-specific graphs plotting age against ASCVD risk corresponding to the 10th, 25th, 50th, 75th, and 90th percentiles. Most males up to 47 years and females up to 59 years above the 75th percentile had a 10-year risk < 5%. Individuals at low 10-year risk and risk percentile ≥ 75th had a high prevalence of excess weight and median (interquartile range) LDL-cholesterol levels 136 (109, 158) mg/dL (males) and 126 (105, 147) mg/dL (females). Conclusions We established ASCVD risk percentiles according to sex and age in a large sample of the Brazilian population. This approach may increase risk awareness and help identify younger persons at low 10-year risk who may benefit from more aggressive risk factor control.
RESUMO
Resumo Fundamento A razão neutrófilo-linfócito (RNL) tem sido proposta como um marcador inflamatório possivelmente associado a aterosclerose coronariana, embora a maioria dos dados atuais seja restrita à fase aguda. Além disso, a associação entre a RNL e a aterosclerose extracoronariana ainda não está clara. Objetivo Analisar a associação entre a RNL e aterosclerose da aorta abdominal (AtAA). Métodos Foram incluídos pacientes assintomáticos submetidos a um programa de rastreamento. A AtAA foi avaliada através de ultrassom. Os números absolutos de leucócitos e linfócitos foram utilizados para calcular a RNL. Foi estabelecido um nível de significância estatística de 0,05. Resultados De 36.985 indivíduos (idade: 42±10 anos, 72% homens), foi identificada a presença de AtAA em 7%. Aqueles com AtAA eram mais velhos e tinham maior propensão a serem homens e diabéticos. A presença de AtAA foi associada a RNL aumentada (odds ratio [OR] 1,17; intervalo de confiança de 95% [IC95%] 1,13-1,21). No entanto, a associação deixou de ser significativa quando a análise foi ajustada para os fatores de risco (OR 1,02; IC95% 0,97-1,06), principalmente devido à inclusão da idade no modelo. Quando os neutrófilos e linfócitos foram analisados separadamente, a associação negativa entre os linfócitos e a RNL foi invertida com a inclusão da idade, o que sugere um forte efeito confundidor da idade na relação entre linfócitos e aterosclerose. Por fim, a associação entre os neutrófilos e a AtAA deixou de ser significativa após o ajuste adicional para os fatores de risco tradicionais, mas não apenas para a idade. Conclusão Embora a RNL tenha se associado a AtAA, foi principalmente devido ao efeito confundidor da idade. No geral, os resultados sugerem um papel limitado da contagem de leucócitos como biomarcador de AtAA.
Abstract Background Neutrophil-to-lymphocyte ratio (NLR) has been proposed as an inflammatory marker that might be associated with coronary atherosclerosis, although most of the current data is restricted to the acute setting. Additionally, the association of NLR with extracoronary atherosclerosis and stable disease remains unclear. Objective To analyze the association between NLR and abdominal aortic atherosclerosis (AAAt). Methods We included asymptomatic individuals who underwent a health screening program. AAAt was measured by ultrasound. Absolute leukocyte and lymphocyte counts were used to calculate the NLR. The level of significance for statistical analysis was 0.05. Results Among 36,985 individuals (age: 42±10 years, 72% male), AAAt was identified in 7%. Those with AAAt were older and more likely to be male and diabetic. Presence of AAAt was associated with increased NLR (odds ratio [OR] 1.17; 95% confidence interval [CI] 1.13-1.21). However, this association was no longer significant when the analysis was adjusted for risk factors (OR 1.02; 95% CI 0.97-1.06), mostly due to the inclusion of age in the model. When neutrophils and lymphocytes were analyzed separately, the negative association between lymphocytes and AAAt was inverted once age was accounted for, suggesting a strong confounding effect of age on the relationship between lymphocytes and atherosclerosis. Finally, the association of neutrophils and AAAt lost significance after an additional adjustment for traditional risk factors, but not age alone. Conclusion Although the NLR was associated with AAAt, this was largely due to the confounding effect of age. Overall, the results suggest a limited role of leukocyte measurements as biomarkers of AAAt.
RESUMO
Abstract BACKGROUND: Sitting time, screen time and low physical activity (PA) levels have been associated with several diseases and all-cause mortality. PA is related to better sleep quality and absence of daytime sleepiness, along with lower risks of obstructive syndrome apnea (OSA). However, studies on the relationship between sitting time, screen time and OSA are scarce in the literature. OBJECTIVE: To analyze associations between PA levels, sitting time, screen time and OSA among adults with suspected sleep disorder. DESIGN AND SETTING: Cross-sectional study conducted at Hospital Israelita Albert Einstein. METHODS: Data were collected from 369 adults with suspected sleep disorders who visited the hospital's neurophysiology clinic between August 2015 and January 2017. RESULTS: Correlations between hypopnea and PA indicators were demonstrated for total sitting time (0.123; P = 0.019) and total screen time (0.108; P = 0.038). There was also a correlation between latency for rapid-eye-movement sleep (REM_LAT) and total sitting time (0.103; P = 0.047) and a negative correlation between mean oxyhemoglobin saturation (SaO_Avg) and total PA time (-0.103; P = 0.048). There were no associations between PA parameters and apnea-hypopnea index. After adjusting for confounding factors (body mass index, age and gender), sitting time and screen time were not associated with OSA. CONCLUSION: After adjusting for anthropometric and clinical factors, excessive sitting time or screen time was not associated with OSA in adults suspected of sleep disorders. Age, gender, hypertension, body mass index and waist circumference were associated with OSA.
Assuntos
Humanos , Adulto , Apneia Obstrutiva do Sono/complicações , Comportamento Sedentário , Estudos Transversais , Tempo de Tela , Postura SentadaRESUMO
Resumo Fundamento Indivíduos com hipercolesterolemia grave apresentam alto risco de desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA). Muitos deles apresentam hipercolesterolemia familiar (HF). Objetivos Avaliar, a partir da perspectiva dos pacientes, o nível de conhecimento sobre a hipercolesterolemia grave, especialmente em relação a HF, DCVA, percepção de risco, desempenho do rastreamento em cascata e tratamento de indivíduos participantes de um programa de avaliação periódica de saúde. Métodos De um banco de dados de 70.000 brasileiros avaliados entre 2006 e 2016, 1.987 (2,8%) atenderam aos critérios de inclusão (idade ≥ 18 anos e LDL-C ≥ 190 mg/dL ou ≥ 160 mg/dL se sem uso de estatinas ou em terapia com estatinas, respectivamente). Desses, 200 foram aleatoriamente convidados a preencher um questionário extenso. A HF foi diagnosticada em caso de suspeita pelo médico responsável. Resultados Embora 97% da amostra (48±9 anos; 16% do sexo feminino; 95% com ensino superior; 88% em prevenção primária; LDL-C 209±47 mg/dL) tenha apresentado hipercolesterolemia grave, apenas 18% e 29,5% se consideravam de alto risco para desenvolver DCVA e relataram saber sua meta recomendada de LDL-C, respectivamente. Em relação à possibilidade de o colesterol alto ser uma doença hereditária, 58% relataram conhecimento sobre o fato; 24,5% (n = 49) já tinham ouvido falar em HF; e apenas 14% (n = 20) foram previamente identificados com suspeita de HF (idade ao diagnóstico de HF: 35±12 anos; 79% e 31% foram diagnosticados com > 30 e > 40 anos, respectivamente). Apenas 2,5% foram submetidos a testes genéticos; 17%, à rastreamento em cascata; e 17% não faziam uso de tratamento farmacológico. Conclusões Identificou-se uma importante lacuna na percepção de risco, no controle do colesterol e em aspectos relacionados à HF em indivíduos com hipercolesterolemia grave. (Arq Bras Cardiol. 2021; [online].ahead print, PP.0-0)
Abstract Background Individuals with severe hypercholesterolemia are at a high risk of developing atherosclerotic cardiovascular disease (ASCVD). Many of them have familial hypercholesterolemia (FH). Objectives To assess from a patient perspective the degree of awareness about severe hypercholesterolemia, especially FH, ASCVD risk perception, cascade screening performance, and treatment of individuals participating in a routine health evaluation program. Methods From a database of 70,000 Brazilian individuals evaluated between 2006 and 2016, 1,987 (2.8%) met the inclusion criteria (age ≥ 18 years and LDL-C ≥ 190 mg/dL or ≥ 160 mg/dL, respectively, if not in use of statins or on statin therapy). Two-hundred individuals were randomly invited to complete an extensive questionnaire. FH was diagnosed if suspected by the attending physician. Results Although 97% of the sample (age 48±9 years; 16% women; 95% college/university education; 88% primary prevention; LDL-C 209±47 mg/dL) had severe hypercholesterolemia, only 18% and 29.5% believed to be at high ASCVD risk and reported knowledge of their recommended LDL-C goal, respectively. Fifty-eight percent reported being informed that high cholesterol could be a family disease, 24.5% (n = 49) had ever heard about FH, and merely 14% (n = 29) had been previously identified as suspected of having FH (age at FH diagnosis 35±12 years; 79% and 31% diagnosed, respectively, > 30 and > 40 years old). Only 2.5% underwent genetic tests, 17% underwent cascade screening, and 17% were not in use of pharmacological treatment. Conclusions An important gap in risk perception, cholesterol management, and aspects related to FH was encountered in individuals with severe hypercholesterolemia. (Arq Bras Cardiol. 2021; [online].ahead print, PP.0-0)
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Doenças Cardiovasculares/etiologia , Doenças Cardiovasculares/prevenção & controle , Hipercolesterolemia/tratamento farmacológico , Hiperlipoproteinemia Tipo II/tratamento farmacológico , Brasil , Fatores de Risco , Fatores de Risco de Doenças Cardíacas , LDL-Colesterol , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
Resumo Fundamento Diferenças entre as versões atualizadas da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e da Diretriz de Colesterol da American Heart Association (AHA)/American College of Cardiology (ACC) quanto à estratificação de risco cardiovascular e à elegibilidade para a terapia com estatina não são conhecidas. Objetivos Comparar a categorização de risco cardiovascular e a elegibilidade à terapia com estatina estabelecidas segundo a diretriz brasileira ou a diretriz da AHA/ACC em pacientes em prevenção primária. Métodos Nós avaliamos retrospectivamente indivíduos com idade entre 40 e 74 anos sem condições de alto risco, com LDL-c 70 -< 190 mg/dL, sem tratamento com agentes hipolipemiantes, e que passaram por avaliação clínica de rotina. O risco cardiovascular foi estratificado de acordo com a diretriz brasileira e a da AHA/ACC. Os indivíduos foram considerados elegíveis para estatina se os níveis de LDL-c estivessem no mínimo 30 mg/dL acima da meta para o risco cardiovascular (diretriz brasileira) ou se o risco em 10 anos para doença cardiovascular aterosclerótica fosse ≥ 7,5% (diretriz da AHA/ACC). Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados A amostra do estudo consistiu 18525 indivíduos (69% homens, idade 48 ± 6 anos). Entre os indivíduos considerados de risco intermediário ou alto segundo a diretriz brasileira, mais de 80% seriam classificados em uma categoria de risco mais baixo segundo a diretriz da AHA/ACC. Entre os homens, 45% e 16% seriam considerados elegíveis para a terapia com estatina segundo as diretrizes brasileira e da AHA/ACC, respectivamente (p < 0,001). Entre as mulheres, as respectivas proporções seriam 16% e 1% (p < 0,001). Oitenta e dois porcento das mulheres e 57% dos homens elegíveis para estatina com base no critério da diretriz brasileira não seriam considerados elegíveis para estatina segundo o critério da AHA/ACC. Conclusões Em comparação à diretriz da AHA/ACC, a diretriz brasileira classifica uma maior proporção dos pacientes em prevenção primária em categorias de risco mais alto e aumenta substancialmente a elegibilidade para estatina. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(3):440-449)
Abstract Background Differences between the updated versions of the Brazilian Guideline on Dyslipidemias and the American Heart Association (AHA)/American College of Cardiology (ACC) Cholesterol Guideline regarding cardiovascular risk stratification and statin eligibility are unknown. Objectives To compare cardiovascular risk categorization and statin eligibility based on the Brazilian guideline with those based on the AHA/ACC guideline in primary prevention patients. Methods We retrospectively analyzed individuals aged 40-74 years without high-risk conditions, with LDL-c 70 to < 190 mg/dL, not on lipid-lowering drugs, who underwent routine clinical assessment. Cardiovascular risk was stratified according to the Brazilian and the AHA/ACC guidelines. Subjects were considered eligible for statin therapy if LDL-c was at least 30 mg/dL above the target for the cardiovascular risk (Brazilian guideline) or the 10-year atherosclerotic cardiovascular disease risk was ≥7.5% (AHA/ACC guideline). A p-value < 0.05 was considered statistically significant. Results The study sample consisted of 18,525 subjects (69% male, age 48 ± 6 years). Among subjects considered at intermediate or high risk by the Brazilian guideline, over 80% would be in a lower risk category by the AHA/ACC guideline. Among men, 45% and 16% would be statin eligible by the Brazilian and the AHA/ACC guidelines criteria, respectively (p < 0.001). Among women, the respective proportions would be 16% and 1% (p < 0.001). Eighty-two percent of women and 57% of men eligible for statins based on the Brazilian guideline criterion would not be eligible according to the AHA/ACC guideline criterion. Conclusions Compared with the AHA/ACC guideline, the Brazilian guideline classifies a larger proportion of primary prevention patients into higher-risk categories and substantially increases statin eligibility. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(3):440-449)
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Idoso , Cardiologia , Doenças Cardiovasculares/prevenção & controle , Inibidores de Hidroximetilglutaril-CoA Redutases/uso terapêutico , Prevenção Primária , Estados Unidos , Brasil , Estudos Retrospectivos , Fatores de Risco , Medição de Risco , American Heart Association , Fatores de Risco de Doenças Cardíacas , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
ABSTRACT Objective We sought to investigate the impact of self-reported fasting duration times on the lipid profile results and its impact on the cardiovascular risk stratification and metabolic syndrome diagnosis. Subjects and methods We analyzed data from all consecutive individuals evaluated in a comprehensive health examination at the Hospital Israelita Albert Einstein from January to December 2015. We divided these patients in three groups, according to the fasting duration recalled (< 8h, 8-12h and > 12h). We calculated the global cardiovascular risk and diagnosed metabolic syndrome according to the current criteria and estimated their change according to fasting duration. Results A total of 12,196 (42.3 ± 9.2 years-old, 30.2% females) patients were evaluated. The distribution of cardiovascular risk was not different among groups defined by fasting duration in both men and women (p = 0.547 for women and p = 0.329 for men). Similarly, the prevalence of metabolic syndrome was not influenced by the fasting duration (p = 0.431 for women and p = 0.166 for men). Conclusion Self-reported fasting duration had no significant impact on the lipid profile results, including triglyceride levels. Consequently, no changes on the cardiovascular risk stratification using the Framingham risk score nor changes on the prevalence of metabolic syndrome were noted.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Triglicerídeos/sangue , Doenças Cardiovasculares/diagnóstico , Jejum/sangue , Medição de Risco/métodos , Síndrome Metabólica/diagnóstico , Autorrelato , Padrões de Referência , Valores de Referência , Fatores de Tempo , Brasil/epidemiologia , Doenças Cardiovasculares/metabolismo , Doenças Cardiovasculares/sangue , Fatores Sexuais , Prevalência , Reprodutibilidade dos Testes , Fatores de Risco , Análise de Variância , Estatísticas não Paramétricas , Síndrome Metabólica/sangue , Síndrome Metabólica/epidemiologiaRESUMO
Abstract Background: The best way to select individuals for lipid-lowering treatment in the population is controversial. Objective: In healthy individuals in primary prevention: to assess the relationship between cardiovascular risk categorized according to the V Brazilian Guideline on Dyslipidemia and the risk calculated by the pooled cohort equations (PCE); to compare the proportion of individuals eligible for statins, according to different criteria. Methods: In individuals aged 40-75 years consecutively submitted to routine health assessment at one single center, four criteria of eligibility for statin were defined: BR-1, BR-2 (LDL-c above or at least 30 mg/dL above the goal recommended by the Brazilian Guideline, respectively), USA-1 and USA-2 (10-year risk estimated by the PCE ≥ 5.0% or ≥ 7.5%, respectively). Results: The final sample consisted of 13,947 individuals (48 ± 6 years, 71% men). Most individuals at intermediate or high risk based on the V Brazilian Guideline had a low risk calculated by the PCE, and more than 70% of those who were considered at high risk had this categorization because of the presence of aggravating factors. Among women, 24%, 17%, 4% and 2% were eligible for statin use according to the BR-1, BR-2, USA-1 and USA-2 criteria, respectively (p < 0.01). The respective figures for men were 75%, 58%, 31% and 17% (p < 0.01). Eighty-five percent of women and 60% of men who were eligible for statin based on the BR-1 criterion would not be candidates for statin based on the USA-1 criterion. Conclusions: As compared to the North American Guideline, the V Brazilian Guideline considers a substantially higher proportion of the population as eligible for statin use in primary prevention. This results from discrepancies between the risk stratified by the Brazilian Guideline and that calculated by the PCE, particularly because of the risk reclassification based on aggravating factors.
Resumo Fundamento: Existe controvérsia sobre a melhor forma de selecionar indivíduos para tratamento hipolipemiante na população. Objetivos: Em indivíduos saudáveis em prevenção primária: avaliar a relação entre o risco cardiovascular segundo a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e o risco calculado pelas pooled cohort equations (PCE); comparar a proporção de indivíduos elegíveis para estatinas, de acordo com diferentes critérios. Métodos: Em indivíduos de 40 a 75 anos submetidos consecutivamente a avaliação rotineira de saúde em um único centro, quatro critérios de elegibilidade para estatina foram definidos: BR-1, BR-2 (LDL-c acima ou pelo menos 30 mg/dL acima da meta preconizada pela diretriz brasileira, respectivamente), EUA-1 e EUA-2 (risco estimado pelas PCE em 10 anos ≥ 5,0% ou ≥ 7,5%, respectivamente). Resultados: Foram estudados 13.947 indivíduos (48 ± 6 anos, 71% homens). A maioria dos indivíduos de risco intermediário ou alto pela V Diretriz apresentou risco calculado pelas PCE baixo e mais de 70% daqueles considerados de alto risco o foram devido à presença de fator agravante. Foram elegíveis para estatina 24%, 17%, 4% e 2% das mulheres pelos critérios BR-1, BR-2, EUA-1 e EUA-2, respectivamente (p < 0,01). Os respectivos valores para os homens foram 75%, 58%, 31% e 17% (p < 0,01). Oitenta e cinco por cento das mulheres e 60% dos homens elegíveis para estatina pelo critério BR-1 não seriam candidatos pelo critério EUA-1. Conclusões: Comparada à diretriz norte-americana, a V Diretriz Brasileira considera uma proporção substancialmente maior da população como elegível para estatina em prevenção primária. Isso se relaciona com discrepâncias entre o risco estratificado pela diretriz brasileira e o calculado pelas PCE, particularmente devido à reclassificação de risco baseada em fatores agravantes.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Doenças Cardiovasculares/prevenção & controle , Colesterol/sangue , Guias de Prática Clínica como Assunto , Inibidores de Hidroximetilglutaril-CoA Redutases/administração & dosagem , Hipercolesterolemia/tratamento farmacológico , Sociedades Médicas , Estados Unidos , Brasil , Doenças Cardiovasculares/etiologia , Fatores de Risco , American Heart Association , Hipercolesterolemia/complicações , Hipercolesterolemia/sangueRESUMO
Abstract Background: There is controversy whether management of blood cholesterol should be based or not on LDL-cholesterol (LDL-c) target concentrations. Objectives: To compare the estimated impact of different lipid-lowering strategies, based or not on LDL-c targets, on the risk of major cardiovascular events in a population with higher cardiovascular risk. Methods: We included consecutive individuals undergoing a routine health screening in a single center who had a 10-year risk for atherosclerotic cardiovascular disease (ASCVD) ≥ 7.5% (pooled cohort equations, ACC/AHA, 2013). For each individual, we simulated two strategies based on LDL-c target (≤ 100 mg/dL [Starget-100] or ≤ 70 mg/dL [Starget-70]) and two strategies based on percent LDL-c reduction (30% [S30%] or 50% [S50%]). Results: In 1,897 subjects (57 ± 7 years, 96% men, 10-year ASCVD risk 13.7 ± 7.1%), LDL-c would be lowered from 141 ± 33 mg/dL to 99 ± 23 mg/dL in S30%, 71 ± 16 mg/dL in S50%, 98 ± 9 mg/dL in Starget-100, and 70 ± 2 mg/dL in Starget-70. Ten-year ASCVD risk would be reduced to 8.8 ± 4.8% in S50% and 8.9 ± 5.2 in Starget-70. The number of major cardiovascular events prevented in 10 years per 1,000 individuals would be 32 in S30%, 31 in Starget-100, 49 in S50%, and 48 in Starget-70. Compared with Starget-70, S50% would prevent more events in the lower LDL-c tertile and fewer events in the higher LDL-c tertile. Conclusions: The more aggressive lipid-lowering approaches simulated in this study, based on LDL-c target or percent reduction, may potentially prevent approximately 50% more hard cardiovascular events in the population compared with the less intensive treatments. Baseline LDL-c determines which strategy (based or not on LDL-c target) is more appropriate at the individual level.
Resumo Fundamentos: Há controvérsias sobre se o controle do colesterol plasmático deve ou não se basear em metas de concentração de colesterol LDL (LDL-c). Objetivos: Comparar o impacto estimado de diferentes estratégias hipolipemiantes, baseadas ou não em metas de LDL-c, sobre o risco de eventos cardiovasculares maiores em uma população de risco cardiovascular mais elevado. Métodos: Foram incluídos indivíduos consecutivamente submetidos a uma avaliação rotineira de saúde em um único centro e que apresentavam um risco em 10 anos de doença cardiovascular aterosclerótica (DCVAS) ≥ 7,5% ("pooled cohort equations", ACC/AHA, 2013). Para cada indivíduo, foram simuladas duas estratégias baseadas em meta de LDL-c (≤ 100 mg/dL [Emeta-100] ou ≤ 70 mg/dL [Emeta-70]) e duas estratégias baseadas em redução percentual do LDL-c (30% [E30%] ou 50% [E50%]). Resultados: Em 1.897 indivíduos (57 ± 7 anos, 96% homens, risco em 10 anos de DCVAS 13,7 ± 7,1%), o LDL-c seria reduzido de 141 ± 33 mg/dL para 99 ± 23 mg/dL na E30%, 71 ± 16 mg/dL na E50%, 98 ± 9 mg/dL na Emeta-100 e 70 ± 2 mg/dL na Emeta-70. O risco em 10 anos de DCVAS seria reduzido para 8,8 ± 4,8% na E50% e para 8,9 ± 5,2 na Emeta-70. O número de eventos cardiovasculares maiores prevenidos em 10 anos por 1.000 indivíduos seria de 32 na E30%, 31 na Emeta-100, 49 na E50% e 48 na Emeta-70. Em comparação com a Emeta-70, a E50% evitaria mais eventos no tercil inferior de LDL-c e menos eventos no tercil superior de LDL-c. Conclusões: As abordagens hipolipemiantes mais agressivas simuladas neste estudo, com base em meta de LDL-c ou redução percentual, podem potencialmente prevenir cerca de 50% mais eventos cardiovasculares graves na população em comparação com os tratamentos menos intensivos. Os níveis basais de LDL-c determinam qual estratégia (baseada ou não em meta de LDL-c) é mais apropriada para cada indivíduo.