RESUMO
A peritonite séptica é quando ocorre inflamação da cavidade peritoneal associado a um micro-organismo (D, AVILA, 2012). A detecção e correção da hipóxia tecidual são fundamentais para pacientes doentes, sendo o lactato de grande importância para a avaliação da microcirculação nesses pacientes (RENIKER et al., 2006). O objetivo desse trabalho é descrever um caso de um animal com peritonite séptica secundária a ruptura uterina por piometra e correção do valor microcirculatório após realização do procedimento cirúrgico.
Assuntos
Feminino , Animais , Cães , Histerectomia/veterinária , Peritonite/veterinária , Piometra/veterinária , Ruptura Uterina/veterinária , MicrocirculaçãoRESUMO
O choque pode ser definido como falência circulatória, que resulta em má perfusão tecidual. A forma mais frequente de apresentação clínica do choque é o hipovolêmico secundário à hemorragia, sendo o trauma sua principal causa (HIRANO et al., 2005). A pressão sistólica abaixo de 100 mmHg afeta vários órgãos, como os rins e intestino, levando a hipóxia tecidual (RODRIGUES et al., 1991). Esse trabalho relata a associação de colóide, solução cristalóide e solução hipertônica 7,5% para estabilização da pressão arterial após hemorragia catastrófica em cão.
Assuntos
Masculino , Animais , Cães , Ferimentos e Lesões/veterinária , Hemorragia/veterinária , Terapia Combinada/veterinária , Cuidados Críticos , Pressão ArterialRESUMO
A piometra canina pode ser conhecida também como hiperplasia endometrial cística, sendo mais comum em cães na fase adulta da vida, caracterizado com a inflamação do útero e acúmulo de pus (VOLPATO et al., 2012). Geralmente, está relacionada às alterações hormonais e é comumente observada em cães idosos ou de meia-idade (SHIA et al., 2011). O acúmulo de substância purulenta dentro do lúmen do útero de cadelas ocorre comumente durante ou posterior a uma temporada de predominância da progesterona, que age estimulando a secreção das glândulas do endométrio, eliminando as contrações do útero, criando assim um ambiente intra-uterino benéfico para o crescimento bacteriano (PATIL et al., 2013).
Assuntos
Feminino , Animais , Cães , Ovariectomia/veterinária , Piometra/veterinária , Ruptura Uterina/veterináriaRESUMO
A pressão intracraniana (PIC) determina a perfusão encefálica, pois a pressão de perfusão encefálica (PPE) é resultante do gradiente entre a pressão arterial média (PAM) e a PIC. Além disso, o fluxo sanguíneo encefálico é constante dentro de determinados valores (pressão média entre 50 e 150 mmHg), pois está sob controle do fenômeno de auto regulação vascular do encéfalo (GRAY & ROSNER, 1987). O objetivo desse trabalho é descrever um caso de um animal com trauma crânio encefálico e mostrar a importância da monitorização da pressão arterial.
Assuntos
Feminino , Animais , Cães , Lesões Encefálicas Traumáticas/veterinária , Perfusão/veterinária , Pressão Arterial , Pressão Intracraniana , Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial/veterináriaRESUMO
Objetivou-se comparar os efeitos cardiorrespiratório, analgésico e sedativo de diferentes doses de tramadol em cadelas submetidas à ovariosalpingohisterectomia (OSH). Foram avaliadas 24 cadelas SRD, adultas, distribuídas aleatoriamente em três grupos de oito animais, tratados com tramadol pela via intravenosa (IV) nas doses de 1, 2 e 4mg kg-1 (T1, T2 e T4, respectivamente). Na medicação pré-anestésica, foi administrada acepromazina (0,05mg kg-1 IV). Vinte minutos após, a anestesia foi induzida com propofol (4mg kg-1 IV), com posterior manutenção anestésica com isofluorano. O tramadol foi administrado 5 minutos antes da incisão cirúrgica em todos os tratamentos. Foram mensurados: frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura retal, pressão arterial sistólica, grau de analgesia, grau de sedação, concentração sérica de cortisol e efeitos adversos. Mínimas alterações cardiorrespiratórias foram observadas, sem diferença entre os tratamentos. O cortisol, o grau de sedação e o grau de analgesia não variaram entre os tratamentos, com exceção da terceira hora pós-cirúrgica, em que menores escores de dor foram observados no T4. Vômito foi observado em 50 por cento dos animais do T4. Conclui-se que as diferentes doses de tramadol induziram efeitos analgésicos semelhantes, com discreto efeito sedativo e mínimas alterações cardiorrespiratórias. Paralelamente, a dose de 4mg kg-1 de tramadol induziu alta incidência de vômito em cadelas submetidas à OSH.
The aim of this study was compare the cardiopulmonary, analgesic and sedative effects of different doses of tramadol in bitches undergoing to ovariohysterectomy. Twenty four adult crossbreed bitches were randomly assigned to three treatments of 8 animals and received intravenously (IV) tramadol 1, 2 or 4mg kg-1 (T1, T2 and T4, respectively). Pre-anesthetic medication was acepromazine (0.05mg kg-1 IV). Anesthesia was induced with propofol (4mg kg-1 IV) and maintained with isoflurane delivered in oxygen. Tramadol was administered 5 minutes before surgical incision in all groups. Heart rate, respiratory rate, rectal temperature, systolic blood pressure, degree of analgesia and sedation, serum cortisol concentration and adverse effects were measured. Mild changes were observed in cardiopulmonary variables in all treatments. The pain score was lower in T4 in the 3rd hour after surgery in relation to other treatments. Sedation degree was not different among the treatments. The serum cortisol did not differ among the groups. In conclusion, different doses of tramadol promoted similar analgesic effects, with mild sedative and cardiopulmonary effects. However, high incidence of vomiting was observed with tramadol at 4mg kg-1 in bitches undergoing ovariohysterectomy.
RESUMO
The objective was to determine the cardiopulmonary effects and eyeball centralization time obtained with 15 or 30µg kg-1 of atracurium in anesthetized dogs under spontaneous breathing. Eighteen healthy adult mixed-breed dogs were used, which received 0.1mg kg-1 acepromazine and 0.5mg kg-1 morphine IM, followed by 4mg kg-1 propofol IV and maintained on isoflurane anesthesia with spontaneous breathing. Animals received 1mL 0.9 percent NaCl IV (CG), 15µg kg-1 (G15) or 30µg kg-1 (G30) of atracurium IV. Eyeball centralization time was measured; heart rate (HR), systolic (SAP), mean (MAP) and diastolic (DAP) arterial pressures, respiratory rate (RR), tidal volume (Vt) and minute volume (Vm) were determined every 5min, and pH, arterial CO2 pressure (PaCO2 ), arterial O2 pressure (PaO2 ), hemoglobin oxygen saturation (SaO2 ), bicarbonate (HCO3-) and base excess (BE) every 15min until 60min. Both doses of atracurium produced a similar period of eyeball centralization. Vt in groups treated with atracurium was lower than in CG up to 15min. Vm in G15 differed from CG up to 10min and in G30 up to 25min. No differences were observed for cardiovascular parameters, RR, SaO2, PaO2, HCO3- and BE. pH decreased in CG between 30 and 60min and in G15 and G30 at 15min. G30 differed from CG between 15 and 30min. PaCO2 in GC differed from baseline between 30 and 60min and in G15 differed at 15min. Atracurium at the dose of 15µg kg-1 is adequate for short corneal procedures in inhalant-anesthetized dogs under spontaneous breathing.
Objetivou-se determinar os efeitos cardiopulmonares e o tempo de centralização do globo ocular obtidos com 15 ou 30µg kg-1 de atracúrio em cães anestesiados sob ventilação espontânea. Dezoito cães adultos foram pré-medicados com 0,1mg kg-1 de acepromazina e 0,5mg kg-1 de morfina IM, anestesiados com 4mg kg-1 de propofol IV e mantidos sob anestesia inalatória com isofluorano em ventilação espontânea. Os animais receberam 1mL de NaCl 0,9 por cento IV (GC), 15µg kg-1 (G15) ou 30µg kg-1 de atracúrio IV. Mensuraram-se o tempo de centralização do globo ocular, a frequência cardíaca (FC), as pressões arteriais sistólica (PAS), média (PAM) e diastólica (PAD), a frequência respiratória (f), o volume corrente (Vt) e o volume minuto (Vm) a cada 5min, e o pH, as pressões arteriais de CO2 (PaCO2) e O2 (PaO2), a saturação de oxigênio nas hemoglobinas (SaO2), o bicarbonato (HCO3-) e o excesso de base (BE) a cada 15min, até 60min. Ambas as doses de atracúrio produziram similar período de centralização. Os grupos tratados com atracúrio apresentaram menores valores para Vt até 15min. O Vm, no G15, diferiu do GC até 10min e do G30 até 25min. Não foram observadas alterações nos parâmetros cardiovasculares f, SaO2, PaO2, HCO3- e EB. O pH diminuiu no GC entre 30 e 60min e em G15 e G30 aos 15min. A PaCO2 elevou-se no GC entre 30 e 60min e no G15 aos 15min. A dose de 15µg kg-1 de atracúrio demonstrou ser adequada para centralização do globo ocular, podendo ser utilizada em procedimentos corneanos de curta duração em cães anestesiados com isoflurano e mantidos sob ventilação espontânea.
RESUMO
As células mononucleares (CM) da medula óssea (MO) despertam grande interesse nas pesquisas sobre regeneração tecidual. O limbo é a fonte de células-tronco (CT) para repor ceratócitos lesados e uma disfunção destas é denominada deficiência límbica. Essa condição é desenvolvida por diversas afecções, sendo que a queimadura por base é a mais comum. A fim de confirmar a presença das CM da MO transplantadas, a ocorrência de quimiotaxia destas e comparar histopatologicamente os grupos tratado e controle, utilizou-se um modelo experimental de úlcera de córnea associado ao autotransplante de CM. Para tanto, 16 cães machos ou fêmeas, sem raça definida, foram submetidos à úlcera experimental de córnea com papel filtro embebido em hidróxido de sódio (NaOH). Após as lesões, os animais foram submetidos a transplante subconjuntival de CM da MO, previamente marcadas com nanocristais. A avaliação pós-operatória foi realizada por imunofluorescência no sexto dia após o transplante e por histopatologia passados 15 dias do procedimento, quando foi possível notar que as CM fixaram-se na região lesionada, não sofreram quimiotaxia e, apesar de diminuírem a inflamação, não auxiliaram o processo de cicatrização corneana a curto prazo. Assim, sugerem-se estudos adicionais no transplante de CM da MO na cicatrização da córnea.
Bone marrow (BM) mononuclear cells (MC) are a great subject in tissual regeneration. The main stem cell source to the eye is the limbus. Theses cells replace injured corneal cells, however, if the limbal stem cells are not functional, a limbal deficiency with concomitant conjunctivalization takes place. This pathological condition can be caused for several reasons, in which alkali burns are the most common. To conduct a research about transplanted BM MC presence, the cells homing and to histopathologically compare the treated and sham group, an experimental corneal ulcer model associated with MC autotransplant was used. Sixteen, male or female, stray dogs suffered experimental corneal ulceration with sodium hydroxide soaked filter discs. After the lesions, animals were submitted to subconjunctival autotransplant of previously marked BM MC. The evaluation was made by immunofluorescence on the sixth day after lesions creation and histopathology was conducted 15 days after the same procedure, when it was possible to observe that the MC grafted in the injured area, the cells did not execute the homing process and, despite the inflammatory decrease, they did not help the corneal epithelial healing process in a short term evaluation. Thus, future studies about MC transplantations in corneal ulcers are indicated.
RESUMO
A hipotermia em aves sob anestesia é freqüentemente observada, causando alterações fisiológicas e metabólicas que podem levar ao óbito. O estudo avaliou dois métodos de manutenção térmica em galinhas submetidas à anestesia inalatória com isofluorano. Foram utilizadas seis galinhas, pesando entre 1 e 1,5kg, com idade aproximada de um ano. Os animais foram autocontrole, submetidos a três grupos: controle (GC), não sendo utilizado nada; alumínio (GA), envoltos por papel alumínio comercial; manta (GM), envoltos por uma manta térmica de dupla face de alumínio. Após jejum prévio de quatro horas, as aves foram submetidas à anestesia inalatória por meio de máscara facial com 4V por cento de isofluorano e mantidas posteriormente com 2V por cento do mesmo agente inalatório, em um circuito avalvular com umidificador, após intubação endotraqueal. As aves foram mantidas em sala climatizada (26°C) e posicionadas em decúbito lateral. As variáveis mensuradas foram a temperatura corpórea, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e saturação de oxihemoglobina, nos momentos zero, 5, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 minutos. Tanto no GC quando no GM houve hipotermia aos 15 minutos, acentuando-se até o fim das mensurações. No GA a hipotermia só ocorreu após 45 minutos. Houve bradicardia no GC a partir de 15 minutos, no GM a partir de 30 minutos e no GA somente após 60 minutos. Observou-se bradipnéia no GC após 45 minutos e aos 15 e 30 minutos no GA e GM, respectivamente. Ambos os métodos foram eficientes na manutenção térmica, sendo o alumínio mais eficiente devido a menor variação de parâmetros fisiológicos.
Hypothermia in birds under general anesthesia is frequently seen, causing physiologic and metabolic alterations that may lead to death. This study evaluated two thermic maintenance methods in chickens under inhalant anesthesia by isoflurane. Six chickens, weighing between 1 and 1.5kg and with approximately one year old, were submitted to three groups in a random order: CG, control, nothing was used; GA, wrapped in a commercial aluminum paper, and GM, wrapped in a double face blanket of aluminum. After four hour fasting, they were submitted to inhalant anesthesia by facial mask with 4V percent of isoflurane, and maintained with 2V percent of this gas through a humidifier nonrebreathing circuit after endotracheal intubation. In GM and GA the animals body were wrapped in their totality, exception of the head. Body temperature, heart rate, respiratory rate and oxyhemoglobin saturation were measured at 0, 15, 30, 45, 60, 75 and 90 minutes. In GC and GM hypothermia occur with 15 minutes, staying in constant fall until 90 minutes. The difference in GA with basal level occurs only between 45 to 90 minutes. Bradycardia occurred in control group at 15 minutes, in blanket group at 30 minutes and in aluminum group only at 60 minutes. Bradypnea was observed in GC at 45 minutes, and at 15 and 30 minutes in GA and GM, respectively. No significant alterations were seen for to oxihemoglobin saturation. Both methods employed were effective on thermic maintenance, showing the aluminum more effective due less variation observed in body temperature and heart rate.