RESUMO
The aim of this study was to investigate the diversity and prevalence of yeasts, and the virulence of C.albicans found in the oral cavity during the course of ionizing radiation treatment of patients with head and neck tumor (HNTP). Samples from 21 HNTP and 24 healthy controls were isolated and identified. C. albicans isolated from two patients during radiotherapy were analyzed for virulence factors. Radiotherapy induced a higher level of both yeast colonization (81% vs 33%) and non-albicans Candida (NAC) colonization (52.4% vs 4.0%) in HNTP than the control group. Patients were colonized by 5 different NAC species: C. glabrata, C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei and C. kefir. On the other hand, C. albicans colonization was similar in patients and controls (6/21, 28.6% vs 7/24, 29.2%, respectively). Also, of the 11 patients assessed before and during radiotherapy, 5 (45.5%) were colonized before the start of treatment and another 5 (45.5%) during treatment. All of the latter were colonized by NAC species alone. Moreover, we observed a significant and continuous enhancement of C. albicans virulence as the radiotherapy progressed, in the two patients involved in this test. Thus, it is concluded that radiotherapy is an important predisposing factor for the oral candidiasis, including NAC species. Also, it may facilitate the development of more virulent C. albicans strains.
O objetivo deste estudo foi avaliar a diversidade e a prevalência de Cândida, bem como a virulência de Cândida albicans, isoladas da cavidade bucal no decurso de tratamento por radiações ionizantes de pacientes acometidos por tumores de cabeça e pescoço (PTCP). Amostras de 21 pacientes e 24 controles foram analisadas. C. albicans isoladas de dois pacientes ao longo do tratamento radioterápico foram avaliadas para fatores de virulência. A radioterapia induziu um grande aumento da colonização de Cândida como um todo (81% vs 33%) e Cândida não albicans (CNA) em particular (52.4% vs 4.0%) em PTCP quando comparado com controles não irradiados. Cinco espécies diferentes de CNA foram encontradas nos pacientes: C. glabrata, C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei and C. kefir. Por outro lado, a colonização por C. albicans nestes pacientes e controles foi similar (6/21, 28.6% vs 7/24, 29.2%, respectivamente). Além disso, dos 11 pacientes que foram avaliados antes e durante o tratamento radioterápico, 5 pacientes (45,5%) foram colonizados antes do início da radioterapia e outros 5 (45,5%) durante o tratamento radioterápico. Destes últimos, todos foram colonizados apenas com espécies CNA. Observou-se, ainda, um aumento contínuo e significante da virulência de C. albicans com o progresso da radioterapia nos dois pacientes estudados. Conclui-se que o tratamento radioterápico é um importante fator de desenvolvimento de candidíase oral, incluindo candidíase por espécies não albicans, em pacientes portadores de tumor de cabeça e pescoço. A radioterapia pode, ainda, facilitar o desenvolvimento de cepas mais virulentas de C.albicans.