Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 4 de 4
Filtrar
Adicionar filtros








Intervalo de ano
1.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 35(supl.3): e00085918, 2019.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1019639

RESUMO

Resumo: A longevidade, a saúde e o bem-estar coletivo e individual figuram entre as expectativas socialmente compartilhadas pelos Munduruku que habitam a Terra Indígena Kwatá-Laranjal, Amazonas, Brasil. A condução da vida diária, em um cosmo pleno de seres, é cercada de perigos que ameaçam essas expectativas, cujas agências podem resultar em doença e morte. A partir de etnografia, conduzida por meio da observação participante e narrativas, analisamos as práticas de autoatenção voltadas à construção do corpo da mulher Munduruku, valorizando a perspectiva e o papel ativo das pessoas "leigas" nesse processo. Essas práticas iniciam-se na gestação e estendem-se ao longo da vida, em um processo contínuo de construção do corpo, manutenção da saúde e aquisição de habilidades, marcado pela interação entre pessoas de diferentes idades. O foco das práticas de atenção Munduruku não é o corpo no sentido dado pelo paradigma biomédico, mas a participação deste, como pessoa, nas relações sociais e cosmológicas, por meio de experiências que articulam corpo, saúde e ambiente. A perspectiva Munduruku sobre esse processo apresenta diferenças radicais em relação ao individualismo moderno e à noção biomédica de corpo excessivamente reducionista. A compreensão da perspectiva indígena contribui para promover melhorias na qualidade da atenção diferenciada, conforme preconizado pela Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.


Abstract: Longevity, health, and collective and individual well-being are among the socially shared expectations of the Munduruku people who live on the Kwatá-Laranjal Indian Reservation in Amazonas State, Brazil. Daily life in a cosmos full of beings is surrounded by dangers that threaten these expectations, and whose agencies can result in disease and death. Based on ethnography, through participant observation and narratives, we analyze the self-care practices dedicated to the construction of the Munduruku woman's body, valuing the perspectives and active role of "lay" persons in this process. These practices begin in pregnancy and extend throughout life in an ongoing process of construction of the body, maintenance of health, and acquisition of skills, marked by interaction between persons of different ages. The focus of Munduruku practices is not the body in the sense determined by the biomedical paradigm, but its participation as a person in social and cosmological relations, through experiences that link body, health, and environment. The Munduruku perspective on this process displays radical differences in relation to modern individualism and the biomedical notion of the body, excessively reductionist. An understanding of the indigenous perspective can help promote improvements in the quality of differentiated care, as recommended by the Brazilian National Healthcare Policy for Indigenous Peoples.


Resumen: La longevidad, la salud y el bienestar colectivo e individual figuran entre las expectativas socialmente compartidas por los Munduruku, que habitan la Tierra Indígena Kwatá-Laranjal, en el Amazonas, Brasil. El quehacer de la vida diaria, en un cosmos lleno de seres, está rodeado de peligros que amenazan las expectativas mencionadas anteriormente, cuyas vicisitudes pueden resultar en enfermedad y muerte. A partir de la etnografía, realizada mediante observación participante y narraciones, analizamos las prácticas de autoatención, dirigidas a la construcción del cuerpo de la mujer Munduruku, valorando tanto la perspectiva, como el papel activo de las personas "no especialistas" en este proceso. Estas prácticas se inician en la gestación y se extienden a lo largo de la vida, en un proceso continuo de construcción del cuerpo, mantenimiento de la salud y adquisición de habilidades, marcado por la interacción entre personas de diferentes edades. El foco de las prácticas de atención Munduruku no es el cuerpo, tal y como lo entiende el paradigma biomédico, sino la participación de este, como persona, en las relaciones sociales y cosmológicas, mediante experiencias que articulan cuerpo, salud y ambiente. La perspectiva Munduruku sobre este proceso presenta diferencias radicales, respecto al individualismo moderno y la noción biomédica de cuerpo, excesivamente reduccionista. La comprensión de la perspectiva indígena contribuye a promover mejorías en la calidad de la atención diferenciada, conforme lo preconizado por la Política Nacional de Atención de la Salud de los Pueblos Indígenas.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Autocuidado/psicologia , Indígenas Sul-Americanos/psicologia , Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde/etnologia , Promoção da Saúde , Serviços de Saúde do Indígena , Brasil , Indígenas Sul-Americanos/etnologia , Saúde da Mulher/etnologia , Participação da Comunidade/psicologia , Menstruação/etnologia , Menstruação/psicologia , Antropologia Cultural
2.
Cad. saúde pública ; 31(12): 2559-2568, Dez. 2015. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-772095

RESUMO

Resumo O artigo sintetiza resultados de pesquisa etnográfica sobre a atuação dos agentes indígenas de saúde (AIS) na Terra Indígena (TI) Kwatá-Laranjal, Município de Borba, Amazonas, Brasil. Visa a contribuir para a compreensão do papel dos AIS frente à expansão do modelo médico hegemônico em contexto de pluralidade médica. A análise inclui dados de observação participante e entrevistas realizadas de 2009 a 2011. Entrevistas semiestruturadas foram realizadas com objetivo de registrar narrativas sobre a rotina, experiências e dificuldades no trabalho. Concluímos que a atuação dos AIS é essencial para a atenção primária, e seu papel transcende atividades estritamente técnicas. O AIS Munduruku ocupa posição central na articulação entre saberes indígenas e biomédicos em contextos de intermedicalidade e emerge como um novo ator político em contextos interétnicos.


Abstract This article summarizes the results of an ethnographic study on the role of indigenous health agents on the Kwata-Laranjal Indian Reservation in Borba, Amazonas State, Brazil. The study aims to contribute to understanding the role of indigenous health agents in the expansion of the hegemonic medical model in a context of medical pluralism. The analysis included data from participant observation and interviews conducted from 2009 to 2011. Semi-structured interviews were held to record narratives on their work routine, experiences, and difficulties. The authors conclude that work by indigenous health agents is essential to primary care, and that their role extends beyond technical activities. The Munduruku indigenous health agents hold a key position in the links between indigenous and biomedical knowledge in contexts of intermedicality, emerging as new political actors in interethnic contexts.


Resumen Este artículo sintetiza los resultados de una investigación etnográfica sobre la actuación de los agentes indígenas de salud (AIS), en la tierra indígena Kwata-Laranjal, Amazonas, Brasil. Dicha investigación procura contribuir a la reflexión sobre el papel que los AIS desempeñan, frente a la expansión del modelo médico hegemónico, en un contexto de pluralidad médica. Los datos fueron obtenidos a partir de observación participante y de entrevistas realizadas entre los años 2009 y 2011. Las entrevistas semi-estructuradas se llevaron a cabo con el fin de registrar la rutina, experiencias y dificultades en el trabajo. Concluimos que el papel de los AIS es fundamental para los servicios de atención primaria, y que su actuación trasciende las actividades técnicas, dado que los AIS Munduruku realizaban un importante papel como articuladores entre los saberes biomédicos e indígenas en contextos de intermedicalidad, y actuando como nuevos actores políticos en contextos interétnicos.


Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Pessoal de Saúde , Serviços de Saúde do Indígena , Indígenas Sul-Americanos , Brasil , Entrevistas como Assunto , Atenção Primária à Saúde , Fatores de Tempo
3.
Cad. saúde pública ; 28(5): 819-831, maio 2012. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-625481

RESUMO

Os agentes indígenas de saúde (AIS), no Brasil, fazem parte de uma estratégia desenvolvida nas últimas duas décadas para a promoção de um modelo de atenção diferenciada à saúde indígena. Seu papel objetiva atender vários aspectos da política de atenção diferenciada, tais como o elo entre a equipe de saúde e a comunidade, e a mediação entre os saberes médico-científicos e os indígenas. Apesar do aumento significativo dos AIS nos últimos anos, falta ainda uma avaliação sobre suas competências e contribuições para a realização da atenção diferenciada. Este artigo, baseado em pesquisas realizadas pelas autoras e em uma revisão bibliográfica, analisa o papel do AIS por meio da sua incorporação, formação e participação nas equipes de saúde em diferentes contextos no país. Em que pese a importância dada ao papel do AIS, esta análise demonstra um conjunto de ambiguidades e contradições que dificulta o seu desempenho e uma contribuição maior para a atenção diferenciada.


Indigenous community health workers are part of a strategy developed by Brazil in the last two decades to promote a special healthcare model for indigenous peoples. Their role is designed to deal with various aspects of the special health policy, including the link between the heath team and the community and mediation between scientific and indigenous medical knowledge. Despite a significant increase in the number of indigenous community health workers in recent years, an evaluation of their responsibilities and contributions to the success of special care had not been conducted previously. This article, based on a literature review and original research by the authors, analyzes the role of the indigenous community health workers vis-à-vis their training and participation in health teams in different contexts in Brazil. Considering the importance assigned to the role of indigenous community health workers, this analysis reveals various ambiguities and contradictions that hinder both their performance and their potential contribution to the special health services.


Assuntos
Humanos , Agentes Comunitários de Saúde , Serviços de Saúde do Indígena , Indígenas Sul-Americanos , Brasil , Agentes Comunitários de Saúde/educação , Agentes Comunitários de Saúde/normas , Serviços de Saúde do Indígena/normas , Atenção Primária à Saúde
4.
Cad. saúde pública ; 22(12): 2637-2646, dez. 2006. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-437365

RESUMO

Este trabalho analisa a formação e o papel do agente indígena de saúde (AIS) nas Terras Indígenas (T.I.) Xapecó e Laklãnõ, Santa Catarina, Brasil, frente à Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. O papel do AIS na atenção básica de saúde é definido com base na mediação entre os saberes e práticas de atenção à saúde tradicionais e biomédicos, inserido no conceito de atenção diferenciada. Em ambas as T.I. foi constatada uma grande rotatividade de AIS, bem como a falta e/ou a inadequação de cursos de capacitação. Observaram-se ainda dificuldades dos AIS para entender a justificativa das atividades delegadas a eles, agravadas pela ambigüidade de seu papel frente à comunidade e por problemas na comunicação com os outros profissionais de saúde. Considerando os pressupostos da Política Nacional, esta pesquisa indicou que a articulação entre as práticas indígenas de auto-atenção e os serviços biomédicos é precária, necessitando de um aprofundamento nas discussões, com a efetiva participação de todos os atores envolvidos na atenção à saúde.


This study analyzes the role and training of indian health agents as defined by the National Policy for Health Care of Indians Peoples on two Indian reservations in Santa Catarina, Brazil. The health agent's role in primary care is based on mediation between traditional health practices and biomedicine, subsumed in the concept of differentiated care. On both reservations, a large turnover of indigenous health agents and lack of adequate training were observed. The indigenous health agents expressed difficulty in understanding the reasons for their activities, role ambiguity vis-à-vis the community, and communications problems with other health professionals. Considering the national policy guidelines, this study indicates that the provision of differentiated care is precarious and that a dialogue is necessary, with actual participation by all stakeholders in the health services.


Assuntos
Masculino , Feminino , Humanos , Indígenas Sul-Americanos , Área Carente de Assistência Médica , Serviços de Saúde do Indígena , Brasil , Perfil de Saúde , Medicina Tradicional
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA