RESUMO
Este texto não visa discutir em que momento 'virtudes' se tornaram defeitos ou o que ocasionou esta mudança de opinião acerca do corpo infantil. A proposta da Anvisa e sua repercursão não serão mais abordadas, apenas serviram como exemplo do estranhamento que tivemos em relação a algumas práticas discursivas presentes nas fontes documentais deste estudo, que são peças publicitárias com crianças publicadas durante as décadas de 1940 e 1950 no jornal O Estado, de Florianópolis. Analisando esses anúncios, foi possível perceber como parte considerável deles enfatizava a necessidade de as crianças aumentarem de peso e tornarem-se fortes, robustas e sadias. As formas como estas peças publicitárias abordavam questões referentes ao corpo constituem um dos pontos principais deste capítulo, mas antes de abordar essa produção discursiva de 'corpos infantis', é importante realizar uma pequena reflexão acerca de como o corpo - tanto de adultos quanto de crianças - tornou-se objeto de problematização na sociedade ocidental.