RESUMO
OBJETIVO. Analisar a sensibilidade e tolerância das cepas de Staphylococcus aureus isoladas de crianças com septicemia e avaliar o poder bactericida sérico na monitorizaçäo terapêutica desses casos. MÉTODOS. Foram estudados 17 casos de crianças com septicemia por Staphylococcus aureus internadas na Enfermaria de cuidados semi-Intensivos do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo. Foram realizados testes de sensibilidade antimicrobiana pelo método de difusäo em disco e diluiçäo em tubo. Foram realizados 29 testes no pico e 23 no vale dos antibióticos utilizados, determinando o poder bactericida do soro. RESULTADOS. As cepas de Staphylococcus aureus de origem hospitalar mostraram resistência a quase todos os antibióticos, exceto vancomicina e pefloxacina. Observou-se fenômeno de tolerância em cinco (50 por cento) das cepas testadas para vancomicina, sendo que quatro apresentaram má evoluçäo clínica. Os testes para determinaçäo do poder bactericida sérico revelaram títulos no pico ò1/8 em 55,5 por cento das observaç 8es; neste grupo a evoluçäo clínica foi melhor. CONCLUSäO. As cepas de Staphylococcus aureus de origem hospitalar estudadas säo multirresistentes. O fenômeno de tolerância antimicrobiana, assim como o poder bactericida do soro em níveis baixos, pode estar associado a má resposta terapêutica. A valorizaçäo do PBS como critério de avaliaçäo terapêutica em infecçöes graves e o papel da tolerância do Staphylococcus aureus à vancomicina merecem maiores estudos