RESUMO
Background and Objectives: Staphylococcus aureus is a pathogen of great clinical relevance, especially those resistant to methicillin, called MRSA. Over the years, S. aureus antimicrobial resistance patterns have changed. Understanding such changes is essential to update protocols and propose efficient therapeutic approaches. This study aimed to characterize the temporal distribution of S. aureus antimicrobial resistance in patients admitted to the hospital as well as to assess its relationship with SCCmec typing. Methods: a total of 9,949 cultures of clinical materials were analyzed, between January 2000 and October 2019, from patients admitted to a university hospital in southern Brazil. All isolates had their identification and antimicrobial sensitivity profile analyzed using manual and automated techniques. Furthermore, 86 isolates were selected for mecA gene research and SCCmec typing using conventional and multiplex PCR techniques, respectively. Results: when assessing the temporal distribution of S. aureus over 20 years, it was possible to observe a drop in the proportion of MRSA compared to methicillin-sensitive S. aureus (MSSA). Between 2000 and 2002, the frequency of MRSA was 58.5%, whereas that of MSSA was 36.7%. However, from 2003 onwards, there was a reversal of these percentages. At the end of the analyzed period, 55.2% of infections were caused by MSSA, whereas 36.2% contained MRSA isolates. Furthermore, in the period analyzed, the highest prevalence was of SCCmec type II. Conclusion: these data suggest an epidemiological change in S. aureus from clinical materials, with a change in the prevalent type of SCCmec and changes in the antimicrobial sensitivity profile exhibited by the isolates. Such facts must be considered by the clinical staff with a focus on effective patient management, the choice of appropriate antimicrobial therapy so that effective infection control measures are implemented.(AU)
Justificativa e Objetivos: Staphylococcus aureus é um patógeno de grande relevância clínica, especialmente aqueles resistentes à meticilina, denominados MRSA. Ao longo dos anos, os padrões de resistência antimicrobiana dos S. aureus têm apresentado modificações. Compreender tais mudanças é fundamental para atualizar protocolos e propor abordagens terapêuticas eficientes. O objetivo do estudo foi caracterizar a distribuição temporal da resistência antimicrobiana de S. aureus proveniente de pacientes internados no hospital, bem como avaliar sua relação com a tipagem SCCmec. Métodos: foram analisadas 9.949 culturas de materiais clínicos, entre janeiro de 2000 e outubro de 2019, de pacientes internados em um hospital universitário no sul do Brasil. Todos os isolados tiveram sua identificação e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos analisados por técnicas manuais e automatizadas. Ainda, 86 isolados foram selecionados para a realização da pesquisa do gene mecA e tipagem SCCmec, utilizando a técnica de PCR convencional e multiplex, respectivamente. Resultados: avaliando a distribuição temporal dos S. aureus ao longo de 20 anos, foi possível observar queda na proporção de MRSA em comparação com o S. aureus sensível à meticilina (MSSA). Entre 2000 e 2002, a frequência de MRSA foi de 58,5%, enquanto que a de MSSA foi de 36,7%. No entanto, a partir de 2003, houve uma inversão desses percentuais. Ao final do período analisado, 55,2% das infecções foram ocasionadas por MSSA, enquanto que 36,2% continham isolados de MRSA. Ainda, no período analisado, a prevalência maior foi do SCCmec tipo II. Conclusão: esses dados sugerem uma alteração epidemiológica em S. aureus provenientes de materiais clínicos, com alteração do tipo SCCmec prevalente e modificações do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos exibidos pelos isolados. Tais fatos devem ser considerados pelo corpo clínico, focando para que haja um manejo efetivo dos pacientes, escolha da terapia antimicrobiana adequada e para que medidas de efetivas de controle de infecção sejam implementadas.(AU)
Justificación y Objetivos: Staphylococcus aureus es un patógeno de gran relevancia clínica, especialmente los resistentes a meticilina, denominado MRSA. Con el paso de los años, los patrones de resistencia a los antimicrobianos de S. aureus han cambiado. Comprender tales cambios es esencial para actualizar los protocolos y proponer enfoques terapéuticos eficientes. El objetivo del estudio fue caracterizar la distribución temporal de la resistencia antimicrobiana de S. aureus en pacientes ingresados en el hospital, así como evaluar su relación con la tipificación de SCCmec. Métodos: se analizaron 9.949 cultivos de materiales clínicos, entre enero de 2000 y octubre de 2019, de pacientes ingresados en un hospital universitario del sur de Brasil. Se analizó la identificación y el perfil de sensibilidad antimicrobiana de todos los aislados mediante técnicas manuales y automatizadas. Además, se seleccionaron 86 aislados para la investigación del gen mecA y la tipificación de SCCmec, utilizando técnicas de PCR convencional y múltiple, respectivamente. Resultados: al evaluar la distribución temporal de S. aureus durante 20 años, fue posible observar una caída en la proporción de MRSA en comparación con S. aureus sensible a meticilina (MSSA). Entre 2000 y 2002, la frecuencia de MRSA fue del 58,5%, mientras que la de MSSA fue del 36,7%. Sin embargo, a partir de 2003, se produjo una reversión de estos porcentajes. Al final del período analizado, el 55,2% de las infecciones fueron causadas por MSSA, mientras que el 36,2% contenía aislados de MRSA. Además, en el período analizado, la mayor prevalencia fue de SCCmec tipo II. Conclusión: estos datos sugieren un cambio epidemiológico en S. aureus a partir de materiales clínicos, con un cambio en el tipo prevalente de SCCmec y cambios en el perfil de sensibilidad antimicrobiana exhibido por los aislados. El personal clínico debe considerar estos hechos, centrándose en el tratamiento eficaz del paciente, la elección del tratamiento antimicrobiano adecuado y la implementación de medidas eficaces de control de infecciones.(AU)
Assuntos
Humanos , Staphylococcus aureus , Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina , Anti-Infecciosos , Distribuição TemporalRESUMO
Justificativa e Objetivos: Infecções da corrente sanguínea por Staphylococcus aureus constituem uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo mundo. O tratamento de infecções por S. aureus é complexo, em parte, devido à elevada prevalência de resistência aos antimicrobianos. Compreender a epidemiologia e os padrões de resistência deste microrganismo é um ponto crítico para a prescrição empírica adequada de antimicrobianos. Assim, este estudo teve por objetivo avaliar a evolução de resistência antimicrobiana de S. aureus em um período de quinze anos. Métodos: Foram analisados os perfis de sensibilidade para os antimicrobianos ciprofloxacina (5µg); clindamicina (2µg); eritromicina (15µg); gentamicina (10µg); oxacilina (30µg); penicilina (10U); rifampicina (5µg); sulfametoxazol-trimetoprima (23.75/1.25µg) e tetraciclina (30µg) em 720 isolados de S. aureus provenientes de hemoculturas em um hospital terciário do sul do Brasil. Os valores de sensibilidade adotados foram aqueles contidos no CLSI, 2017. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação AGTA Healthcare, módulo LABHOS®. Resultados: A frequência média de S. aureus resistente a meticilina foi de 43,74%. Com exceção de penicilina, ocorreu variação significativa da resistência para todos os antimicrobianos no período avaliado (ρ<0,001). Ciprofloxacina (51,14%), eritromicina (44,99%) e clindamicina (39,85%) apresentaram os maiores índices de resistência com tendência de aumento. Surpreendentemente, gentamicina (4%) e sulfametoxazol-trimetoprima (4%) apresentaram queda significativa nos percentuais de resistência. Para vancomicina, do ano 2010 a 2015, observou-se um aumento das concentrações inibitórias mínimas. Conclusão: Embora o índice de resistência tenha aumentado nos quinze anos para a maioria dos antimicrobianos, para sulfametoxazol-trimetoprima e gentamicina ocorreu redução significativa. Este estudo evidenciou, ainda, a emergência do fenótipo S. aureus com resistência intermediária a vancomicina.(AU)
Background and Objectives: Bloodstream infections caused by Staphylococcus aureus are a major cause of morbidity and mortality worldwide. Treatment of S. aureus infections is complex, in part, due to the high prevalence of antimicrobial resistance. Understanding the epidemiology and resistance patterns of this microorganism is a critical point for the proper empirical prescription of antimicrobials. Thus, this study aimed to evaluate the evolution of antimicrobial resistance of S. aureus in a period of fifteen years. Methods: Antimicrobial susceptibility profiles was determined for cefoxitin (30µg), penicillin (10 U), erythromycin (15 µg), clindamycin (2 µg), gentamycin (10 µg),ciprofloxacin (5 µg), sulfamethoxazole-trimethoprim (23.75/1.25 µg), rifampicin (5 µg), and tetracycline (30µg) in 720 S. aureus isolated from blood cultures in a tertiary hospital in southern Brazil were analyzed. Sensiblity values was determined according to Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI, 2017).The data were obtained from the AGTA Healthcare Information System, LABHOS® module. Results: The mean frequency of methicillin-resistant S. aureus was 43.74%. Except for penicillin, there was a significant variation of resistance for all antimicrobials in the period evaluated (ρ<0.001). Ciprofloxacin (51.14%), erythromycin (44.99%) and clindamycin (39.85%) had the highest rates of resistance, with tendency to increase. Surprisingly, gentamicina (4%) and sulfamethoxazole-trimethoprim (4%) showed a significant percentage decrease in resistance. For vancomycin, from 2010 to 2015, it was observed an increase in minimum inhibitory concentrations. Conclusion: Although the resistance rate increased in the fifteen years for most antimicrobials, for sulfamethoxazole-trimethoprim and gentamicin a significant reduction occurred, indicating a possible clonal change. This study also evidenced the emergence of S. aureus with intermediate resistance to vancomycin phenotype.(AU)
Justificación y objetivos: Infecciones del flujo sanguíneo por Staphylococcus aureus constituyen una de las principales causas de morbilidad y mortalidad en todo el mundo. El tratamiento de las infecciones por S. aureus es complejo, en parte debido a la elevada prevalencia de resistencia a los antimicrobianos. Comprender la epidemiología y los patrones de resistencia de este microorganismo es un punto crítico para la prescripción empírica adecuada de antimicrobianos. Así, este estudio tuvo por objetivo evaluar la evolución de resistencia antimicrobiana de S. aureus en un período de quince años. Métodos: Se analizaron los perfiles de sensibilidad a los antimicrobianos ciprofloxacino (5µg); clindamicina (2µg); eritromicina (15 µg); gentamicina (10µg); oxacilina (30µg); penicilina (10U); rifampicina (5µg); sulfametoxazol-trimetoprima (23.75 / 1.25 µg) y tetraciclina (30µg) de 720 S. aureus aislados de hemocultivos de un hospital terciario del sur de Brasil. Los valores de sensibilidad adoptados fueron aquellos contenidos en el Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI, 2017). Los datos fueron obtenidos del Sistema de Información AGTA Healthcare, módulo LABHOS®. Resultados: La frecuencia media de S. aureus resistente a meticilina fue de 43,74%. Con excepción de la penicilina, hubo variación significativa de la resistencia para todos los antimicrobianos en el período evaluado (ρ<0,001). Ciprofloxacino (51,14%), eritromicina (44,99%) y clindamicina (39,85%) presentaron los mayores índices de resistencia con tendencia de aumento. Sorprendentemente, gentamicina (4%) y sulfametoxazol-trimetoprim (4%) presentaron una caída significativa en los porcentajes de resistencia. Para vancomicina del año 2010 a 2015 se puede evidenciar un aumento de las concentraciones inhibitorias mínimas. Conclusiones: Aunque la resistencia a antimicrobianos aumentó en los quince años para la mayoría de los antimicrobianos, para sulfametoxazol-trimetoprim y gentamicina se produjo una reducción significativa, indicando un posible cambio clonal. Este estudio evidenció, además, la emergencia del fenotipo S. aureus con resistencia intermedia a vancomicina.(AU)