O impacto da septoplastia Metzembaum sobre o crescimento nasal e facial em crianças / The impact of Metzembaum septoplasty on nasal and facial growth in children

Há vários estudos que investigaram os efeitos da septoplastia no crescimento facial em crianças, com resultados conflitantes. No entanto, poucos empregaram medidas objetivas ou avaliaram os pacientes após o término do crescimento facial. OBJETIVO: Este estudo avalia os efeitos da septoplastia Metzenbaum, que preserva o pericôndrio e áreas relacionadas com o crescimento, sobre o crescimento nasal e facial em crianças. MÉTODO: Crianças que foram operadas antes dos 14 anos e que apresentavam 16 anos ou mais na avaliação foram incluídas. Dezesseis pacientes foram selecionados. Os seguintes parâmetros foram avaliados: satisfação clínica (patência e estética nasal); medidas antropométricas; cefalometria. Desenho científico: estudo de coorte histórica com corte transversal. RESULTADOS: A idade média na cirurgia foi de 13 anos; as crianças foram avaliadas em média 4,3 anos após a cirurgia. Apenas um paciente apresentou medidas antropométricas e cefalométricas abaixo da normalidade, porém, sem queixas quanto à estética ou à patência. Outros quatro pacientes apresentaram queixa quanto à estética nasal e três quanto à patência nasal. CONCLUSÃO: A septoplastia Metzenbaum parece ser uma técnica segura na correção de desvios caudais. Esta técnica não apresentou impacto significativo no crescimento facial dos pacientes avaliados.

Several studies have investigated the effects of septoplasty on facial growth in children, with conflicting results. However, just handful of those employed objective measures or evaluated patients after facial growth completion. OBJECTIVE: This study assesses the effects of the Metzenbaum septoplasty, which preserves the perichondrium and growth-related areas on nasal and facial growth in children. METHOD: We included those children submitted to surgery before the age of 14 and who had 16 years or years of follow up. Sixteen patients were selected. We evaluated the following parameters: clinical satisfaction (nasal patency and aesthetics), anthropometric measurements and cephalometry. Scientific design: cross-sectional historical cohort. RESULTS: The mean age at surgery was 13 years, children were assessed on average 4.3 years after surgery. Only one patient had anthropometric and cephalometric values below normal, but no aesthetics or patency complaints. Four other patients complained about their nasal aesthetics and three had patency complaints. CONCLUSION: The Metzenbaum septoplasty appears to be a safe technique to correct caudal septum deviations. This technique had no significant impact on facial growth of the patients assessed.

Dimensões nasofaringeanas e faciais em diferentes padrões morfológicos / Nasopharyngeal and facial dimensions of different morphological patterns

OBJETIVO: o presente estudo propõe-se a comparar as dimensões da nasofaringe e as características esqueléticas avaliadas por exame cefalométrico, em indivíduos com padrões morfológicos distintos. MÉTODOS: foram utilizadas 90 telerradiografias de pacientes de ambos os gêneros, de 12 a 16 anos de idade, as quais foram igualmente divididas em três grupos distintos, referentes aos padrões morfológicos - braquifacial, mesofacial e dolicofacial. Foram realizadas medições específicas da região nasofaringeana (ad1-Ptm, ad2-Ptm, ad1-Ba, ad2-S0, (ad1-ad2-S0-Ba-ad1/Ptm-S 0-Ba-Ptm) X 100, e Ptm-Ba) e relativas ao padrão esquelético da face. RESULTADOS: observou-se que os pacientes dolicofaciais apresentaram menor profundidade sagital óssea (Ptm-Ba) e da via aérea da nasofaringe (ad1-Ptm e ad2-Ptm). Sugere-se que essas diferenças estejam relacionadas a um posicionamento relativamente mais posterior da maxila, comum a esses pacientes. Todavia, não foram detectadas diferenças quanto à espessura de tecido mole na parede posterior nasofaringeana (ad1-Ba e ad2-S0), ou à sua proporção em relação a toda a área delimitada para a nasofaringe [(ad1-ad2-S0-Ba-ad1/Ptm-S 0-Ba-Ptm) X 100]. CONCLUSÃO: sugere-se, portanto, que as características faciais de excesso vertical encontradas em pacientes dolicofaciais podem ocorrer, dentre outros fatores, em virtude da obstrução da via aérea nasofaringeana, uma vez que tais dimensões se apresentaram menores para os dolicofaciais.

OBJECTIVE: The purpose of this study was to compare the dimensions of the nasopharynx and the skeletal features-evaluated by cephalometric examination-of individuals with different morphological patterns. METHODS: Were used cephalometric radiographs of 90 patients of both genders, aged 12 to 16 years, which were also divided into three distinct groups, according to their morphological patterns, i.e., brachyfacials, mesofacials and dolichofacials. Measurements were performed of specific nasopharyngeal regions (ad1-Ptm, ad2-Ptm, ad1-Ba, ad2-S0, (ad1-ad2-S0-Ba-ad1/Ptm-S 0-Ba-Ptm) X 100, and Ptm-Ba), and relative to the facial skeletal patterns. RESULTS: Dolichofacial patients were found to have lower than average bone depth sagittally (Ba-Ptm) and lower nasopharyngeal airway depth (ad1-Ptm and ad2-Ptm). Arguably, these differences are linked to a relatively more posterior position of the maxilla, typical of these patients. No differences were found, however, in the soft tissue thickness of the posterior nasopharyngeal wall (ad1-Ba and ad2-S0), or their proportion in the whole area bounded by the nasopharynx ((ad1-ad2-S0-Ba-ad1/Ptm-S 0-Ba-Ptm) X 100). CONCLUSIONS: We therefore suggest that the excessively vertical facial features found in dolichofacial patients may be the result, among other factors, of nasopharyngeal airway obstruction, since such dimensions were shown to be smaller in dolichofacials.

Dimensões do palato e características oclusais de crianças respiradoras nasais e bucais / Palatal dimensions and occlusal characteristics of nose and mouth-breathing children

Objetivo: Investigar as diferenças entre crianças respiradoras nasais e bucais quanto às características oclusais e dimensões do palato. Método: Foram empregados 60 modelos de estudo de crianças de 6 a 10 anos divididas em um grupo composto por respiradores nasais e outro por respiradores bucais, selecionados mediante diagnóstico otorrinolaringológico. Os modelos foram avaliados em relação à distância intermolares (DIM), intercaninos (DIC), profundidade de palato (PP), relação molar, e presença de mordida cruzada posterior. Resultados: Quanto às dimensões do palato, observou-se diferença significativa entre os dois grupos em relação à DIM, menor para respiradores bucais (p<0,05); quanto à PP, esta foi significativamente maior para o mesmo grupo em relação aos respiradores nasais (p<0,05). No entanto, em relação à DIC, nenhuma diferença foi observada (p>0,05). Na análise das características oclusais, não houve diferença significativa entre os dois grupos quanto ao posicionamento dos primeiros molares permanentes (p>0,05) ou em relação à presença de mordida cruzada posterior (p=0,184). Conclusão: A ausência de diferenças entre os grupos quanto à DIC, associada à diferença encontrada em relação à DIM sugere uma tendência de estreitamento maxilar em uma posição mais posterior em decorrência do padrão respiratório alterado. Os dados obtidos em relação às características oclusais sugerem que o respirador bucal não pode ser considerado como portador de um tipo de maloclusão específica. No entanto, a detecção da presença de uma maior PP e, principalmente, de uma menor DIM nos respiradores bucais pode indicar uma tendência de evolução de contração do arco maxilar e subseqüente instalação de mordida cruzada posterior que, eventualmente, pode se pronunciar com maior evidência com o passar da idade.

Streptococcus mutans counts in plaque adjacent to orthodontic brackets bonded with resin-modified glass ionomer cement or resin-based composite

This study investigated the number of Streptococcus mutans CFU (colony forming units) in the saliva and plaque adjacent to orthodontic brackets bonded with a glass ionomer cement - GIC (Fuji Ortho) or a resin-based composite - RC (Concise). Twenty male and female patients, aged 12 to 20 years, participated in the study. Saliva was collected before and after placement of appliances. Plaque was collected from areas adjacent to brackets and saliva was again collected on the 15th, 30th, and 45th day after placement. On the 30th day, 0.4 percent stannous fluoride gel was applied for 4 minutes. No significant modification in the number of Streptococcus mutans CFU in saliva was observed after placement of the fixed orthodontic appliances. On the 15th day, the percentage of Streptococcus mutans CFU in plaque was statistically lower in sites adjacent to GIC-bonded brackets (mean = 0.365) than in those adjacent to RC-bonded brackets (mean = 0.935). No evidence was found of a contribution of GIC to the reduction of CFU in plaque after the 15th day. Topical application of stannous fluoride gel on the 30th day reduced the number of CFU in saliva, but not in plaque. This study suggests that the antimicrobial activity of GIC occurs only in the initial phase and is not responsible for a long-term anticariogenic property.

Anticariogenic effect of fluoride-releasing elastomers in orthodontic patients

This in vivo experimental study evaluated the efficacy of fluoride-releasing elastomers in the control of Streptococcus mutans levels in the oral cavity. Forty orthodontic patients were recruited and divided into two groups of 20. Fluoride-releasing elastomeric ligature ties (Fluor-I-Ties, Ortho Arch Co. Inc., USA) were used in the experimental group, and conventional elastomeric ligature ties (D. Morelli, Brazil), in the control group. Two initial samples of saliva were collected at a 14-day interval to determine the number of colony forming units (CFU) of Streptococcus mutans. Immediately after collecting the second sample, fluoride-releasing elastomeric ligature ties were placed in the patients of the experimental group, and conventional ligature ties, in the patients of the control group. Seven, 14 and 28 days after placement of the elastomeric ligature ties, saliva and plaque surrounding the orthodontic appliance were collected for microbiologic analysis. There were no significant differences in the number of Streptococcus mutans CFUs in saliva or plaque in the area surrounding the fluoride-releasing or conventional elastomeric ligature ties. Thus, fluoride-releasing elastomeric ligature ties should not be indicated to reduce the incidence of enamel decalcification in orthodontic patients. Since there was no significant reduction in S. mutans in saliva or plaque, other means of prevention against enamel decalcification should be indicated for these patients.

Esta pesquisa in vivo teve como objetivo avaliar a eficácia dos elastômeros liberadores de fluoreto estanoso no controle dos níveis de Streptococcus do grupo mutans na cavidade oral. Utilizou-se uma amostra de 40 pacientes ortodônticos, dividida em dois grupos de vinte indivíduos cada. No grupo experimental, foi utilizada ligadura elástica com liberação de fluoretos (Fluor-I-Ties, Ortho Arch Co. Inc., EUA) e, no grupo controle, foi utilizada ligadura elástica convencional (D. Morelli, Brasil). Para determinação do número de unidades formadoras de colônia (UFC) de Streptococcus do grupo mutans, foram realizadas duas coletas iniciais de saliva com intervalo de catorze dias. Logo após a segunda coleta de saliva, foram colocados os elastômeros liberadores de fluoretos nos pacientes do grupo experimental e, nos pacientes do grupo controle, foram inseridos os elastômeros convencionais. Nos 7°, 14° e 28° dias, saliva e biofilme ao redor do acessório ortodôntico foram coletados para análise microbiológica. Constatou-se que não houve diferenças estatisticamente significantes no número de UFC de Streptococcus do grupo mutans encontradas na saliva e no biofilme ao redor dos elastômeros com ou sem fluoretos. Dessa forma, os elastômeros liberadores de fluoreto não podem ser utilizados para reduzir a incidência de descalcificação do esmalte em pacientes ortodônticos. Como não houve redução significativa na quantidade de S. mutans na saliva e no biofilme, torna-se necessário indicar outros meios de prevenção da descalcificação do esmalte para esses pacientes.

Confiabilidade da predição da largura de caninos e pré-molares por métodos não radiográficos / Reliability of the prediction widths of unerupted canines and premolar in nonradiographic methods

A análise da dentição mista, mais precisamente a predição do espaço para erupção de caninos e pré-molares, é fundamental para que o Ortodontista possa realizar o diagnóstico e tratamentos criteriosos. O objetivo do estudo consiste em verificar a confiabilidade do método de predição das larguras mesiodistais de caninos e pré-molares propostos pelas análises de Moyers¹ e Tanaka & Johnston². Para a realização desta investigação, foram selecionados 37 pacientes dos arquivos da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, em fase de dentição mista e permanente. Os procedimentos técnicos empregados para esta análise foram: 1 - Medição das larguras mesiodistais dos incisivos inferiores, 2 - previsão da soma dos diâmetros mesiodistais de caninos e pré-molares com auxílio da "Tabela de Probabilidades" proposta por Moyers¹ e, 3 - previsão da soma dos diâmetros mesiodistais de caninos e pré-molares proposta por Tanaka & Johnston². Os dados foram submetidos à análise estatística para verificar a correlação existente entre as medidas obtidas por meio dos referidos métodos de predição e as medidas reais de caninos e pré-molares. Pode-se constatar que não houve diferenças estatisticamente significantes no tamanho de canino e pré-molares (p>.05). O erro envolvendo o uso dos métodos de predição de Moyers¹ e Tanaka & Johnston², em relação ao tamanho real, é expresso como estimativa de erro padrão (EEP), indicando que o erro para a utilização do método de Moyers¹ foi de 1.28mm e para o de Tanaka & Johnston² de 1.07mm.

Normal torque of the buccal surface of mandibular teeth and its relationship with bracket positioning: a study in normal occlusion

Este estudo avaliou o grau de inclinação vestíbulo-lingual de coroas dentais de dentes inferiores em relação ao torque. Foram obtidos modelos de gesso das arcadas superiores e inferiores de 31 adultos brasileiros, brancos com oclusão normal e estética facial agradável, que nunca haviam sido submetidos a tratamento ortodôntico. Foi desenvolvido um dispositivo capaz de medir o grau de inclinação do encaixe retangular do bráquete em relação ao plano oclusal, em três alturas de colagem: padrão (centro da coroa clínica); oclusal (deslocado 0.5 mm para oclusal em relação à posição padrão) e cervical (0.5 mm para cervical em relação à posição padrão). Com exceção dos incisivos inferiores, que apresentaram pequena diferença de torque entre si (centrais com torque lingual de raiz e laterais com torque vestibular de raiz), os demais valores médios estão próximos aos encontrados na literatura. A variação vertical dos bráquetes em 1.0 mm (de oclusal para cervical) determinou, devido à convexidade da face vestibular, pequenas variações de torque para incisivos e caninos e valores mais acentuados para pré-molares e molares (em média 2, 3 e 8 graus, respectivamente).

Influência do padrão respiratório na morfologia craniofacial / Breathing mode influence in craniofacial development

OBJETIVO: este estudo teve como objetivo avaliar por meio de análise cefalométrica as diferencas nas proporcões faciais de criancas respiradoras bucais e nasais. FORMA DE ESTUDO: coorte transversal. MATERIAL E MÉTODO: Foram selecionadas 60 criancas entre 6 e 10 anos que, após avaliacão otorrinolaringológica para o diagnóstico do tipo de respiracão, foram divididas em dois grupos: grupo I, constituído de criancas respiradoras bucais, com elevado grau de obstrucão das vias aéreas e grupo II, composto de criancas respiradoras nasais. Os pacientes foram submetidos à avaliacão ortodôntica por meio de radiografias cefalométricas em norma lateral, a fim de avaliar as proporcões faciais, através das seguintes medidas cefalométricas: SN.GoGn, ArGo.GoMe, N-Me, N-ENA, ENA-Me, S-Go, S-Ar, Ar-Go; e os seguintes índices: iAF=S-Go / N-Me, iAFA=ENA-Me / N-Me e iPFA=N-ENA / ENA-Me. RESULTADO: Foi constatada que a inclinacão do plano mandibular (SN.GoGn) nos pacientes respiradores bucais foi estatisticamente maior que nos respiradores nasais, enquanto que a proporcão da altura facial posterior e anterior (iAF), e da altura facial anterior superior e inferior (iPFA) foram estatisticamente menores nos pacientes bucais, indicando altura facial posterior menor que a anterior e altura facial anterior inferior aumentada nesses pacientes. CONCLUSAO: Pode-se concluir, então, que os respiradores bucais tendem a apresentar maior inclinacão mandibular e padrão de crescimento vertical, evidenciando a influência da funcão respiratória no desenvolvimento craniofacial.

Dental-skeletal dimensions in growing individuals with variations in the lower facial height

As dimensões dentoesqueléticas de indivíduos com padrão esquelético de Classe I foram comparadas na puberdade. Oitenta pacientes com maloclusão de Classe I foram selecionados, independente do trespasse vertical dos incisivos (sobremordida). A amostra foi dividida em 3 grupos: com altura facial inferior normal, diminuída e aumentada, baseados na proporção facial. As medidas dentoesqueléticas dos 3 grupos foram comparadas entre si. Nas medidas angulares os resultados mostraram que não houve diferenças na inclinação do plano mandibular. Nas medidas lineares o comprimento mandibular foi significantemente maior no grupo com terço facial diminuído, com correlação positiva nos 3 grupos. As alturas dentoalveolares dos incisivos apresentaram correlação positiva nos 3 grupos em relação ao terço facial inferior, mostrando serem responsáveis pela variação da altura facial inferior.

Orthopedic cervical headgear in Class II treatment: case report

Early treatment for Class II malocclusion was undertaken with the objective of correcting skeletal disproportion by altering the growth pattern. A case of Class II, Division 1 malocclusion in the mixed dentition was corrected to Class I molar relationship using orthopedic cervical headgear, with nonextraction edgewise therapy. Cephalometric analysis indicated a reduction in the maxillomandibular discrepancy (ANB) correcting the Class II malocclusion to Class I malocclusion. The treatment showed that this was achieved by downward displacement and inhibition of the forward growth of the maxilla and growth of the mandible. There was no downward rotation of the mandible nor maxillary first molar extrusion. There was improvement in the jaw relationship