RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a prevalência de asma e sintomas a ela relacionados no Distrito Federal e sua relação com o nível socioeconômico, utilizando o questionário escrito do International Study of Asthma and Allergies in Childhood. MÉTODOS: Foram avaliadas 6.437 crianças, em escolas públicas e particulares, divididas em: 3.183 crianças de seis a sete anos e 3.254 de treze a catorze anos. Os dados foram analisados por sexo e grupo socioeconômico (teste do qui-quadrado). RESULTADOS: A prevalência encontrada de asma brônquica no Distrito Federal foi de 12,1 por cento e 13,8 por cento nas faixas etárias de seis a sete anos e treze a catorze anos, respectivamente (p < 0,04). Na faixa etária de seis a sete anos, o sexo masculino apresentou prevalências significativamente maiores de asma diagnosticada e de sintomas (p < 0,001), enquanto que na de treze a catorze anos, a maior prevalência de sintomas ocorreu no sexo feminino (p < 0,05). O grupo de piores condições socioeconômicas apresentou maiores taxas de sintomas relacionados à asma nas duas faixas etárias (p < 0,05). O diagnóstico de asma foi mais freqüente na classe social menos favorecida (p < 0,001) para o questionário respondido pelos pais. Entre os adolescentes, houve maior número de diagnósticos de asma no grupo de nível socioeconômico mais elevado (p = 0,001). CONCLUSÃO: O grupo economicamente desfavorecido apresentou prevalências maiores de sintomas de asma, assim como crises de maior gravidade. Também a prevalência de asma provável foi maior neste grupo que a de asma diagnosticada, o que sugere seu subdiagnóstico.
OBJECTIVE: To evaluate the asthma prevalence in the Federal District of Brazil, using the questionnaire developed for the International Study of Asthma and Allergies in Childhood to look for correlations with socioeconomic levels. METHODS: A total of 6437 children (3183 from six to seven years old and 3254 from thirteen to fourteen years old), attending public or private schools, were evaluated. The data were analyzed by gender and socioeconomic status (chi-square test). RESULTS: The prevalence of asthma in the Federal District was 12.1 percent among the six- and seven-year-olds and 13.8 percent among the thirteen- and fourteen-year-olds (p < 0.04). In the six-to-seven age bracket, asthma prevalence was significantly greater, and asthma-related symptoms were more frequent, among males (p < 0.001). In contrast, asthma-related symptoms were more frequent among females in the thirteen-to-fourteen age bracket (p < 0.05). Children belonging to the lowest socioeconomic class, as determined by the responses given on the questionnaire completed by the parents, presented the highest prevalence of asthma, regardless of age bracket (p < 0.001). Among such children, asthma-related symptoms were also more frequent (p < 0.05). In the thirteen-to-fourteen age bracket, the prevalence of asthma was greater among those belonging to the highest socioeconomic class (p = 0.001). CONCLUSIONS: Overall, economically disadvantaged children more frequently presented asthma-related symptoms and experienced asthma attacks that were of greater severity. In addition, the prevalence of suspected asthma was higher than that of diagnosed asthma in this group, suggesting that asthma is underdiagnosed in children belonging to the lowest socioeconomic class.