RESUMO
Resumo Introdução: O conhecimento das habilidades de comunicação clínica é primordial para o adequado exercício da medicina de família e comunidade (MFC), visto que um dos princípios da especialidade advém da relação médico-pessoa. A comunicação assertiva é uma competência clínica básica que deve ser aprendida, sobretudo, durante a residência médica. Não se trata de uma característica inata, perpassa um processo de conhecer, aplicar e dominar, necessitando, portanto, de avaliações. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar a percepção dos médicos residentes de MFC em relação às suas habilidades de comunicação. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal. O cenário de estudo foi o conjunto de programas de residência de MFC do município de João Pessoa, na Paraíba. A coleta de dados foi feita a partir de um questionário on-line, disponível para preenchimento de setembro a novembro de 2022. Utilizamos para a construção do questionário o instrumento A Consulta em 7 Passos. Desenvolvemos escores denominados índice de desempenho geral (IDg), índice de desempenho por passo da consulta (IDp) e índice de desempenho por item (IDitem). Na análise estatística, utilizamos o teste t para amostras independentes. Resultado: O IDg médio foi de 72,0%. Os residentes tiveram o maior índice de IDp no passo 5 da consulta (81,7%), seguido pelos passos 2 (77,6%), 3 (76,1%) e 6 (75,9%). Os menores desempenhos foram nos passos 4 (68,9%), 7 (63,7%) e 1 (63,3%). Não houve significância estatística quanto ao desempenho quando se compararam sexo, ano de residência e programa. Conclusão: Os residentes de MFC avaliam positivamente suas habilidades de comunicação. Entretanto, ainda há o que aprimorar, como fomentar momentos crítico-reflexivos sobre os fenômenos subjetivos que ocorrem na consulta. Destarte, a utilização do instrumento A Consulta em 7 Passos se revelou, no presente estudo, como uma ferramenta importante no processo de formação e avaliação da comunicação clínica durante a residência.
Abstract Introduction: Knowledge of clinical communication skills is essential for the proper practice of Family Medicine, since one of the principles of the specialty treats the doctor-person relationship as fundamental. Good communication is a basic clinical competence and must be learned, above all, during medical residency. Communication is not an innate characteristic, but a process of self-knowledge, therefore requiring self-assessments. Objective: This study aimed to evaluate the perception of Family Medicine residents doctors in relation to their communication skills. Method: This is a quantitative, descriptive and cross-sectional study. The study setting was the set of Family Medicine Residency Programs in the city of João Pessoa, Paraíba. Data collection was performed using an online questionnaire, available to be completed from September to November 2022. We used the instrument A consulta em 7 passos (7-step consultation) to construct the questionnaire. We developed scores called overall performance index (IDg), query step performance index (IDp) and item performance index (IDitem). In the statistical analysis, we used the t test for independent samples. Result: The average overall performance index (IDg) was 72.0%. Residents had the highest IDp rate in step 5 of the consultation (81.7%), followed by step 2 (77.6%), step 3 (76.1%) and step 6 (75.9% ). While residents had the lowest performances in descending order in steps 4 (68.9%), 7 (63.7%) and 1 (63.3%). There was no statistical significance between sexes, year of residency and residency program. Conclusion: MFC residents positively evaluate their communication skills. However, there is still room forto improvement in how to encourage critical-reflective moments about the subjective phenomena that occur in the consultation. Furthermore, the use of a consulta em 7 passos is an important tool in the training and evaluation process in residency.
RESUMO
Objetivos: pesquisa que se propõe a organizar os prontuários em saúde de moradores não adscritos à Unidade de Saúde da Família (USF) Saúde e Vida Integrada em João Pessoa-PB. A urbanização vertical adicionou usuários às equipes, pois uma morada se tornou várias, e as pessoas que passam a viver no território buscam a USF referência da comunidade. Existe inadequação do termo cotidiano "usuário fora de área", visto que ele habita o epicentro do território. Métodos: Trata-se de um relato de experiência que buscou narrar o cuidado ofertado para além do cadastro formal. Resultados e Discussão: Os registros dos atendimentos se deram através do Registro em Saúde Orientado por Problemas (ReSOAP), acompanhados de maio a setembro de 2019, sob os olhares dos internos de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A pesquisa teve como mote o esboço criativo-organizacional de fichas de atendimento organizadas cronologicamente, orientadas por problemas e separadas por famílias. Buscou-se, através dessa tecnologia leve, fornecer cuidado longitudinal, garantia de acompanhamento e seguimento. Ao desenvolver o Prontuário de Saúde da Família dessas pessoas consideradas "fora de área", procurou-se trabalhar com o postulado da coerência, transformando o atendimento individual, o motivo de consulta em um compilado de registros dos indivíduos adequado às necessidades da pessoa no seio da família. Conclusões: a idealização desse prontuário não formal propiciou organização e entusiasmo estudantil e foi utilizado como fonte para cuidados longitudinais, trazendo benefícios para a formação acadêmica e para a comunidade.