RESUMO
As alergias alimentares em cães representam cerca de 1 por cento das dermatoses dos cães, é uma doença pouco conhecida com relação a sua etiopatogenia, diagnóstico e tratamento. O objetivo geral é analisar a bibliografia de 1990 a 2003 e levantar o estado atual da arte sobre Alergia Alimentar em cães. Foi realizada revisão bibliográfica consultando o sistema de base de dados CAB Abstracts (Commonwealth Agriculture Bureau) e AGRIS. Utilizamos os unitermos: Dog, sensitivity, hipersensitivity, food e allergy. Ao todo, foram coletados 160 trabalhos do CAB e 58 do AGRIS, somando 218 trabalhos. Destes 218 trabalhos, foram eliminados 74 escritos em outras línguas, que não a língua inglesa ou portuguesa, e 38 trabalhos foram encontrados tanto no CAB quanto no AGRIS. Dos 106 trabalhos restantes, 21 foram escolhidos para serem inseridos neste trabalho de revisão. Quanto ao desenho de estudo foram coletados: 10 ensaios clínicos, nove revisões e dois levantamentos. Dos 21 trabalhos, 13 foram publicado nos Estados Unidos, cinco no Reino Unido, dois na Nova Zelândia e um a Austrália. Os anos com maior número de publicações foram: 1992, 1994 e 2002. Os trabalhos foram divididos em seis temas, para melhor abordá-los: definição de conceitos, utilização do cão atópico como modelo de estudo, diagnóstico e tratamento, dietas testes, reações pseudo-alérgicas e mecanismos imunológicos. Quanto à terminologia, elas são utilizadas muitas vezes de forma errada, confundindo as verdadeiras alergias alimentares (IgE mediadas) e as reações adversas aos alimentos, comprometendo o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença. Os mecanismos imunológicos não estão ainda totalmente definidos. Não foram encontradas discussões a respeito da Transição Epidemiológica ou sobre a Hipótese da Higiene e não foi possível verificar com a análise dos trabalhos selecionados a possível relação entre a mudança brusca de alimentação que sofrem os cães na última década e o provável aumento do número de casos de alergia alimentar.