RESUMO
Foram tratados 25 pacientes portadores de úlceras de estase infectadas, através da técnica da pulsoterapia venosa retrógrada (PVR), com gentamicina e buflomedil. O total de úlceras tratadas foi de 53, sendo realizados cultura e teste de sensibilidade a antibióticos do exsudato em todas elas e obtidos 36 isolados bacterianos, dos quais 10 eram resistentes à gentamicina in vitro. A infecção do fundo foi controlada em 45,8 por cento das úlceras com apenas uma sessão de PVR. O máximo de sessões diárias necessárias para controle da infecção foi de seis. Adicionalmente, o tamanho das úlceras - tanto em seu diâmetro longitudinal quanto no transverso - mostrou nítida redução entre o pré-tratamento e a última aplicação de PVR, com diferença estatisticamente significativa (p<0,001). Conclui-se que o combate à infecção é importante para a cicatrização da úlcera de estase, que a melhor maneira de combater esta infecção é a utilização de altas concentrações de antibiótico no local da infecção e que mesmo as bactérias resistentes à gentamicina in vitro respondem a esta medicação quando em altas doses. O melhor método de atingir esta alta concentração local, sem comprometimento do organismo como um todo, é através da PVR, cuja utilização diminui os tempos de uso do antibiótico e de tratamento, sendo uma terapêutica eficaz, bem tolerada e segura nesta patologia.